♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

terça-feira, 28 de março de 2023

D. AFONSO HENRIQUES E O MOSTEIRO DE SANTA CRUZ EM COIMBRA

O Mosteiro de Santa Cruz foi fundado em 1131 com o apoio de D. Afonso Henriques, em Coimbra, que era, à época, capital do Condado Portucalense.
A ordem monástica deste mosteiro eram os Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, que mantiveram sempre uma forte ligação a D. Afonso Henriques e à realeza portuguesa.
Esta ligação manifestar-se-ia novamente aquando da conquista da cidade de Lisboa aos mouros em 1147. Apoiando a fundação de um novo mosteiro na cidade recém-conquistada, D. Afonso Henriques acabaria por entregar o Mosteiro de São Vicente de Fora também aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Inclusive, o edifício original teria parte da sua arquitetura inspirada no de Santa Cruz de Coimbra.
Curiosamente, o mosteiro lisboeta que foi baseado no de Santa Cruz de Coimbra, primeiro panteão real, viria a albergar, séculos mais tarde, o último panteão real.
Nos azulejos da Portaria do Mosteiro de São Vicente de Fora, encontra-se representada a história da fundação do mosteiro. História essa, que começa precisamente com uma representação de D. Afonso Henriques no Mosteiro de Santa Cruz em Coimbra, onde os monges se despedem do rei que se prepara para partir à conquista de terras aos mouros. De facto, foi na sequência destas conquistas que surgiu o Mosteiro de São Vicente de Fora.
Pormenor painel de azulejos: D. Afonso Henriques e os monges, c.1710, da autoria de Manuel dos Santos.📷

 

MANUEL SALDANHA DE ALBUQUERQUE E CASTRO, 1º CONDE DA EGA

 



Momentos de História e Memória

II ENCONTRO "CANTANHEDE, HISTÓRIA, ARTE E PATRIMÓNIO"



 Cantanhede, no dia 31 de Março, e a Ançã, no dia 1 de Abril

Encontros Cantanhede, História, Arte e Património

A história, a arte e o património são manifestações maiores da memória de uma comunidade. Memória, que em sentido pleno, é a relação entre o tempo, a vivência e o devir. Soma de experiências e registo de realidades plurais e de afetividades.

Foi sob este espírito que se realizou, em 8 e 9 de Abril de 2022, o I Encontro Cantanhede – História, Arte e Património, logo designado I porque nascido com a intenção da continuidade. Assim se cumpre o fado em 2023 que traz a Cantanhede, no dia 31 de Março, e a Ançã, no dia 1 de Abril, o II Encontro.

Rememorar Cantanhede na realidade do seu património, seja o construído pelo homem, quer pelas suas mãos quer pelas manifestações do espírito, seja o natural que a natureza lhe deu para lar, é a finalidade destes Encontros, que procuram numa reunião anual ser rumo de uma convergência de estudos e investigações – institucionais, económicos e culturais -, e esteio para a sua publicação e divulgação científica.

É o encontro com a miscelânea de uma longa jornada. Dos vestígios arqueológicos, da malha urbana onde se irmanam os edifícios religiosos e laicos, das edificações vetustas e simbólicas às construções mais comuns, do património que o espírito teceu da escrita à música erudita e popular. Das gentes comuns e das figuras ilustres. Das marcas etnológicas. E seguramente, também, do património natural, dessa terra que Deus deu e o que o homem também trabalhou e modelou.

Resguardada das rotas mais movimentadas, Cantanhede constituiu, não longe destas, uma identidade singular, no encontro da arenosa Gândara com a argilosa Bairrada, marcada institucional e socialmente pela secular permanência do Senhorio da Casa de Cantanhede-Marialva, até que o liberalismo tenha decisivamente uniformizado a administração nacional.

Mas não se restringe à singularidade o domínio dos Encontros. Propõem-se ser tão vastos como as pluralidades que a história traçou a Cantanhede:

  • o da sua integração externa, num mundo mais vasto, olhando extramuros a projeção que esta terra e gentes tiveram mais além, através dos seus naturais, que traçaram rotas quer no Portugal de antanho e nos seus domínios além-mar, quer nos tempos recentes, e dos seus produtos, da pedra mole de Ançã, com que se erigiram alguns dos simbólicos padrões da nacionalidade, à afamada produção vinícola, que já há quase um século volvido levou a que as armas de Cantanhede incluíssem nas suas peças heráldicas dois cachos de uvas.  
  • o da pluralidade interna do seu concelho, nomeadamente a que o liberalismo trouxe, com as reformas administrativas que legislou e que os novos tempos impuseram. Reformou-se o poder e a configuração do concelho, que hoje alberga no seu seio vários antigos municípios, alguns com a memória reduzida a reminiscências que aguardam ressuscitar da pesada sonolência. Trabalhos recentemente surgidos auguram o despontar de uma vitalidade da historiografia das freguesias.

