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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sexta-feira, 25 de novembro de 2022

DOM ANTÃO DE ALMADA - HERÓI DA RESTAURAÇÃO

 

Dom Antão de Almada foi o 7º Conde de Avranches, Comendador de dois terços de S. Vicente de Vimioso, Comendador da Ordem de Cristo, Senhor do Pombalinho e Senhor dos Lagares d’ El-Rei e um dos principais Conjurados da Restauração da Independência.

Era filho de Dom Lourenço de Almada (6º Conde de Avranches) e de Dona Francisca de Távora.

D. Antão de Almada foi um dos planificadores do movimento restaurador de 1640, e um dos principais intervenientes das reuniões conspirativas, sendo que as fundamentais foram mesmo realizadas no seu Palácio em Lisboa, o Palácio dos Almadas, como na noite de 12 de Outubro de 1640 - a mais importante de todas da Conjuração, pois além de D. Antão de Almada, participaram ainda D. Miguel de Almeida – o decano destes Conjurados -, o Monteiro-mor Francisco de Mello e seu irmão Jorge de Mello, António Saldanha, Pedro de Mendoça Furtado e o agente do Duque de Bragança em Lisboa, João Pinto Ribeiro.

Foi nessa reunião conjurativa que ficou decidido o encontro entre Pedro de Mendoça Furtado e Dom João (II) de Bragança (futuro Rei Dom João IV de Portugal) e que aconteceu na segunda quinzena de Outubro, onde o Duque foi instigado a assumir o seu dever de defesa da Independência portuguesa, assumindo a Coroa de Portugal.

D. Antão de Almada foi, assim, um dos 40 Conjurados que a 1 de Dezembro de 1640, restauraram a Independência do Reino de Portugal, ao invadirem o Paço da Ribeira, sede da Duquesa de Mântua, a espanhola que, desde 1634, ocupava o cargo de Vice-rainha de Portugal, e onde o seu Secretário de Estado, o traidor português Miguel de Vasconcellos e Brito, exauria, ao serviço do Rei castelhano, os portugueses pelo imposto.

Naquela manhã do dia 1 de Dezembro de 1640, pouco antes de entrar no Paço para a revolução que durou 15 minutos, foi interpelado por um conhecido e que lhe perguntou aonde ia, ao que retorquiu: "Vou ali trocar de Rei e já volto..."

Após a Restauração, Dom Antão de Almada foi nomeado para o Conselho de Estado e de Guerra e, como representante da Nobreza, para a Junta dos Três Estados. Exerceu ainda o mais importante cargo diplomático da altura: o de Embaixador ao Reino de Inglaterra entre 1641-42, tendo como objetivo o reconhecimento inglês da nova Dinastia reinante e da Independência portuguesa – defendendo que que, de acordo com a Lei Fundamental da Nação Portuguesa e o Direito Consuetudinário portugueses que Filipe I, sendo um Príncipe estrangeiro, nunca teria direito ao trono português, tanto mais que havia, segundo estas leis do País um candidato natural e legítimo: Dona Catarina, Duquesa de Bragança, e tal como Filipe I, neta d’ El-Rei Dom Manuel I, e que, segundo as Leis Portuguesas, as mulheres tinham direitos de sucessão desde que não casassem com estrangeiros. Ora, Dona Catarina de Bragança contraiu matrimónio com D. João I de Bragança e o seu primogénito D. Teodósio II, foi o 7.º Duque de Bragança, que por sua vez foi o pai de Dom João II de Bragança, que por benefício de representação viria a ser o Rei Restaurador Dom João IV de Portugal -, e negociar um tratado entre as duas Coroas. Para a sua nomeação terá contribuído a sua ascendência inglesa, e a titulatura por ser descendente do herói português Dom Álvaro Vaz de Almada (1392-1449), o 1.° Conde de Avranches, que foi um dos mais insignes cavaleiros da Europa do seu tempo. Alferes Mor de Portugal, Capitão Mor do Mar, Alcaide Mor de Lisboa, Dom Álvaro Vaz de Almada combateu na guerra dos 100 anos ao lado do Rei Henrique V de Inglaterra na Batalha de Azincourt (1415), onde se ilustrou pelas armas e praticou inúmeros actos de heroísmo, tendo-lhe sido atribuído, pelo monarca inglês, o título de Conde de Avranches – tinha conquistado aquela cidade francesa em 1421 - e agraciado com o grau de Cavaleiro da Ordem da Jarreteira figurando as suas armas no exclusivíssimo St. George Hall no Castelo de Windsor, onde a lista de portugueses agraciados não viria a incluir mais do que 15 personalidades, sobretudo Reis e Infantes e D. Álvaro Vaz de Almada, o 162° Cavaleiro da Jarreteira, como o único membro da nobreza e de sangue não real, confirmado.

Dom Antão partiu de Lisboa a 8 de Fevereiro de 1641, chegando a Inglaterra a a 6 de Março, endereçando uma carta ao monarca inglês a requerer a sua entrada na corte, o que sucedeu apenas um mês depois, devido à pressão espanhola junto da Coroa inglesa. As negociações arrastaram-se por vários meses e ficaram concluídas, em 29 de Janeiro de 1642, com a assinatura de um Tratado que estipulou a liberdade de comércio, de navegação e de utilização dos portos entre os súbditos das duas Coroas; a permissão dos Britânicos comerciarem em todas as possessões portuguesas, gozando dos mesmos privilégios que os súbditos daquelas; a autonomia britânica em importar e exportar qualquer tipo de mercadorias; a liberdade religiosa dos comerciantes britânicos nos domínios portugueses; a confirmação da convenção de Goa de 1635, e, que Inglaterra passaria a nomear, pela primeira vez, cônsules para o Reino português.

Após a conclusão daquele Tratado de paz e comércio, D. Antão de Almada regressou ao Reino a 18 de Julho de 1642, para assumir o cargo de Governador de Armas da Estremadura, uma vez que El-Rei Dom João IV se deslocara para o Alentejo, zona nevrálgica do conflito com Castela. Em Setembro de 1644, D. Antão foi requisitado para auxílio à vila de Elvas, onde viria a falecer vítima de doença, a 17 de Dezembro, sendo sepultado na igreja local de S. Francisco.

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica

Plataforma de Cidadania Monárquica

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