A Real Associação da Beira Interior, com apoio da Junta de Freguesia de Orca e da Associação Recreativa e Cultural da Orca (ARCO), organizou uma palestra no passado dia 30 de Outubro, subordinada ao tema “Portugal na Expansão Ultramarina”.
O evento, que encheu o salão de festas local, tinha como orador convidado o historiador e professor Joaquim Candeias da Silva, que é membro da Academia Portuguesa da História e natural da terra.
Na Mesa, para além do orador, estiveram presentes: a Sr.ª Presidente da Junta de Freguesia de Orca, Maria da Ressurreição Mesquita Saraiva, a Sr.ª Presidente da ARCO, Emília Guterres, o Tesoureiro da Junta de Freguesia de Orca, Fernando Brás, e o Vice-Presidente da Real Associação da Beira Interior, Luís Duque-Vieira.
Numa síntese da matéria exposta, começou o Professor por definir alguns conceitos básicos de um tema tão vasto, referiu-se aos primórdios da Expansão, às condições geográficas, necessidades e motivações, ao espírito de cruzada existente nos séculos XIV-XV, à primeira “lança em África” (tomada de Ceuta em 1415, já com uma nova geração de gentes”), a que se seguiram as primeiras descobertas, sobretudo ao longo da costa africana.
O Mar Mediterrâneo na Idade Média era o centro do Mundo, ou seja, do Velho Mundo; e, nesse tempo, havia ainda grande receio de navegar para o desconhecido, sobretudo para o Oceano Atlântico e para o centro-sul do continente africano, por se pensar que seriam zonas inóspitas e inalcançáveis. Mas, lentamente, mercê de condições favoráveis, de uma boa gestão por parte da “classe dirigente” da nação e também de alguma heroicidade, os portugueses foram avançando, contribuindo largamente para os novos “Descobrimentos” a nível mundial.
Primeiro com rei D. João I e com o Infante D. Henrique, a quem se devem as primeiras expedições de descoberta, depois com o Infante-regente D. Pedro e mais tarde com os reis D. João II e D. Manuel I, Portugal torna-se um reino próspero, moderno, respeitado a nível internacional, incluindo nessa linha a própria sede da Cristandade, Roma e o Papa. Surgem então grandes realizações, como a passagem do Cabo da Boa Esperança, o Tratado de Tordesilhas, as descobertas do “caminho marítimo para a Índia” e do Brasil, a fundação do Estado Português da Índia...
Cabral torna-se no primeiro chefe de expedição a ligar quatro continentes. D. Manuel I torna-se no primeiro monarca à escala global e, com ele, Portugal passa a ser “pioneiro da globalização”. Lisboa, capital do “Império”, passava também a ser, por isso mesmo, o centro da primeira “Economia-mundo”, aonde acorre gente de todas as partes.
O orador concluiu mostrando também a importância da Beira Baixa na Expansão Portuguesa, pois foram inúmeros os beirões que nela participaram, gente oriunda de todos os concelhos (mormente de Castelo Branco, Covilhã e Fundão), ao longo de vários séculos e pelas mais diversas formas.
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