♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

A REALIDADE E OS ARGUMENTOS

Um monarca está em melhores condições do que qualquer outro cidadão que tenha de ser eleito para ser independente e não ter de se sujeitar aos ditames da “popularidade” para uma qualquer reeleição.

Para lá do excesso de mediatismo da morte e cerimónias fúnebres da Rainha Isabel II, da repetição até à náusea de reportagens, directos e comentários nas televisões (algo que não é exclusivo deste momento, antes um efeito mimético dos editores da informação televisiva quando um acontecimento desperta muita atenção popular), numa sobrecarga que enjoa qualquer um, ficará destes dias uma reflexão que se pode fazer.

Foi possível assistir a reações genuínas e comovidas de muitos, mas também à raiva e até à insensatez, motivada quiçá por falta de pensamento elaborado sobre o tema e ausência de conhecimentos históricos com que alguns falaram da morte da Rainha de Inglaterra, nalguns casos em termos absolutamente deploráveis.

É verdade que a monarquia causa arrepios na pele a muita gente que, legitimamente, se pergunta porque há de alguém ser discriminado e ascender a um cargo público, de representação nacional, apenas pelo seu nascimento?

Compreendo absolutamente esta questão, tanto em termos filosóficos, como políticos.

Mas creio que o início da melhor resposta surge logo na própria pergunta. Quando se trate apenas, só e exclusivamente de representação – e influência, com certeza – porque não?

Quando ao monarca, por via constitucional, são concedidos zero poderes de Direito, e apenas lhe são reservadas as já referidas missões de representação e influência, será que podem advir daí os ganhos suficientes, que permitam superar esse primeiro e filosófico entrave da discriminação por via hereditária?

Em primeiro lugar, é bem claro que a monarquia constitucional não se incompatibiliza com a democracia, bem pelo contrário. Algumas das democracias mais plenas em todo o mundo são monarquias.

Desde logo a Inglaterra, ou o Reino Unido como um todo, se preferirem, cuja chefia de Estado por parte da Coroa se alarga a países como a Austrália, Canadá ou Nova Zelândia.

Bélgica, Espanha, Japão, Luxemburgo, Marrocos, Países Baixos, Noruega ou Suécia são outras nações no mundo cuja chefia de Estado recai em monarcas.

Pobres democracias estas, não é? Coitadinhos dos cidadãos destes países, têm tanto a aprender sobre Democracia e Liberdade com países republicanos como Portugal, não acham?

A questão efetiva é que em muitas cabeças republicanas e jacobinas, o Rei ainda é pensado como um déspota que exerce um determinado nível de poder sem qualquer sufrágio que o mandate para tal, sem qualquer assentimento do povo, sendo acompanhado nessas funções por uma corte de inúteis aristocratas que valem apenas pelos seus títulos nobiliárquicos.

Mas a verdade é que essas monarquias já não existem, como em tudo, as instituições monárquicas também souberam reinventar-se para a idade moderna, evoluir, modernizar-se.

Algo que os críticos recusam fazer no que à sua observação das monarquias diz respeito. São os críticos que ficaram parados no tempo, não as monarquias modernas.

Nas monarquias constitucionais, liberais e democráticas dos países que referi acima, o monarca não exerce qualquer tipo de poder efetivo, exerce apenas esse poder de representação do país e do povo.

E quanto à corte e à aristocracia, está-lhe reservada, em termos de reconhecimento constitucional, exactamente o mesmo que nas repúblicas, ou seja, zero. Nada.

Sendo supra partes, isto é, não dependendo de qualquer apoio de facção, de qualquer percurso político-partidário, de qualquer conotação política, ideológica ou religiosa, de qualquer interesse económico, para ocupar e desempenhar esse cargo de representação, um monarca está em melhores condições do que qualquer outro cidadão, que tenha de ser eleito, para ser verdadeiramente independente, e para não ter de se sujeitar aos ditames da “popularidade” para uma qualquer reeleição.

Um rei é rei porque sim, e essa é a maior garantia da sua total independência.

E esta independência supra partes, emanada diretamente do povo, por razões históricas, simbólicas e de familiaridade, não fará ela falta para temperar as imperfeições das democracias, máxime as “partidocracias” e os governos reféns de interesses económicos ou de grupos?

Talvez isto mereça, pelo menos, uns minutos de reflexão, até ao mais empedernido dos republicanos e jacobinos. E quem acha que a Democracia é perfeita, que atire a primeira pedra.

Eu vou nesta viagem com Winston Churchill, partilhando com ele aquele lugar de onde se vê claramente que “a democracia é o pior dos regimes, à excepção de todos os outros”.

A Democracia pode ser melhorada e talvez possamos olhar para o Reino Unido, Austrália, Canadá, Nova Zelândia, Bélgica, Espanha, Japão, Luxemburgo, Países Baixos, Noruega ou Suécia, para aprender alguma coisa.

Parece que os cidadãos destes países não estão menos contentes com as Democracias em que vivem, nem com as condições de vida que têm, do que os cidadãos da orgulhosa República Portuguesa.

Não se trata aqui de querer converter seja quem for à Monarquia. Mas a reflexão sobre as formas de representação e governo dos povos não devem estar encapsuladas e limitadas por tabus. Os exercícios racionais merecem ter tempo e espaço nas nossas reflexões. Apenas isso.

André de Serpa Soares




Sem comentários:

Enviar um comentário