Em virtude da pertinência dos temas abordados para os Professores dos vários níveis de Ensino este II Encontro terá três atividades de formação de curta duração (3h/cada – Despacho n.º 5741/2015) acreditadas pelo Centro de Formação da Associação de Escolas Beira Mar.

PROGRAMA 

31 de março | Biblioteca Municipal de Cantanhede

  • 09h30 – Sessão de Abertura

    Dra. Helena Teodósio, Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede

    Prof. Cat. José Sales, Vice-Reitor da Universidade Aberta

    Dr. Pedro Saraiva, Presidente do Círculo Português de Estudos Humanísticos. Humana.Idade.XXI

    Mestre Teotónio Cavaco, Diretor do Centro de Formação de Associação de Escolas Beira-Mar

    Prof. Doutor Fernando Larcher, Comissão Organizadora

  • 10h00 –1º FORUMArte, Memória e Património

    Moderador: Prof. Cat. Virgolino Jorge, Apos. Univ. Évora

    – Umas memórias corográficas inéditas: A Breve Descripção da Villa de Cantanhede de Manuel Joaquim de Oliveira Almeida Vidal

             Prof.Doutor Fernando Larcher, CPEH / Inst.Pol.Tomar / CHAM – Univ.Nova

    – S. Marcos no séc. XX português: dos Meneses aos Braganças

             Prof.Doutor Pedro Rebelo Botelho Alfaro Velez, Univ. Europeia / IURIS, Fac.Dir.Lisboa

    Debate

  • 11h20 – Pausa para café
  • 11h30 – 2º FORUMFiguras ilustres

    Moderador: Prof. Doutor Duarte Nuno Chaves, Univ.dos Açores / CHAM – Univ.Nova e Univ.Açores

    – O Marquês de Marialva e a sua escola de arte equestre, de Lisboa a Quioto

             Prof. Doutor Carlos Pereira, Sorbonne Nouvelle – Paris 3 / Soc.Franç.de Zoosémiotique / Inst.de primatologie de l’Univ.de Kyoto  

    – Duas figuras ilustres e esquecidas em Cantanhede: António e Matias de Carvalho e Vasconcelos 

             Prof. Doutora Maria Madalena Pessôa Jorge Oudinot Larcher, CPEH / Inst.Pol.Tomar / CHAM – Univ.Nova

    -Debate-

  • 13h00 – Pausa para almoço
  • 14h30 –Evocação da Dra. Ana Elvira Rocha da Silva Poiares

    Prof. Doutor Fernando Larcher, CPEH Inst.Pol.Tomar / CHAM – Univ.Nova

  • 15h00Apresentação da mostra do espólio recuperado das Irmandades de Murtede e de Enxofães exposto no átrio da Biblioteca Municipal

    Mestre António Fernando Rodrigues da Costa, Apos. Esc. Superior de Hot. e Turismo / Univ.Lusófona

  • 15h10 – 3º FORUMPara a história das freguesias do concelho de Cantanhede

    Moderador: Prof. Coord. João da Cunha Matos, Apos. Inst. Pol. Tomar

    – População e família em Murtede nos inícios de Oitocentos

                   Prof. Doutora Guilhermina Mota, Apos. Univ. Coimbra

    – Murtede e Enxofães, ou da urgência em salvaguardar o património ali existente

                   Mestre António Fernando Rodrigues da CostaApos. Esc. Superior de Hot. e Turismo / Univ.Lusófona

    –  Valorizar e (Re) descobrir o Hospital Colónia Rovisco Pais 

             Dra. Cristina Nogueira, Núcleo Museolog. do Centro de Medicina de Reabilitação da Região Centro – Rovisco Pais, CulturAge

    -Debate-

  • 17h30 – Pausa para café e abertura da exposição “Gravetos da Gândara”
  • 18h00 – Apresentação do livro Gravetos da Gândara de António Castelo Branco

    Palavras do Autor, Dr. António Castelo Branco

    Apresentação pelo Prof. Cat. José Ribeiro Ferreira, Univ. Coimbra

    Cantanhede de Honra

01 de Abril | Quintal da Fonte – Ançã

  • 10h00 – Sessão de Abertura

    Dr. Pedro Cardoso, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Cantanhede

