♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sexta-feira, 23 de dezembro de 2022

O ENCONTRO DA RAINHA DO REINO DO NDONGO COM O GOVERNADOR DE LUANDA



 O encontro da Rainha Nzinga Mbande ou Dona Ana de Sousa, do Reino do Ndongo com o Governador de Luanda João Corrêa de Souza em 1657


Após décadas lutando contra os portugueses de Luanda e seus aliados, assegurando a autonomia de seu Reino, em 1659 a Rainha Nzinga assinou um novo tratado de paz com Portugal.

Ajudou a reinserir antigos escravos e formou uma economia que, ao contrário de outras no continente, não dependia do tráfico de escravos. Em 1657, um grupo de missionários capuchinhos italianos convenceram-na a retornar à fé católica e, então, o governador de Angola, Luís Martins de Sousa Chichorro, restituiu-lhe a irmã, que ainda era mantida cativa. Dona Ana faleceu de forma pacífica aos oitenta anos de idade, como uma figura admirada e respeitada por Portugal.

Atualmente Njinga é considerada uma heroína na história de Angola, sendo até hoje lembrado por seus feitos políticos e militares. Uma das principais ruas de Luanda, capital da atual Angola leva seu nome e, na mesma cidade, encontra-se uma estátua no Largo do Quinaxixi, construída a mando do presidente José Eduardo dos Santos em comemoração aos 27 anos de independência do país.

Fonte: Cavazzi, Giovanni Antonio da Montecuccolo. Istorica descrizione de tre regni Congo, Matamba ed Angola. (Bologna, 1687). Heintze, Beatrix. Fontes para a história de Angola no século XVII. (2 vols, Wiesbaden, 1985–88)


17 de Dezembro de 1663: Morre Nzinga Mbandi Ngola, a Rainha Ginga (Ngola, foi o nome utilizado pelos portugueses para denominar aquela região - Angola).
Rainha Ginga, de seu nome Mbande Cakombe, * 1583 — † Reino da Matamba, 17 de Dezembro de 1663, também conhecida como Ngola Nzinga Mbande ou Dona Ana de Sousa - nome dado após sua conversão ao cristianismo, mas também conhecida, como Rainha N'Ginga, Rainha Ginga, Rainha Nzinga, Nzinga I, Rainha Nzinga Ndongo, Nzinga Mbandi, Jinga, Singa, Zhinga, Ginga, Ana Nzinga, Ngola Nzinga, Nzinga de Matamba, Rainha Nzingha de Ndongo, Ann Nzingha, Nxingha e Mbande Ana Nzingha, foi uma rainha (Ngola) dos reinos do Ndongo e de Matamba, no Sudoeste de África, no século XVII. O seu título real na língua kimbundu, Ngola, foi o nome utilizado pelos portugueses para denominar aquela região (Angola). Era filha de Nzinga a Mbande Ngola Kiluanje e de Guenguela Cakombe, e irmã do ngola Ngola Mbandi (o Régulo de Matamba).
Nzinga viveu durante um período em que o tráfico de escravos africanos e a consolidação do poder dos portugueses na região estavam a crescer rapidamente. Era filha de Nzinga a Mbande Ngola Kiluanje e de Guenguela Cakombe, e irmã do ngola Ngola Mbandi (o régulo de Matamba), que se revoltou contra o domínio português em 1618, foi derrotado pelas forças sob o comando de Luís Mendes de Vasconcelos. O seu nome surge nos registos históricos três anos mais tarde, como uma enviada de seu irmão, numa conferência de paz com o governador português de Luanda. Após anos de incursões portuguesas e entre batalhas intermitentes, Nzinga negociou um tratado de termos iguais, converteu-se ao cristianismo para fortalecer o tratado e adoptou o nome português "Dona Ana de Sousa".
No ano subsequente, entretanto, reiniciaram-se as hostilidades. Dois motivos alternativos costumam ser apontados:
Ngola Mbandi teria se revoltado novamente, fazendo grandes ofensas aos portugueses e derrotando as tropas do governador português João Correia de Sousa em 1621. Dona Ana, entretanto, teria permanecido fiel aos portugueses, a quem teria auxiliado por vingança ao assassinato, pelo irmão, de um filho seu. Depois de envenenar o irmão, sucedeu-lhe no poder.
Tendo os termos do tratado sido rompidos por Portugal, Dona Ana pediu a seu irmão para interceder e lutar contra a invasão portuguesa. Diante da recusa do irmão, Nzinga, pessoalmente, formou uma aliança com o povo Jaga, desposando o seu chefe e, subsequentemente, conquistando o reino de Matamba. Ganhou notoriedade durante a guerra por liderar pessoalmente as suas tropas e por ter proibido as suas tropas de a tratarem como "Rainha", preferindo que se dirigissem a ela como "Rei".
Em 1635, encontrava-se disponível para formar uma coligação com os reinos do Kongo, Kassanje, Dembos e Kissama.
Como soberana, Nzinga, rompeu os compromissos com Portugal, abandonando a religião católica e praticando uma série de violências não só contra os portugueses, mas também contra as populações tributárias de Portugal na região. O governador de Angola, Fernão de Sousa, moveu-lhe guerra, derrotando-a em batalha e aprisionando-lhe duas irmãs, Cambe e Funge. Estas foram trazidas para Luanda e baptizadas, respectivamente com os nomes de Bárbara e Engrácia, tendo retornado em 1623 para Matamba.
A rainha manteve-se em paz por quase duas décadas até que, diante do plano de conquista de Angola por forças da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, percebeu uma nova oportunidade de resistir. Traída eventualmente pelos Jagas, formou uma aliança com os holandeses, que, à época, ocupavam boa parte da Região Nordeste do Brasil. Com o auxílio das forças de Nzinga, os holandeses conseguiram ocupar Luanda de 1641 a 1648.
Em Janeiro de 1647, Gaspar Borges de Madureira derrotou as forças de Nzinga, aprisionando sua irmã, Dona Bárbara. Com a reconquista definitiva de Angola pelas forças portuguesas de Salvador Correia de Sá e Benevides, retirou-se para Matamba, onde continuou a resistir.
Em 1657, um grupo de missionários capuchinhos italianos convenceram-na a retornar à fé católica e, então, o governador de Angola, Luís Martins de Sousa Chichorro, restituiu-lhe a irmã que ainda era mantida cativa.
Em 1659, Dona Ana assinou um novo tratado de paz com Portugal. Ajudou a reinserir antigos escravos e formou uma economia que, ao contrário de outras no continente, não dependia do tráfico de escravos. Dona Ana faleceu de forma pacífica aos oitenta anos de idade, como uma figura admirada e respeitada por Portugal.
Após a sua morte, os portugueses passaram a controlar a área em 1671. Em certas áreas, Portugal não obteve controle total até o século XX, principalmente devido ao seu tipo de colonização, centrado no litoral.
Influência de Njinga:
- No Brasil, o nome da Rainha Ginga é referido em vários eventos da Festa de Reis dos negros do Rosário, onde reis de congo católicos lutam contra reis que não aceitam o cristianismo.
- Filme em seu Tributo: "Njinga -Rainha de Angola"
A Rainha Njinga, do século XVII, revela a história da guerreira africana e Rainha do Congo/Angola que travou uma guerra de 40 anos contra a presença portuguesa no seu território. Com bravura, perseverança e determinação, a Rainha Njinga lutou uma longa batalha para recuperar o trono e depois liderar o seu povo numa batalha intensa contra o exército português pela liberdade nacional do seu reino - Ngola e Matamba.

