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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quarta-feira, 16 de novembro de 2022

"EGO REGINA TARASIA" - EU RAINHA TERESA


“Mãe de reis e avó de impérios, vela por nós!”- MENSAGEM de Fernando Pessoa
Há 892 anos, Novembro de 1130, a Condessa-rainha, D. Teresa, morre na Galiza.
Teresa de Leão, filha bastarda de Afonso VI de Leão e Castela, nunca se encolheu perante bispos, homens prepotentes da nobreza ou famílias poderosas. Nem deixou que outros decidissem a sua vida ou a do seu reino. Foi sempre ela a comandar as estratégias, a decidir as alianças ou a distribuir regalias e poderes para continuar a liderar o jogo como bem entendesse.

Infanta do reino de Leão e condessa do Condado Portucalense de 1112 a 1128, esposa de Henrique de Borgonha, conde Portucalense e mãe de D. Afonso Henriques, fundador do reino de Portugal, com a morte do conde, 1112, passa a reger o condado. Durante 16 anos, ela governa sem interferências, mediando conflitos, retribuindo lealdades, castigando traidores ou fazendo alianças.

Sonha fundar um grande reino que englobe os seus territórios portucalenses e o reino da Galiza, com esse objetivo adota o título de rainha a partir de 1116.

Devido às incursões mouras parte para Coimbra onde é cercada por estes em 1117. D. Teresa chefia as operações durante meses até os derrotar. O seu nome chega aos ouvidos do papa, que como reconhecimento da vitória, outorga-lhe o título de «Tarasia, Regina Portucalensis».

Para que sua meia-irmã Urraca de Leão lhe reconheça os direitos ao reino da Galiza alia-se à nobreza galega, liderada pelo conde de Trava, seu amante, na revolta galaico-portucalense contra Urraca. Em 1120 Urraca decide impor à força a vassalagem devida por D. Teresa. Avança com um exército sobre o condado e põe cerco à irmã no castelo de Lanhoso. Resiste durante um ano, mas em 1121 rende-se, mantendo o titulo de rainha.

A aliança com a nobreza galega acaba por levar à revolta dos barões portucalenses, que se vêm relegados para 2º plano nos cargos de poder. Reúnem-se em redor do infante Afonso Henriques, e com este como líder entram em revolta contra a sua regência. A 24 de Junho de 1128, na Batalha de S. Mamede, derrotam as forças de Teresa e da Galiza. Teresa é feita prisioneira e exilada na Galiza, território que com o seu condado a fez sonhar com a criação de um grande reino sob a sua liderança.













Imagem I: Monumento\estátua em homenagem ao foral atribuído pela rainha D. Teresa a Ponte de Lima em 1125, de Luís Valadares, Ponte do Lima, Março de 2002.

Imagem II: D. Teresa de Leão em ilustração de Alfredo Roque Gameiro no livro História de Portugal, popular e ilustrada (1899-1905) da autoria de Manuel Pinheiro Chagas.

Imagem III: Henrique de Borgonha, Conde de Portucale (1066-1112) e sua esposa, Teresa de Leão (1080-1130), em iluminura do século XVI, Genealogia dos Reis de Portugal, 1530 e 1534, por António de Holanda.

Imagem IV: Miniatura medieval representando D. Teresa, ao centro, com sua filha Urraca Henriques e o genro Bermudo Peres de Trava. Manuscrito gótico do mosteiro galego de Toxosoutos (Arquivo Histórico Nacional, Madrid. Tumbo de Toxosoutos, fol. 6v.).

Imagem V: Henrique de Borgonha, Conde de Portucale (1066-1112) e sua esposa, Teresa de Leão (1080-1130), autor desconhecido-

Imagem VI: Gravura de D. Henrique: do livro “História de Portugal”, de M. Pinheiro Chagas e gravura de D. Teresa: do livro “Memórias das Rainhas de Portugal”, de Frederico de La Figanière-

Imagem VII: Gtavura renascentista de Henrique de Borgonha, Conde de Portucale (1066-1112) e sua esposa, Teresa de Leão (1080-1130), autor desconhecido.

Imagem VIII: Carta de doação de D. Teresa, rainha de Portugal, do Castelo de Soure â Ordem dos Templários, 1128.

Imagem IX: Pormenor do selo da rainha D. Teresa, cruz cristã ao meio, sobreposta às pétalas de uma rosa, na Carta de doação do Castelo de Soure â Ordem dos Templários, 1128.

Imagem X: Túmulo de D. Teresa de Leão, rainha-condessa de Portucalense, na Sé de Braga, mandado fazer, no século XVI, pelo arcebispo D. Diogo de Sousa para guardar as ossadas da rainha-condessa.

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