    Dr. Cláudio Cardoso, Presidente da Junta de Freguesia de Ançã

  • 10h30 – 4º FORUMAnçã, na pedra, na história e na imprensa

    Moderador: Dr. Pedro Cardoso, Câmara Municipal de Cantanhede

    – Tempo e paisagem: a pedra e o homem. Uma viagem pelo mesozoico de Ançã

    Eng. André Almeida Paiva, Museu da Pedra, Div. da Cultura da C.M.Cantanhede

    – Retalhos da história de Ançã

    Prof. Cat. Maria Alegria Marques, Apos. Univ. Coimbra

    – Ançã, terra de cultos e folganças

    Mestre Manuel Cidalino Madaleno, Apos., Univ. Lille

    -Debate-

  • 13h00 – Pausa para almoço
  • 15h00Visita guiada a Ançã, pelo Investigador Doutor Roger Lee de Jesus, Universidade de Leibniz, Hannover

REAL DA MADEIRA E PORTO SANTO ORGANIZOU O "JANTAR DO SENADO"


No início de cada ano, a Real Associação da Madeira e do Porto Santo organiza o chamado ‘Jantar do Senado’, para comemorar a reunião do Senado da Câmara do Funchal no dia 13 de Janeiro de 1641, onde os Três Estados (Povo, Clero e Nobreza) debateram e votaram a posição a assumir perante os acontecimentos de 1 de Dezembro de 1640. Como resultado dessa reunião e votação, foi decidido aclamar Dom João de Bragança como Rei de Portugal (Dom João IV). O arquipélago da Madeira ficou para a história como o primeiro território ultramarino português a aclamar o monarca.

Em 2023, o Jantar do Senado teve lugar no restaurante Il Vivaldi onde os membros da Real Associação da Madeira e do Porto Santo se juntaram para celebrar a Restauração da Independência, ouvir a leitura da Mensagem do 1º de Dezembro de S.A.R. o Duque de Bragança, debater e enaltecer o Desígnio Nacional, no contexto da actual crise mundial.

Em nome da Direcção, agradeço a todos os que participaram e contribuíram para o que foi um debate animado e pertinente, reflectindo em conjunto, sobre o contributo que podemos dar, individual e colectivamente, para promover a recuperação económica e social - sustentável a todos os níveis -, da Madeira e do Porto Santo.

Agradeço em particular aos membros da Direcção da RAMPS que muito se empenharam para concretizar este evento.

Reais saudações,

O Presidente da Direcção,

João Carlos da Cunha Paredes













segunda-feira, 27 de março de 2023

♔ | EM 26 DE MARÇO DE 1211 MORRIA EL-REI D. SANCHO I

D. Sancho I (Coimbra, 11 de Novembro de 1154 — Santarém, 26 de Março de 1211), foi o 2.º Rei de Portugal (1185-1211). Era o 5.º filho (2.º varão) d’ El-Rei Dom Afonso I Henriques e de D. Mafalda de Saboia, e nasceu, em 11 de Novembro de 1154, em Coimbra, e foi baptizado com o nome de Martinho, por haver nascido no dia do São Martinho de Tours. Não estaria preparado para reinar; no entanto, a morte do seu irmão mais velho, o Infante D. Henrique, quando Martinho contava apenas três anos de idade, levou à alteração da sua onomástica para um nome mais hispânico, ficando desde então 'Sancho Afonso', e, atirou-o para a tarefa, mais tarde, de reger os destinos do Reino.

Em 15 de Agosto de 1170 Sancho foi armado cavaleiro pelo seu Augusto pai, logo após o acidente de D. Afonso Henriques em Badajoz, onde ficou gravemente ferido em resultado de uma ferida numa perna. O Cerco de Badajoz ocorreu em Maio de 1169. Tendo o rei D. Afonso I Henriques ido socorrer o salteador Geraldo Geraldes «o sem pavor», que cercava Badajoz, foram os portugueses surpreendidos pela chegada de reforços leoneses, vendo-se obrigados a fugir. Na fuga, porém, D. Afonso Henriques sofreu um acidente: batendo de encontro ao ferrolho de uma das portas da cidade, partiu o fémur da perna direita e foi feito prisioneiro. Embora, bem tratado pelos captores, a libertação do rei ocorreu depois do pagamento de um resgate em dinheiro e da entrega de certas terras conquistadas, que havia entregue aos Templários. A carreira militar de D. Afonso Henriques terminava aqui. É nesta altura instaurado um conselho de regência para governar em nome do rei incapacitado. A regência ficou a cargo dos filhos do rei que ainda se encontravam, àquela data, no reino: Sancho e a sua irmã Teresa.

