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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sexta-feira, 30 de dezembro de 2022

♔ | JUSTIÇA SOCIAL & MONARQUIA


‘Falar de justiça entende-se hoje, sobretudo, falar de justiça social.

O trabalho devidamente remunerado e assegurado, liberto da interferência humilhante do favor dos empenhos; a assistência na doença e na invalidez; a reforma para os trabalhadores de todas as profissões; a educação dos filhos proporcionada sem exceções de lugar ou de categorias; habitação condigna facilitada a cada família; a elevação geral do nível de vida das classes pobres e médias — são princípios elementares de justiça social que defendemos na primeira linha das prioridades.

Proclamamos que não basta enunciá-los e repeti-los num programa ideal, aliás comum a todos os governos, a todos os partidos e a todos os tempos. A fome, o frio, o desconforto físico e moral, a doença, as privações pela insuficiente retribuição do trabalho, a miséria por falta de emprego ou por incapacidade para o serviço, a insegurança do futuro, constituem situações cujo lancinante dramatismo não se demove apenas com palavras ou boas intenções.

Realizações e não promessas é que contam na resolução do problema social.

Mas, faltam para já os meios necessários?

Não podemos aceitar essa desculpa de uma sociedade onde chega o dinheiro para inúmeras festividades dispensáveis e na qual, em planos privilegiados, um vultuoso supérfluo se ostenta diariamente em luxos e dissipações.

A desmesurada acumulação da riqueza que o país observa e o crescente depósito de capitais na banca estrangeira, ainda recentemente objeto de medidas governamentais, são prova de que não se trata principalmente de falta de meios para efetivação de uma política de alcance social. O que realmente existe de impeditivo é uma injusta distribuição dos rendimentos nacionais.

Tem-se publicado na Imprensa, sem desmentido, que uma minoria privilegiada de 2,5% da população do país aufere 50% da totalidade do rendimento nacional, cabendo, pois, os outros 50% aos 97,5% restantes portugueses.

Nestas circunstâncias parece inútil esperar que uma melhoria do nível médio de vida venha depender de um aumento de produção...

A consagrada máxima — "é preciso que os ricos sejam menos ricos para que os pobres sejam menos pobres" — nunca teve mais oportunidade do que nos dias que vão correndo.

Mas, pomos nós a questão: Será indiferente a forma de governo para a resolução do problema social? Teria sido por simples acaso e mera coincidência que as Monarquias (as nórdicas, as dos Países Baixos, a inglesa, todas, com o pequeno Luxemburgo à frente) foram os primeiros países a adiantarem-se nas realizações sociais?

Não queremos de modo algum insinuar que não exista no credo republicano o mesmo sentimento de justiça, antes pelo contrário, mas a verdade é que se lhe deparam maiores obstáculos para o transpor da ideia à prática.

Debatendo-se com o predomínio das oligarquias capitalistas que se assenhoreiam facilmente do poder oriundo da eleição (pois não é o dinheiro que aciona a máquina da propaganda e que ganha ou compra a maioria dos votos?), sem uma autoridade superior e independente que as neutralize, resta no Estado republicano, como geralmente mais viável, o caminho da revolução, mas esta leva às soluções extremistas com o nivelamento por baixo, o que não é, evidentemente, um progresso.

A Realeza constitui um poder moderador que, mesmo nos regimes socialistas, condiciona o equilíbrio. É que, como já temos anotado, a Realeza tem nas suas funções a representação de tudo o que, sendo nacional, não logra representação por via eleitoral nem por partidos políticos.

O Rei é o deputado inato de todos os que votaram mas não conseguiram eleger, e de todos os que não votaram. Daí o imanente sentido de justiça social que há de impregnar a Realeza e dar-lhe o maior sinal da sua modernidade.’

MÁRIO António Caldas de Melo SARAIVA (Guimarães, 12 de Maio de 1910 - Cadaval, Vilar, 28 de Maio de 1998) in Quinto capítulo de "Razões Reais", Lisboa, 1987 | Historiador, escritor, político e médico português. Monárquico interventivo desde cedo, exerceu diversos cargos directivos no movimento monárquico, como o de presidente da Junta Distrital de Lisboa da Causa Monárquica e membro da sua Comissão Doutrinária

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