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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

EM 25 DE OUTUBRO MORRERAM D. JOÃO II, "O HOMEM" (1495) E A RAINHA D. AMÉLIA (1951)



D. João II de Portugal nasceu, no Paço das Alcáçovas, no Castelo de São Jorge, em Lisboa, a 3 de Maio de 1455 e era filho do rei D. Afonso V de Portugal e de D. Isabel de Coimbra. O Príncipe Perfeito acompanhou o seu pai nas campanhas em África e foi armado cavaleiro na tomada de Arzila.

No início desse ano de 1471, a 22 de Janeiro, em Setúbal, desposou D. Leonor de Viseu, Infanta de Portugal e sua prima direita, filha do Infante D. Fernando. Fruto desta união, nasce em 1475 o Infante D. Afonso.

Enquanto D. Afonso V se dedicava a combater os almorávidas e os castelhanos, Sua Alteza o Príncipe Herdeiro dirigia a expansão marítima portuguesa principiada pelos seus tios-avôs os Infantes D. Henrique e D. Pedro.

Em 1474, ainda não tinha vinte anos, assumiu a direcção da política da expansão atlântica, enquanto Afonso V travava luta com os castelhanos e, a 25 de Abril do ano seguinte, assumiu a regência do reino que, por ir socorrer o pai a Espanha, passara para o encargo de Leonor. Participou, a 2 de Março, na batalha de Toro.

Deve-se à si a criação do Mare Clausum. É na linha dessa instituição que assina o tratado de Toledo de 1480, em que D. João II aceita partilhar as terras do Atlântico pelo paralelo das Canárias, afasta a concorrência da Espanha em África e protege a mais tarde chamada rota do Cabo.

O 13° Rei de Portugal, foi rei em dois períodos diferentes, primeiro durante quatro dias em Novembro de 1477 após a abdicação do pai, mas tendo-se este último arrependido só depois deste morrer em 1481, D. João II voltaria a reinar.

Foi El-Rei Dom João II o pioneiro dos serviços secretos mundiais, pois foi ao Serviço de Sua Majestade Portuguesa que surgiu a primeira rede de espiões profissionais como instrumento à disposição da Coroa: os Lançados.

Estes agentes, os Lançados, eram desembarcados na costa oriental de África e depois seguiam para o interior recolhendo informação que facilitasse a expansão portuguesa no continente que se começava a explorar, e sobretudo sobre o então lendário Reino de Preste João. Eram homens de uma enorme coragem lançados no desconhecido e que por isso lhes deram o nome indígena de Tangomaos, sendo que tangomao significa: ‘aquele que morre ausente ou desterrado da pátria’. Um deles foi Afonso de Paiva que empreendeu uma jornada que hoje se poderá considerar épica, e que se destinou a preparar a viagem do navegador Vasco da Gama à Índia. Porém, o mais famoso destes lançados foi, certamente, Pêro da Covilhã, senhor de um carisma de fazer sombra a um certo espião nada secreto ao serviço de outra Majestade, e que corresponde à visão heróica contemporânea de um agente secreto: mestre na arte de manejar armas – neste caso a espada e o arco e flecha - e senhor de recursos atléticos e intelectuais notáveis – dominava diversas línguas e dialectos – o temerário nascido na Serra da Estrela, confirmou no terreno e por actos a proverbial coragem dos beirões dos Montes Hermínios. Por ordem directa d’El-Rei Dom João II deslocou-se à Abissínia e à Índia sondando pela localização do reino de Preste João. No Cairo foi o primeiro europeu a contrair a Febre do Nilo, que quase lhe tirava a vida, mas que venceu para logo atravessar o deserto do Sinai e passando por Medina e Meca, desembocar na Etiópia. Daí embarcou numa nau que o levou a Calecut, Goa e ao Golfo de Ormuz, sempre recolhendo informações sobre a navegação até à Índia e sobre a possibilidade da circundação de África, por mar, para chegar à Índia, a famosa viagem que viria a ser empreendida com sucesso por Vasco da Gama e que terminaria em 1498, e, que sem dúvida, não seria possível sem a ‘intel’ recolhida por Pêro da Covilhã e que compilaria no relatório que enviou ao Rei de Portugal sob o título de ‘Verdadeira Informação das Terras de Preste João das Índias’. O espião-aventureiro haveria de falecer na Etiópia, reino onde uma vez que se entrasse já não se podia sair, mas mantendo-se sempre ao serviço de Sua Majestade o Rei de Portugal.

Mas a afirmação de que Dom João II criou um verdadeiro serviço secreto de informações na percepção que hoje se tem desses serviços, deve-se não só a esses labores dos espiões, ainda não românticos, mas com forte sentido de honra, mas também à criação de uma rede que tinha não só a incumbência de recolher ‘intelligencia’, mas, também, a missão da produção de contra-informação e a prevenção de actos que pela sua natureza pudessem perigar os intentos descobridores da Coroa Portuguesa, atentar contra a vida do Monarca e por em risco a soberania nacional.