A partir de 1174, D. Afonso I afasta-se definitivamente dos assuntos do reino, destacando-se os corregentes Teresa e Sancho que partilhavam o governo do Reino; Teresa desempenhava funções administrativas e Sancho encarregava-se de guerrear.

É nesta data, que D. Sancho casou com D. Dulce de Aragão, filha de Raimundo Béranger IV. Subiu ao trono em Dezembro de 1185 por morte de D. Afonso Henriques, sendo coroado na Sé de Coimbra, mantendo essa cidade como o centro do seu reino. D. Sancho deu por finda as guerras fronteiriças pela posse da Galiza e dedicou-se a guerrear os mouros do Sul. Aproveitou a passagem pelo porto de Lisboa dos cavaleiros a caminho da 3ª Cruzada, na Primavera de 1189, para com a ajuda dos cruzados tomar Alvor e conquistar Silves, importante centro administrativo e económico do Sul, com população estimada em 20 mil pessoas. Sancho ordenou a fortificação da cidade e construção do castelo que ainda hoje lá está. Foi acordado que a cidade seria para os portugueses e o saque para os cruzados. Após uma rápida conquista dos subúrbios, portugueses e cruzados depararam-se com uma encarniçada resistência que durou 43 dias. D. Sancho I passou então a intitular-se Rei de Portugal e dos Algarves. A posse de Silves foi passageira uma vez que, em 1190, Almançor cercou a cidade de Silves com um exército e com outro atacou Torres Novas, que resistiu ao acossador somente 10 dias, devido ao rei de Leão e Castela ameaçar de novo o Norte.

O povoamento das terras abandonadas, com colonos estrangeiros da Flandres e de Bolonha, foi uma das suas principais preocupações, dai o cognome ‘O Povoador’, deste Rei muitas vezes esquecido, talvez por ter sucedido a seu pai, o gigante Dom Afonso I Henriques.

Para alcançar este objectivo desenvolveu as instituições municipais e concedeu diversos forais, principalmente na Beira e em Trás-os-Montes: Gouveia (1186), Covilhã (1186), Viseu (1187), Bragança (1187), etc. Entre os anos de 1192 e 1195 receberam também forais Penacova, Marmelar, Pontével, Povos e S. Vicente da Beira. Os concelhos fronteiriços receberam privilégios particulares, tais como isenção de trabalhar na construção de castelos e muros, isenção do pagamento dos impostos de portagem e de colheita. A criação dos concelhos, para além do contributo que deu para o melhoramento económico e social, trouxe também vantagens de ordem militar e financeira, pois promoveu o aumento do número de combatentes que não recebiam soldo.

Sancho I dedicou muito do seu esforço governativo à organização política, administrativa e económica do seu reino. Acumulou um tesouro real e incentivou a criação de indústrias, bem como a classe média de comerciantes e mercadores.

O rei é também lembrado pelo seu gosto pelas artes e literatura, tendo deixado ele próprio vários volumes com poemas – é de sua autoria ‘Ay eu Coitada’, a mais antiga cantiga de amigo, dedicada à sua amante Maria Paes Ribeiro, ‘A Ribeirinha’.

No seu reinado alguns portugueses frequentaram, mesmo, universidades estrangeiras, nomeadamente, Direito em Bolonha.

O Escudo Português data do reinado de D. Sancho I, e desde então está presente em cada bandeira histórica, de uma forma ou de outra; é o principal símbolo português, bem como um dos mais antigos.

O Brasão de Armas de Portugal, «de prata, com cinco escudetes de azul, postos em cruz de Cristo, cada um carregado por cinco besantes de prata, postos em cruz de Sto. André (ou quincunce); bordadura de vermelho carregada de sete castelos de ouro; e Coroado».

Quanto ao seu significado, a explicação lendária do escudo de prata carregado de escudetes azuis besantados de prata nasceu da mítica batalha de Ourique, na qual Jesus Cristo terá aparecido a El-Rei D. Afonso Henriques prometendo-lhe a vitória, se adoptasse por armas as suas chagas (em número de cinco, donde os cinco escudetes em quincunce/cruz de Santo André); os besantes são a prova da soberania portuguesa face a Leão, pelo direito que assistia ao soberano de cunhar moeda própria; a bordadura de vermelho carregada de sete castelos de ouro representa, segundo a tradição, o antigo reino mouro do Algarve.