Bibliografia:
AGUALUSA, JOSÉ EDUARDO. A rainha Ginga: E de como os africanos inventaram o mundo. Lisboa: Quetzal, 2014. 288 p. ISBN: 9789897221606.
CAVAZZI DE MONTECUCCOLO, Pe. João António (1622-1692). Descrição histórica dos três reinos do Congo, Matamba e Angola (2 vols.). Lisboa: Junta de Investigações do Ultramar, 1965. .
DIAS, Gastão Sousa. Heroismo e lealdade: quadros e figuras da Restauração em Angola. Lisboa: Agência Geral das Colónias, 1943. 95 p.
GONÇALVES, Domingos. Notícia Memorável da vida e acçoens da Rainha Ginga Amena, natural do Reyno de Angola. Lisboa: Oficina de Domingos Gonçalves, 1749.
MELLO, António Brandão de. Breve história da rainha Zinga Mbandi, D. Ana de Sousa. in: Boletim da Sociedade de Geografia de Lisboa, série 63, nº 3 e 4 (1945), p. 134-146.
MILLER, Joseph C., Njinga of Matamba in a New Perspective, in: Journal of African History, 16/2, 1975, pp. 201–16.
PARREIRA, Adriano. Economia e sociedade em Angola na época da rainha Jinga: século XVII. Lisboa: Editorial Estampa, 1997. 247 p. ISBN 930-921-473
WEBER, Priscila Maria. “Aquela belicosa raynha com valor costumaz”: as ambiguidades de Ginga na obra “História Geral das Guerras Angolanas” de Oliveira de Cadornega e seus usos na historiografia brasileira. Dissertação de Mestrado, PUCRS – Porto Alegre, 2013
(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro e Wikipédia)

Sem comentários:

Enviar um comentário