Assim, Dom João II ganhou o cognome de Príncipe Perfeito, pois em tudo o que fazia ou deliberava punha um cunho de perfeição, e para o sucesso das suas decisões em termos de política externa e geoestratégia contava sem dúvida as decisões que tomava em função da informação privilegiada que os seus serviços secretos recolhiam e que o tornavam no mais esclarecido dos monarcas europeus da época. Prova disso, e expoente máximo da sua política, é o Tratado de Tordesilhas, assinado, em 1494, pelo Rei de Portugal e pelos Reis Católicos dos Reinos de Castela, Leão, Aragão, etc., a que comummente se dá o nome de Reino de Espanha.

É muitas vezes apontada a tese de que a Descoberta do Brasil, apesar de ter ocorrido oficialmente em 1500, por Pedro Álvares Cabral ao serviço d’El-Rei Dom Manuel I de Portugal, já havia sido achado nas misteriosas viagens do capitão Duarte Pacheco Pereira para oeste de Cabo Verde e que um lançado de nome João Fernandes ‘Lavrador’ terá mesmo feito uma pequeníssima exploração do território. Então, sabendo disso, Dom João II nas negociações do Tratado de Tordesilhas tudo fez para que o acordo fosse gizado daquela forma, incluindo a ainda por descobrir Terra de Vera Cruz.

Dom João II, logo que ascendeu ao trono, tomou uma série de medidas com vista a retirar poder à aristocracia e a concentrá-lo em si próprio e já em 1482, D. João II centralizou na coroa a exploração e comércio na costa da Mina e Golfo da Guiné.

Imediatamente, começaram as conspirações. Os seus agentes secretos, também, foram utilizados nos jogos de poder internos, mantendo a nobreza debaixo de olho, e foi deste modo que foi descoberta a conspiração de D. Fernando II, Duque de Bragança que trocou com os Reis Católicos de Espanha diversa correspondência. Essas cartas de reclamação e pedidos de intervenção foram descobertos pelos agentes ao serviço de Dom João II e tiveram papel fundamental na prova produzida no julgamento do Duque que seria condenado e executado por traição. Um ano mais tarde outra conspiração chegou aos ouvidos do monarca: desta feita o primo e cunhado de D. João II, D. Diogo, Duque de Viseu (irmão da rainha D. Leonor), concebeu um plano para apunhalar o soberano na praia, em Setúbal – o próprio Rei degolou o maquinador. Mais 80 membros da nobreza e mesmo do clero haveriam de conhecer igual destino, até que acabaram as tramas na Corte, pois depois destes acontecimentos, mais ninguém em Portugal ousou desafiar ou conspirar contra o rei, que não hesitava em fazer justiça pelas suas próprias mãos. D. João II podia agora governar o país sem que ninguém se lhe ousasse, como Monarca Absoluto.

Ainda, neste âmbito, do secretismo, o Rei Dom João II estabeleceu, ainda, o Segredo de Estado: a salvaguarda dos segredos e da tecnologia marítima de que Portugal foi pioneiro, com vista à supremacia da sua política de expansão marítima, proibindo a divulgação dos planos de construção e a venda de caravelas portuguesas. Criou o conceito de material classificado, organizando e limitando o acesso a esses segredos, que eram agora da Coroa e do Estado. Assim, passou a haver níveis de informação com diferentes graus de acesso que estava limitado a pessoas autorizadas para o fazer consoante a sua grandeza na cadeia de comando, peso estratégico e posição no Estado. Desta forma mapas, cartas de marear, livros de astronomia, roteiros de viagem, instrumentos de navegação ficavam apenas ao alcance de quem tivesse autorização régia para os usar, pois eram ‘classified & top secret’. Dom João II, proibiu ainda pilotos, mestres e marinheiros de servir nações e entidades estrangeiras adversárias. Para quem violasse estas regras instituídas pela Coroa, severas penas estavam reservadas, pois constituiriam acto de traição – tal como nos nossos dias.

A plenitude das descobertas portuguesas do reinado de Dom João II permanece desconhecida. Muita informação foi conservada em segredo de Estado por razões políticas e estratégicas e os arquivos do período foram destruídos no Terramoto de 1755. Ainda há teses de que Cristóvão Colombo não foi o primeiro a chegar à América. Para suportar esta hipótese são citados com frequência os cálculos mais precisos que os portugueses tinham do diâmetro da Terra. No fim do século XV, existia em Portugal uma escola de navegação, cartografia e matemática há mais de oitenta anos, onde os cientistas e sábios mais inteligentes e engenhosos se dedicavam à pesquisa e criação. Enquanto Colombo acreditava poder chegar à Índia seguindo para oeste, é provável que o Rei D. João II já soubesse da existência de um continente no meio.

