SINOPSE – Episódio 2
Depois de visitar o Tibete ocidental, o viajante e investigador Joaquim Magalhães de Castro prossegue a sua viagem pelas áridas planícies do Ngari, o maior e mais elevado planalto do mundo.
Numa casa tibetana onde está hospedado, junto ao belo e sagrado lago de Manasarovar, cujas águas redimem os pecados de toda uma vida – assim o crêem os budistas –, Joaquim bebe chá com manteiga e come tsampa (cevada torrada), símbolos da hospitalidade tibetana, antes de mergulhar, também ela, nas águas redentoras do Manasarovar.
Após milhares de quilómetros de árdua viagem, atenuada pela beleza da paisagem e pela presença de manadas de iaques, surgem finalmente as ruínas de Tsaparang, a antiga capital do reino de Guge, visitada no início do século XVII pelos jesuítas António de Andrade e Manuel Marques. Do esplendor de outrora restam as capelas, Branca e Vermelha, com magníficos e enigmáticos murais, e uma sala do palácio real; mas não há vestígios da Igreja da Virgem da Esperança, edificada em 1626 por iniciativa de António de Andrade.
Junto a Zanda, a cidade chinesa que cresceu nas imediações da ancestral cidade monástica de Tholing, abundam pagodes, bandeiras oratórias e muros mani, aos quais, como é da tradição local, acrescenta-se sempre algo, nem que seja um pequeno seixo.
Arredondados por antigas massas de gelo, todos os vales do Ngari são bastante alargados e os filões dos diferentes minerais que formam as montanhas emprestam-lhe as mais variadas cores. Há um milhão de anos, toda esta região encontrava-se submersa sob um gigantesco mar. O impacto de duas massas terrestres fez elevar outras tantas cordilheiras paralelas a uma altura média de três mil metros e, em alguns pontos, chegou a atingir os nove mil metros.
Kailash, uma montanha de 6711 metros com o cume coberto de neve o ano inteiro, é considerado por quatro diferentes religiões o local mais sagrado do planeta. Diz-se que uma volta em seu redor purifica os pecados de toda uma vida, enquanto 108 voltas proporcionam o nirvana na vida presente.
Joaquim junta-se aos peregrinos, percorrendo o circuito de peregrinação, ao qual os tibetanos denominam kora, visitando pequenos eremitérios de montanha e convivendo com as famílias de nómadas.
A sul, estende-se a planície de Barkha, delimitada pelos dentes brancos e aguçados dos Himalaias, de onde se destaca o inconfundível Nanda Devi, convidando o Joaquim a um novo e aliciante desafio.
Sem comentários:
Enviar um comentário