D. Sancho envolveu-se, também, nas disputas entre Leão e Castela, entrando em guerra com Leão em 1196 e 1199. Durante o seu reinado, deterioraram-se as boas relações com a Santa Sé, primeiro por tentar furtar-se ao pagamento do censo anual de dois marcos-ouro -acordado pelo pai -, e, ulteriormente, por causa do litígio com o bispo do Porto aquando do casamento do herdeiro do trono com D. Urraca, filha de Afonso VIII de Leão. O papa Inocêncio III incumbiu o bispo de Samora de anunciar a pena de excomunhão do monarca português pela retenção do bispo. Também, entrou em choque com o bispo de Coimbra.

Ao aproximar-se da morte, reconciliou-se com os prelados e aceitou as exigências papais.

D. Sancho I de Portugal morreu, em Santarém, a 26 de Março de 1211, e jaz sepultado no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra ao lado de seu pai, D. Afonso I Henriques.

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica 

IMAGENS DE AVEIRO E SÃO JOÃO DA MADEIRA EM 1908


 

Momentos de História e Memória

MARCOS PORTUGAL, MESTRE DA CAPELA REAL

A 24 de Março de 1762 nasce Marcos António da Fonseca Portugal.

Grande compositor. Foi mestre de música do Teatro do Salitre, para onde entrou em 1785 e mestre da Capela Real e do Teatro de S. Carlos.
Prolífico compositor com mais de 70 obras dramáticas, incluindo cerca de 40 óperas, e mais de 160 obras religiosas, conheceu um sucesso internacional sem paralelo na história da música portuguesa.
Fez carreira brilhante na Europa, com óperas encenadas em Lisboa e em diversas cidades italianas, bem como em Paris e São Petersburgo.
Compositor preferido de D. João, foi convocado com caráter de urgência pelo Príncipe Regente a 7 de Janeiro de 1811, chegando ao Rio de Janeiro a 11 de Junho de 1811. Algumas de suas óperas foram representadas no Real Teatro de S. João, no Rio de Janeiro.
Foi o autor dos dois primeiros hinos oficiais de Portugal (Hymno Patriótico, 1809) e do Brasil (Hino da Independência do Brasil, 1822).
Marcos de Portugal faleceu no Rio de Janeiro, a 17 de fevereiro de 1830.
Na imagem, gravura de Marcos Portugal.

O "AZUL" DO JORNAL PÚBLICO E A OBRA "D. CARLOS E O ESTUDO DAS AVES"


O “Azul” do Público continua a quebrar os ossos ao Rei D. Carlos. Logo o Chefe de Estado que legou a Portugal, talvez como nenhum outro antes ou depois, um espólio incomensurável no domínio dos estudos do meio natural e expedições científicas.
Esta peça dos abutres é triste e não é “azul” coisíssima nenhuma. Pela lógica do quebra-ossos do Público, então o Museu Natural de Londres é um atentado à ciência, não?



A obra científica do Rei D. Carlos estende-se para além da Oceanografia, área em que deixou uma obra mundialmente reconhecida. O gosto que tinha pela caça serviu para despertar em D. Carlos o interesse pela Ornitologia, a ciência que estuda as aves. Ao longo dos anos foi recolhendo uma grande variedade de exemplares de aves, que estudava e classificava, reunindo uma importante coleção que constitui uma mostra significativa da fauna ornitológica portuguesa.

Em 1893, D. Carlos de Bragança decide publicar um “Catalogo Illustrado das Aves de Portugal”, uma obra com interesse prático e fundamental para a ornitologia portuguesa. Escreveu ele próprio o manuscrito com as 292 espécies que admitia existirem então em Portugal, apresentadas por ordem sistemática e divididas por uma série de fascículos, cada um com vinte ilustrações coloridas e respetivos textos de apoio, escritos em Português e em Francês. A publicação seria dirigida pelo seu naturalista Alberto Girard e as estampas, ilustrando as espécies, executadas por Enrique Casanova.

Apesar da sua intenção, D. Carlos apenas teve oportunidade para publicar os dois primeiros volumes daquela obra, em 1903 e 1907, cada um com 20 espécies de aves. Mas ficaram completas as 301 gravuras, que representam todas as espécies que foi sucessivamente reconhecendo em Portugal, pela sua observação e a de outros naturalistas.

Em 1985 a Imprensa Nacional publica um suplemento com 53 destas estampas, mas sem qualquer texto.

Em 2002 e 2006, o Aquário Vasco da Gama publica dois volumes que reúnem as restantes 200 estampas coloridas inéditas, com os correspondentes textos de apoio, reconstruídos a partir das anotações, também inéditas, de D. Carlos de Bragança.