Alimentou o sonho de uma futura Monarquia ibérica, tendo conseguido ajustar o casamento de seu filho o Príncipe Herdeiro D. Afonso com a primogénita dos Reis Católicos, Isabel de Castela e Aragão. A morte do Infante, numa queda de cavalo, veio, no entanto, deitar por terra estes planos.

A última fase do reinado de D. João II está marcada pelo problema da sucessão do trono. Com a morte do Príncipe D. Afonso, procura o rei habilitar ao trono o bastardo D. Jorge de Lancastre. No seu testamento, todavia, nomeia seu sucessor D. Manuel, irmão da rainha. El-Rei morreu em Alvor, no Algarve, em casa de D. Álvaro de Athayde, no dia 25 de Outubro de 1495, apenas com 40 anos, não sem antes rogar aos que o velavam que não o atormentassem com os seus prantos.

Quando soube da Sua morte, a Rainha de Castela, Isabel a Católica afirmou: ‘Morreu o Homem! - Murió el Hombre!’, referindo-se ao monarca português como o Homem por antonomásia, consequência das posições vigorosas que adoptou durante o seu reinado.
Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica


A Rainha Senhora Dona Amélia de Orleães e Bragança (28/09/1865, Twickenham - 25/10/1951, Le Chesnay) partiu há 71 para a Casa do Senhor.
A 25 de Outubro de 1951, após 41 anos e 20 dias de exílio, Sua Majestade a Rainha Dona Amélia faleceu no Château de Bellevue, Chernay, em Versalhes, França, aos oitenta e seis anos.

'Levem-me para Portugal, adormeço em França mas é em Portugal que quero dormir para sempre.'

‘Sofro porque sou Portuguesa até ao fundo do meu coração!'

Descansa eternamente junto do Seu Augusto marido, El-Rei D. Carlos I, e dos dois filhos, Dom Manuel II, o último Rei de Portugal, e o Príncipe Real D. Luís Filipe, no Panteão Real dos Bragança, no Mosteiro de São Vicente de Fora.

 Plataforma de Cidadania Monárquica

domingo, 30 de outubro de 2022

OLHAR O FUTURO COM RIBEIRO TELLES - FUNDAÇÃO CENTRO CULTURAL DE BELÉM

Estas conferências, inseridas nas comemorações do Centenário do nascimento de Gonçalo Ribeiro Telles, visam, não só, homenagear e relembrar a sua obra, mas também abordar matérias em que o seu pensamento se pode refletir, no presente e no futuro. Serão focados conceitos base do desenvolvimento e o ordenamento da paisagem no espaço rural e no urbano, a todas as escalas de conceção, relacionado com a aptidão e sustentabilidade ecológicas da paisagem, assim como as necessidades e modos de vida das pessoas.

Não falte nos dias 3, 10 e 17 Novembro de 2022 às 18:30 no Centro de Congressos e Reuniões.


Entrada Livre

mediante levantamento de bilhete, 2 horas antes do início da conferência, até ao limite de lotação da sala.

3 Novembro

Gonçalo Ribeiro Telles, O Homem Político – Sala Sophia de Mello Breyner Andresen

Com António Eloy, Augusto Ferreira do Amaral e Paulo Trancoso

Moderadora: Carla Castelo

 

10 Novembro

RT – O Artista e Projetista – Sala Almada Negreiros

Com Aurora Carapinha, Fernando Pessoa e João Gomes da Silva

Moderadora: Manuela Raposo de Magalhães

 

17 Novembro

RT – OT e Lisboa – Sala Almada Negreiros

Com Alexandre Cancela de Abreu, José Sá Fernandes, Maria Calado e Paulo Ferrero

Moderadora: Margarida Cancela de Abreu


Olhar o Futuro com Ribeiro Telles - CCB - Fundação Centro Cultural de Belém

EM 24 DE OUTUBRO DE 1503 NASCIA A IMPERATRIZ DONA ISABEL, INFANTA DE PORTUGAL

 
Óleo de Ticiano (Museu Del Prado)

A Imperatriz Dona Isabel, Infanta de Portugal, nasceu em Lisboa, a 24 de Outubro de 1503 e morreu em Toledo, a 1 de Maio de 1539. Era filha d'El-Rei Dom Manuel I de Portugal e da Rainha Dona Maria de Aragão e Castela, e assim neta dos Reis Católicos, Fernando e Isabel. Nascida Infanta de Portugal, era irmã do Rei Dom João III e do Cardeal-rei Dom Henrique, que seriam ambos Reis de Portugal, e, Dona Isabel, pelo matrimónio com Carlos I, Rei de Castela e Aragão, que viria a ser o Imperador Carlos V, tornou-se Imperatriz do Sacro Império Romano Germânico, Rainha de Espanha, Rainha da Germânia, Rainha de Sicília e Nápoles, Rainha de Maiorca, Rainha da Sardenha, Rainha da Itália, Arquiduquesa da Áustria, Duquesa da Borgonha e Condessa de Barcelona. Como Imperador do Sacro Império Romano Germânico, Carlos V era o Rei de Reis, o Soberano mais importante da Cristandade.

