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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

terça-feira, 29 de novembro de 2016

D. ANTÓNIO TELES DE MENESES



1.º conde de Vila Pouca de Aguiar: governador da Índia (1639-1640).



Nascido cerca de 1600, D. António Teles de Meneses foi o quinto filho de Rui Teles de Meneses (c. 1560-1616), 8º senhor de Unhão, e de D. Mariana da Silveira. Os variados destinos dos seus irmãos comprovam bem a rota de ascensão de alguns membros da linhagem de D. António, em meados do século XVII: o primogénito D. Fernão Teles de Meneses (1586-1651) foi titulado, em 1630, por D. Filipe III como 1º conde de Unhão, consorciando-se com D. Francisca de Távora e Castro, filha do anterior vice-rei da Índia, D. Martim Afonso de Castro; Vasco da Silveira foi doutor em Cânones por Coimbra e prior da Colegiada de Ourém; Manuel Teles de Meneses foi governador do Castelo de Viana; D. Maria de Castro casou-se com o 1º conde de Aveiras, D. João da Silva Telo de Meneses, o último vice-rei da Índia nomeado por D. Filipe III. Este cunhado de D. António não só lhe sucedeu como fez jurar D. João IV em todo o Estado da Índia após a Restauração de 1640. Tal como D. António iria ser feito marquês, também D. João da Silva Telo de Meneses esteve para o ser, mas nenhum o foi devido à morte de ambos. D. António consorciou-se duas vezes, mas não teve qualquer descendência legítima. A primeira esposa, D. Maria de Castelo Branco, era a filha herdeira de D. Jorge de Castelo Branco, que fora capitão de Ormuz, e de D. Maria de Mendonça. Casou, em segundas núpcias, com a sua prima D. Helena de Castro, filha de Álvaro da Silveira, cavaleiro da Ordem de Cristo, e de D. Ana de Castro. Apenas teve um filho, ilegítimo, de D. Maria Landrove, D. Aires Teles de Meneses. Este viria a unir-se a D. Joana Maria de Castro que foi a 2º condessa de Vila Pouca de Aguiar.

Desconhece-se a data da primeira partida de D. António Teles de Meneses e Silva para a Índia, sabendo-se apenas que da primeira vez foi capitão de Diu e general das armadas de alto bordo. A sua segunda deslocação à Índia ocorreu com a nomeação do vice-rei Pedro da Silva, em 1635. Partiu com a incumbência de o fazer chegar ao Oriente. Uma vez aí chegado, foi o fidalgo que mais se destacou durante aquele mal sucedido governo. Nos anos de 1636 e 1637 enfrentou de forma sucessiva e bem sucedida armadas neerlandesas, excepto numa ocasião em que os capitães da sua armada se negaram a combater. Em 1638-39 foi nomeado pelo vice-rei Pedro da Silva para acudir à morte do general de Damão e foi o responsável pela assinatura das pazes com o Grão-Mogol. Por fim, com a morte de Pedro da Silva, a 24 de Junho de 1639, encontrou-se nomeado governador da Índia, pela segunda via de sucessão, visto que na primeira tinha saído o nome do recém-chegado arcebispo de Goa, o franciscano D. Frei Francisco dos Mártires. Como se encontrava ausente na sua missão em Damão, foi este último que governou a Índia Portuguesa até à sua chegada a Goa. O arcebispo sabendo da proximidade do cerco coligado do Achém e dos Neerlandeses a Malaca, logo se empenhou em enviar um novo socorro à cidade, visto que o socorro de Pedro da Silva havia sido insuficiente, pois fora dividido em função dos acontecimentos em Damão. Porém, quando D. António Teles de Meneses e Silva chegou, a 30 de Outubro de 1639, a barra de Goa encontrava-se bloqueada pela VOC. Após colocar o inimigo em debandada, o governador empenhou-se no socorro a prestar a Malaca. Mas a chegada do seu sucessor, em Setembro de 1640, D. João da Silva Telo de Meneses, 1º conde de Aveiras, impediu-o de prosseguir o seu intento cuja responsabilidade passou ao seu cunhado.

Embarcado para o Reino, em 1640, apoiou D. João IV que o integrou no Conselho de Estado e no Conselho da Guerra, e o titulou como 1º conde de Vila Pouca de Aguiar, em 1647. Naquele mesmo ano foi nomeado pelo rei para o governo geral de Pernambuco, para o qual partiu. Em 1656, com a morte do 1º conde de Sarzedas, D. Rodrigo Lobo da Silveira, D. João IV procurou convencê-lo a partir uma terceira vez para a Índia, prometendo-lhe a elevação ao marquesado quando regresasse. Com a morte do rei, no ano de 1656, foi um dos fidalgos que carregou o caixão do soberano e, ao que tudo indica, a regente D. Luísa de Gusmão logrou mesmo vencer as reticências de D. António Teles de Meneses e Silva quanto a partir uma terceira vez para a Índia. De facto, o fidalgo embarcou para esse destino em 1657. Acompanhava-o o filho legitimado, D. Aires Teles de Meneses, mas o conde faleceu durante a viagem. O título condal viria a extinguir-se com a esposa do seu filho legitimado.
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