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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

TRIBUTO A MIGUEL DA ROMÉNIA, REI, ROMENO, PORTUGUÊS E BRASILEIRO

Foto de Nova Portugalidade.

Foi a enterrar há poucas horas o rei Miguel I, último monarca romeno. Miguel, que faleceu esta semana aos 96 anos, foi igualmente o último chefe reinante da casa real e imperial de Hohenzollern, a dinastia que fundou e capitaneou a Prússia, e depois a Alemanha unificada, da Reforma Protestante ao fim da Primeira Guerra Mundial. Miguel reinou por duas vezes: entre 1927 e 1930 e entre 1940 e Dezembro de 1947, quando o partido comunista local, apoiado pelo exército vermelho, aboliu a instituição monárquica e fez da Roménia uma república socialista.

Miguel da Roménia era, também, um pouco português. Trineto de Dona Maria II, cuja filha Antónia de Portugal foi mãe do primeiro rei da Roménia, Fernando, Miguel era ainda, portanto, descendente de Pedro I do Brasil e IV de Portugal. É um dos muitos descendentes de Dom João VI, cujos filhos, netos e bisnetos viriam a ocupar boa parte dos tronos da Europa.

Muito amado pelos romenos, este rei de sangue português teve uma vida difícil e de enorme devoção pelos seus súbditos. Miguel era já rei quando a Roménia, aliada ao Eixo, invadiu ao lado da Alemanha nazi a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Tornando-se o vento da guerra hostil às ambições da Alemanha e da Roménia sua aliada, foi Miguel quem protagonizou o golpe de Estado que, depondo o governo pró-nazi que então mandava em Bucareste, salvou o país da obediência a Hitler e o aliou à Rússia, à Inglaterra e aos Estados Unidos. O caudilho soviético, o Marechal I. V. Estaline, reconheceria o papel de Miguel no triunfo sobre a Alemanha condecorando-o com a Ordem da Vitória da URSS.

Alcançada a paz em Maio de 1945, Miguel passou a liderar a resistência romena às pressões comunistas. Entre Agosto de 45 e Janeiro de 1946, recusou-se a assinar toda a legislação que lhe chegava às mãos do primeiro-ministro, agora um homem de simpatia comunista e apoiado por Moscovo. Em 1947, o Rei sofreu um golpe de Estado armado pelos comunistas. Forçado à abdicação por Ana Rabinsohn Pauker, chefe comunista que o coagiu apontando-lhe uma arma à cabeça, Miguel acedeu a deixar a coroa. Partiu depois para longo exílio em que trabalharia como piloto e criador de galinhas para sustentar-se. Com a queda do comunismo, tentou regressar à Roménia em 1989. Prenderam-no e expulsaram-no do país. Em 1991, nova tentativa sairia gorada por maquinação da classe política, que temeu a restauração monárquica após um milhão de romenos se terem dirigido a Bucareste para expressarem fidelidade a Miguel. Finalmente, em 1997, o soberano conseguiu que lhe fosse reconhecida a cidadania romena e o direito de residir no país. As autoridades atribuíram-lhe um palácio, um gabinete oficial financiado pelo Erário e funções de representação do Estado. O velho monarca continuou a cumpri-las até 2016, quando se retirou da vida pública. Tinha 96 anos no momento da morte.

O chefe da Casa Real de Bragança, o Senhor Dom Duarte Pio, participou no funeral do seu primo romeno.






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