A par dos dotes de uma inteligência cultíssima, característica da Dinastia Real de Avis, Dona Isabel foi considerada a mulher mais bela da sua época, conforme se confirma pelo retrato póstumo que o grande Ticiano pintou da Imperatriz, em 1548. Eis, a Bela; Eis, 'a mais bela mulher do seu Tempo!'.

Imperatriz D. Isabel de autor desconhecido da Escola Italiana

Teve esmerada educação, pois foi criada na corte europeia mais esplendorosa do seu tempo: a portuguesa. No Paço Real, em Lisboa, teve como educadores Beatriz Galindo, la Latina e Luís Vives.

Casada com o Imperador Carlos V, conviveu com as mentes mais ilustres da época e reinou como Imperatriz-consorte entre 24 de Fevereiro de 1530 e 1 de Maio de 1539, tendo assumido com competência a Regência em nome do marido durante as longas ausências do Rei-Imperador na Guerra.

Neta dos Reis Católicos, Filha de Rei, mulher de Imperador foi, também, mãe do Rei Filipe II de Espanha, que viria a ser, tal-qualmente, Filipe I de Portugal a quem deu esmerada educação, inclusive, da língua materna portuguesa. Foi ainda mãe de D. Maria, Imperatriz do Sacro Império e de D. Joana de Áustria, Princesa de Portugal.

Imperador Carlos V e D. Isabel de Peter-Paul Rubens

Morreu de complicações no parto de um nado-morto, no Palácio de Fuensalida em Toledo, e o Imperador Carlos V, Sua Sacra Cesárea Católica Real Majestade, sofreu tanto com a morte da consorte, que não teve, inclusive, forças para participar nas cerimónias fúnebres da Imperatriz, sendo que não mais voltaria a se casar e durante o resto de sua vida trajou apenas de cor negra, em eterno luto.

A Imperatriz Dona Isabel jaz sepultada no Panteão do Escorial.
Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica

sábado, 29 de outubro de 2022

PRÍNCIPE DA BEIRA COROOU IMAGEM DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA (ACTUALIZAÇÃO)



SAGRADA FAMILIA 1 - Domingo, 16 de Outubro, durante a Missa Solene celebrada na Igreja Paroquial da Sagrada Família de Miratejo-Laranjeiro, para a cerimónia simbólica da coroação de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, por Sua Alteza Real o Senhor Dom Afonso de Bragança, Príncipe da Beira, a Delegação de Portugal do Real Circolo Francesco II di Borbone/Royal Club Francis II of Bourbon, depositou formalmente nas mãos do Reverendo Pe Tiago Ribeiro Pinto, a oferta da relíquia de São João Paulo II, vinda directamente da Causa dos Santos da Santa Sé e certificada no Vaticano pelo Cardeal Vallini. A relíquia, confiada ao Delegado em Portugal Vitor Escudero, pelo Presidente do Real Circolo, Doutor Paolo Rivelli, encerra com “chave de ouro” a iniciativa da nossa oferta da imagem de São João Paulo II, da autoria do Escultor Alberto Germán, que será assim o relicário mais precioso da Paróquia da Sagrada Família. Laus Deo.


SAGRADA FAMILIA 2 - A 16 de Outubro, a Delegação de Portugal do Real Circolo Francesco II di Borbone/Royal Club Francis II of Bourbon, fez-se representar por dois dos seus Membros - Vitor Escudero e Carlos Quintas - que a convite do Reverendo Pe Tiago Ribeiro Pinto, marcaram presença na Missa Solene e cerimónia de coroação da imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, por Sua Alteza Real o Senhor Dom Afonso de Bragança, Príncipe da Beira, que teve lugar na Igreja da Sagrada Família de Miratejo-Laranjeiro. Uma honra e um prazer, servindo sempre a Santa Madre Igreja e a Casa Real de Portugal. Laus Deo.





Real Circolo - Portugal

EM 26 DE OUTUBRO DE 1802 NASCIA EL-REI DOM MIGUEL I DE PORTUGAL

 

Dom Miguel de Bragança, terceiro filho varão de D. João VI e de D. Carlota Joaquina de Borbón, nasceu há 220 anos, no Palácio de Queluz, e faleceu em Brombach, Alemanha, a 14 de Novembro de 1866.
Foi o 29° Rei de Portugal (1828-1834) e foi o último Rei Tradicional.

Aquando da 1ª Invasão francesa, em 1807, embarcou com a Família Real para o Brasil Quando voltou, a Lisboa a 3 de Julho de 1821, com os pais - o irmão D. Pedro a governar o Brasil – encontrou um Portugal muito diferente em termos políticos, pois um novel regime, de cariz liberal, havia nascido em 1820. O Infante Dom Miguel, prontamente avoca a chefia dos partidários do antigo regime, aglutinados em volta de D. Carlota Joaquina, e assume a direcção dos movimentos contra-revolucionários da Vila-Francada, em 1823, que provoca à dissolução das Cortes liberais e marca o fim da vigência da Constituição de 1822. D. Miguel torna-se, então, o Comandante-em-chefe do Exército português. Os liberais reagem, e em 1824, D. Miguel dirige novo movimento, a Abrilada, mas desta feita sem sucesso. Após o pronunciamento, D. João VI demite D. Miguel da função que exercia desde a Vila-Francada e o Infante abandona o País, estabelecendo-se em Viena de Áustria, durante 4 anos.

Em 10 de Março de 1826, D. João VI morre e D. Miguel escreve para o Brasil, afirmando aceitar D. Isabel Maria como regente do reino e seu irmão como legítimo herdeiro do trono. D. Pedro abdica do trono português a favor de sua filha D. Maria da Glória, sob a dupla condição de ser jurada a Carta Constitucional e da Princesa casar com o tio, D. Miguel. Dom Miguel, de boa vontade jura a Carta Constitucional outorgada pelo irmão e celebra os esponsais com D. Maria da Glória, casando por palavras futuras com a sobrinha, pelo que D. Pedro nomeia, em 1827, D. Miguel como seu lugar-tenente e regente na menoridade de D. Maria (II).

Regressado a Lisboa, em Fevereiro de 1828, D. Miguel jura mais uma vez a Carta, contudo, decorrido pouco tempo, diante do surto jacobino e da onda liberal que grassava e ameaçava o País antigo, o regente nomeia um novo Ministério, dissolve as Câmaras das Cortes e, convoca Cortes à maneira antiga. As Cortes eram assembleias políticas, Gerais ou Extraordinárias, os órgãos políticos de carácter consultivo e deliberativo das Monarquias orgânicas, e representavam as diferentes classes sociais estabelecidas em três Ordens: o Primeiro Estado, fronde do Clero; o Segundo Estado, fronde da Nobreza; e o Terceiro Estado, braço do Povo. Assim, com o poder real legitimado pelas Cortes Gerais da Nação Portuguesa, a 11 de Julho de 1828, Dom Miguel I é aclamado Rei pelos Três Estados do Reino: ‘Juro aos Santos Evangelhos, corporalmente com a minha mão tocados, que eu recebo por meu Rei e Senhor verdadeiro e natural ao mui alto e poderoso Rei Dom Miguel e lhe faço preito e menagem segundo foro e costume deste Reinos.’

Os liberais expatriam-se aos magotes e os que ficam e não aceitam o regresso à antiga ordem são alvo de represálias.

Dom Miguel não era um Rei Absoluto, como injustamente ficou conhecido, mas representava sim um velho jeito de ser português, arraigado à tradição. Restabelece a Monarquia de Tradição Portuguesa segundo o qual o poder era entregue ao Rei por um pactum subjectionis para governar de acordo com o bem comum, não sendo nunca um poder pessoal, mas extirpado de qualquer forma de absolutismo, uma posição de privilégio com a obrigação de servir, governando com Justiça, sendo do ofício do Monarca manter os direitos e interesses de cada um dos súbditos e o bem comum do Reino de Portugal com a promulgação das competentes Leis justas e respeitando as liberdades fundamentais, regalias e seguranças, comummente consagradas em carta de Foral - que definia as matérias respeitantes à liberdade das pessoas, à defesa dos direitos em juízo, à tributação, à inviolabilidade do domicílio. Com Sua Majestade Fidelíssima, verifica-se o regresso da vocação de serviço da Monarquia Portuguesa em que o Monarca aceita que o seu poder é limitado pelas Leis Fundamentais do Reino, que foram expressas nas Actas das Cortes de Lamego – que apesar de serem apócrifas, se tornaram na Lei Fundamental do Reino, uma vez que o seu teor jurídico é aquele que correspondia ao Costume, e por isso se tratam da codificação do direito da Monarquia Portuguesa: ‘Estas são as Leis da herança do nosso Reino: boas são, justas são, queremos que valham por nós, e por nossos descendentes, que depois vierem.’

Oliveira Martins diz isso:
‘D. Miguel e o seu franco plebeísmo eram a genuína expressão do Portugal Velho que, de crises em crises sucessivas, atingia agora a última. O Rei passava, a cavalo, a galope, com a vara entalada na sela, moço e radiante; e agente das ruas parava a adorá-lo, com um ar de júbilo ingénuo nos rostos; os mendigos de uma cidade mendicante avançavam ajoelhando e o príncipe abria a bolsa, dava-lhes dinheiro; as mulheres rezavam, pedindo a Deus a conservação de um rei tão belo, tão bom, tão amigo do povo. Corriam pequenos catecismos, orações em que Portugal, repetindo Jerusalém, era o motivo de salmos e antífonas ardentes, invocando-se a Virgem-Puríssima-Nossa-Senhora para que protegesse o augusto e amado rei, defendendo-o de todos os seus inimigos, livrando o reino do pestilento e infernal contágio da seita maçónica…etc. Sempre que aparecia em público, D. Miguel era vitoriado, levado em triunfo, entre bênçãos e aclamações delirantes: de um a vez, passando na Carreira dos Cavalos, caminho de Queluz, achou-se rodeado, sem poder avançar. Eram oficiais do Exército, eram voluntários realistas, eram paisanos, homens, mulheres, gente de todas as idades e classes, que puxando a carruagem o levou em triunfo, entre vivas espontâneos e ardentes, até Val-de-Pereiro. Ninguém dirigia, ninguém ordenava essas festas sem programa, que brotavam como viva expressão do entusiasmo popular. Respirava-se o ardor de uma cruzada: D. Miguel era um Pedro- Eremita. Criava-se uma cavalaria nova e sagrada, para opor à seita maçónica: era a Ordem de S. Miguel da Ala de que o Rei tinha o grão-mestrado, para defender a Santa Religião católica, apostólica, romana, e restaurar a legitimidade portuguesa’.
Mas os auto-exilados liberais, congregam-se na Ilha Terceira, nos Açores, e em Junho de 1828, acontece uma revolução anti-miguelista em Angra do Heroísmo. Em 3/3/1832 D. Pedro, tendo já abdicado do trono imperial do Brasil, aportou aos Açores como Regente em nome da sua filha D. Maria, e dali embarcou em direcção ao continente à frente de um exército de 7 500 homens – uma larga maioria mercenários estrangeiros contratados -, desembarcando no Pampelido, em 8 de Julho de 1832.

No dia seguinte os ‘bravos do Mindelo’ ocuparam o Porto, onde sofreram um longo cerco do exército miguelista. Em 20/6/1833 mais um desembarque liberal, agora no Algarve, tem melhor sorte e depois de vencerem os miguelistas em Cacilhas avançam até Lisboa. Somam mais vitórias, o exército miguelista chefiado pelo Duque de Cadaval, que cercava o Porto, destroça, e no ano de 1834 e sob a ameaça das forças da Quadrupla-Aliança que invadem Portugal, os realistas transigem, tendo Dom Miguel I assinado a capitulação, para não ver derramado mais sangue português, pelas armas estrangeiras, assinando, em 26 de Maio de 1834 a Convenção de Évora-Monte. Entrega as suas jóias ao irmão D. Pedro, Duque de Bragança, como contribuição para o esforço de reconstrução do País após a guerra, e que suscitou de D. Pedro o comentário emocionado: "Isto são mesmo coisas do mano Miguel".

No dia 1 de Junho de 1834, D. Miguel parte do Palácio de Vila Viçosa para embarcar num navio de guerra britânico em Sines, com destino a Génova, tendo pernoitado pela última vez em solo português na vila alentejana de Alvalade, e de manhã deixa definitivamente Portugal, seguindo para Itália, mas ainda ao largo da costa portuguesa, D. Miguel denuncia a Convenção, redigindo uma carta em que declara que firmara o acordo sob coacção. No dia 20 de Junho impetra um protesto formal contra a renúncia que fora forçado a fazer dos seus direitos à Coroa de Portugal.

Protesto e Declaração de Génova:
«(...) Em consequencia dos acontecimentos que Me obrigaram a sair de Portugal e abandonar temporariamente o exercicio do Meu poder; a honra da Minha Pessoa, o interesse dos meus Vassallos e finalmente todos os motivos de justiça e de decoro exigem que Eu proteste, como por este faço, à face da Europa, a respeito dos sobreditos acontecimentos e contra quaesquer innovações que o governo que ora existe em Lisboa possa ter introduzido, ou para o futuro procurar introduzir contrarias às Leis fundamentaes do Reino.

D’esta exposição pode-se concluir que o Meu assentimento a todas as condições que Me foram impostas pelas forças preponderantes, confiadas nos generaes dos dois governos de presente existentes em Madrid e Lisboa, de accordo com duas grandes Potencias, foi da Minha parte um mero acto provisorio, com as vistas de salvar os Meus Vassallos de Portugal das desgraças que a justa resistencia que poderia ter feito, lhes não teria poupado, havendo sido surprehendido por um inesperado e indesculpavel ataque de uma Potencia amiga e alliada.

Por todos estes motivos tinha Eu firmemente resolvido, apenas tivesse liberdade de o praticar, como cumpria à Minha honra e dever, fazer constar a todas as Potencias da Europa a injustiça da aggressão contra Meus direitos e contra a Minha Pessoa; e protestar e declarar, como por este protesto e declaro, agora que me acho livre de coação, contra a capitulação de 26 de maio passado, que Me foi imposta pelo governo ora existente em Lisboa; auto que fui obrigado a assignar, a fim de evitar maiores desgraças e poupar o sangue de Meus Fieis Vassallos. Em consequencia do que deve considerar se a dita capitulação como nulla e de nenhum valor.»

Génova, 20 de Junho de 1834.
D. Miguel I, Rei de Portugal.
Ainda viveu depois em Londres.
Escreveu, Camilo Castelo Branco:
'Rei! no dia em que descestes
Do Vosso throno real
Apagou-se a luz da gloria,
Cerrou-se o livro da história
Do Reino de Portugal.'
O sobrinho-neto D. Pedro V encontra-se com D. Miguel na sua viagem a Londres, ficam muito amigos e trocam assídua correspondência.

Dom Miguel, acaba por se fixar na Alemanha, onde, em 1851, contrai matrimónio com D. Adelaide de Loewenstein-Wertheim-Rochefort-Rosenberg, de quem teve sete filhos. Aproxima-se das correntes da Maria da Fonte e da Patuleia. O sobrinho-neto D. Pedro V aproxima-se ainda mais, e correm rumores de que chega a acontecer um encontro secretíssimo entre os dois Reis, em Mafra, a 5 de Outubro de 1859, pois Dom Miguel fez questão de vir consolar D. Pedro V aquando da morte de D. Estefânia. Com a morte de D. Pedro V, D. Miguel volta a afastar-se dos seus parentes que agora reinavam.

Dom Miguel falece a 14 de Novembro de 1866, após uma paralisia pulmonar, e, imediatamente, o Rei Dom Luís I decreta luto nacional por 20 dias. Reis são Reis, política é outra coisa!

Dom Miguel, O Primeiro de Seu Nome jaz sepultado no Mosteiro de São Vicente de Fora, no Panteão dos Bragança.
Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica

sexta-feira, 28 de outubro de 2022

REAL DE VISEU CONVIDA PARA A COMEMORAÇÃO DO 631º ANIVERSÁRIO D'EL REI DOM DUARTE

 

PROGRAMA


DIA 31 DE OUTUBRO (SEGUNDA-FEIRA)

12:00 HORAS: HOMENAGEM JUNTO À ESTÁTUA DO REI, NA PRAÇA DOM DUARTE EM VISEU
12:15 HORAS: MISSA DE SUFRÁGIO NA CAPELA DE NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS (JUNTO AO LARGO PINTOR GATA)

ESTA HOMENAGEM TERÁ A PRESENÇA DA CÂMARA MUNICIPAL E DA FREGUESIA DE VISEU

18:00 HORAS: MUSEU NACIONAL DE GRÃO VASCO. APRESENTAÇÃO DA OBRA "LIVRO DOS CONSELHOS D'EL REI DOM DUARTE", DA AUTORIA DO HISTORIADOR SENHOR DR JOÃO FERREIRA DA FONSECA. PELO SENHOR DR PACHECO PEREIRA.
19:00 HORAS: MOSTRA DE FALCOARIA MEDIEVAL, PELA ASSOCIAÇÃO DE RECREAÇÃO HISTÓRICA PORTUCALE FIDELIS. MUSEU NACIONAL DE GRÃO VASCO
21:00 HORAS: CONCERTO DE MÚSICA MEDIEVAL ERUDITA, PELO GRUPO JOGRALESCA. MUSEU NACIONAL DE GRÃO VASCO

O PROGRAMA APÓS ÀS 18 HORAS É ORGANIZADO PELA CÂMARA MUNICIPAL E FREGUESIA DE VISEU

ÀS 20 HORAS, HAVERÁ UM JANTAR DA REAL ASSOCIAÇÃO DE VISEU, EM LOCAL PRÓXIMO. INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES SOBRE ESTE JANTAR SERÃO DADAS EM BREVE. OS PRESENTES NA HOMENAGEM E NO JANTAR TÊM LUGAR NOS EVENTOS ACIMA REFERIDOS.





PENSAMENTO DE ANTÓNIO SARDINHA

 

‘A dignificação política do nosso País conseguir-se-á quando os homens bons de Portugal se resolverem a arrancar os Municípios das mãos em que caíram, cortando pela raiz o partidismo.’

António Sardinha (Monforte, 9 de Setembro de 1887 — Elvas, 10 de Janeiro de 1925) | Político anti-maçónico e anti-iberista, historiador, poeta, ensaísta e doutrinador Monárquico português

EM 21 DE OUTUBRO DE 1147, DOM AFONSO HENRIQUES CONQUISTOU LISBOA AOS MOUROS

O Cerco de Lisboa teve início a 1 de Julho de 1147 e durou 3 meses, até 21 de Outubro, e integrou a Reconquista Cristã da Península Ibérica, culminando com a conquista desta cidade aos mouros pelas forças lideradas pelo primeiro Rei de Portugal Dom Afonso Henriques (1112-1185) com o auxílio dos Cruzados que faziam escala no Porto e se dirigiam para a Segunda Cruzada na Terra Santa.

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

QUANDO O POVO SOUBER

"Descontando o mais que provável lapso quanto ao século XX, não é admissível que um Professor de Direito passe uma borracha sobre as formas distintas de funcionamento e de organização do Estado Português durante mais de setecentos anos e as reduza a um conceito tão equívoco quanto circunscrito no tempo. Não, Prof. Marcelo: Portugal não foi uma monarquia absoluta da sua fundação até quase ao fim do século XX."


A editora Razões Reais publicou em Maio de 2020 o livro Quando o povo quiser – uma antologia comemorativa dos dez anos do Correio Real - cujo título se inspira num excerto da conclusão do excelente ensaio “O Rei e a Constituição”, da autoria do senhor Professor Manuel Braga da Cruz. Esta aponta para a vontade de um «povo mobilizado e sensibilizado por quem tem convicções monárquicas» que, em referendo, poderia escolher democraticamente uma outra forma de Chefia do Estado.

É sabido que a forma republicana de governo, consagrada na alínea b) do artigo 288.º, é um dos limites materiais à revisão da Constituição vigente, significando, por isso, que, no actual quadro constitucional, semelhante alteração careceria de uma prévia eliminação daquele obstáculo formal. Mas, se o povo quisesse, não seria certamente este a detê-lo. As bibliotecas estão cheias de instrumentos jurídicos destinados à imortalidade e rotulados de perfeição que não duraram o tempo que demorou a secar a tinta em que foram imprimidos.

A questão prende-se, sobretudo, com o povo e a sua vontade, se esta está em condições de ser exercida em liberdade e se essa liberdade é fundada em conhecimento. A falta dele não constitui uma fatalidade, mas é agravada pela informação errada ou, no mínimo, imprecisa (para não lhe chamar outras coisas) que reiteradamente recebe sobre a História do país. Tivemos um exemplo flagrante disso mesmo há pouco tempo por parte de alguém que, não apenas pelas funções que exerce, que são transitórias, mas pelas de toda a sua vida, tinha obrigação de ser mais rigoroso.

Refiro-me às declarações do Presidente da República, proferidas por ocasião do VII Congresso Nacional da ACEGE – Associação Cristã de Empresários e Gestores – no passado dia 6 de Maio. Nestas, o senhor Professor, e sublinho a palavra Professor, Marcelo Rebelo de Sousa disse ser «Tudo muito difícil numa pátria em que a monarquia absoluta durou do quase início da sua História até ao quase final do século XX.» Ao lê-las na comunicação social – incrédulo – fui confirmar se correspondiam à verdade: correspondem. São facilmente consultáveis no site da Presidência da República.

À incredulidade seguiu-se a estupefacção e à estupefacção a tristeza. Descontando o mais que provável lapso quanto ao século XX, não é admissível que um Professor de Direito passe uma borracha sobre as formas distintas de funcionamento e de organização do Estado Português durante mais de setecentos anos e as reduza a um conceito tão equívoco quanto circunscrito no tempo. Não, Portugal não foi uma monarquia absoluta da sua fundação até quase ao fim do século XX. E quem o disse sabe-o. Sabendo-o, não poderia tê-lo dito. Muito menos como justificação sintética para todos os nossos males.

Teria sido excelente que a monarquia tivesse sido capaz de resistir à erosão que a corroeu, renovar-se e subsistir. Mas hoje seria igualmente bom que quem chefia o Estado atentasse no que diz, demonstrasse mais respeito pela verdade e, de caminho, fosse capaz de corrigir erros flagrantes.

Passados que estão mais de 110 anos da implantação da República, é manifesto que as dificuldades pátrias não se resolveram pela adopção da forma republicana de governo, tendo sido agravadas por ela em muitos casos. E arriscam continuar a agravar-se se quem cumpre mandatos públicos de especial relevo optar pelo disparate como forma de as justificar.

Quando o povo souber, talvez queira. Mas não quererá enquanto não souber e não poderá querer o que desconhece.  Felizmente que no Estado português ainda há quem não escamoteie o contributo da monarquia para o nosso caminho comum multissecular:

(…) na lembrança da forte ligação familiar de Vossa Alteza Real, Grão-Duque Henri, com Portugal desde D. Miguel, em pleno século XIX, aliás aqui presente, tal como seu irmão D. Pedro, na pessoa do herdeiro de séculos de História de Portugal, que nós respeitamos e evocamos sempre, um exemplo do que é Portugal e Portugal democrático. (Aqui ao minuto 1)

Neste dia 11 de Maio, o do jantar oferecido a Suas Altezas Reais os Grão-Duques do Luxemburgo pelo Presidente da República, o estadista Marcelo Rebelo de Sousa prevaleceu sobre outro Marcelo Rebelo de Sousa. Seria bom que estivessem mais vezes de acordo.

João Vacas

Texto originalmente publicado na revista Correio Real nº 24


Real Associação de Lisboa