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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

domingo, 22 de janeiro de 2023

DIA DE SÃO VICENTE, PADROEIRO DE LISBOA


A 22 de Janeiro a igreja celebra São Vicente Mártir. Sobre a sua Lenda não vou falar, porque já todos conhecem a sua história.

O que interessa hoje falar é o porquê de São Vicente ser venerado em Lisboa. Quando a Península foi conquistada em 713, ao contrário do que se diz, os mouros permitiam que os cristãos mantivessem o seu culto, tendo para isso que pagar um imposto acrescido. A partir desse ano os cristãos da Península foram sendo influenciados não só pela tradição, mas sobretudo pelos povos que a conquistaram, pelos seus usos, costumes, língua, etc... nasceram assim os cristãos árabes ou "moçárabes". Tinham liturgia própria, e mantiveram o culto até à época da reconquista cristã. Eram pois estes cristãos (moçárabes), que mantinham a Fé viva em Lisboa, debaixo do manto de Santa Maria de Alcamim, padroeira da Sé moçárabe da antiga Lisboa, no local onde hoje se situa a Igreja de S. Cristóvão, na Mouraria. Sabe-se que estes cristãos peregrinavam ao promontório sacro, em Sagres ("Sacrum Promontorium" hoje conhecido como Ponta de Sagres, embora o Cabo de S. Vicente seja também denominado por Promontório Sagrado), a venerar o suposto corpo do Mártir São Vicente. Inúmeros relatos falam da existência de corvos nesse local, guardando o Corpo do Mártir. Aquando da conquista de Lisboa, o problema começou... no ataque dos cruzados à cidade (principalmente Ingleses e Normandos), não só foram assassinados muçulmanos, mas também muitos destes cristãos moçárabes, e inclusive o seu Bispo... Supostamente, os cruzados não saberiam da existência de cristãos na cidade, e ficaram admirados por no ataque à cidade, estes "bradarem por Jesus e Maria".... Possivelmente de forma a sarar as feridas a esses cristãos, D. Afonso Henriques terá mandado procurar no Algarve (ainda território mouro), o corpo de São Vicente, mas não o encontraram. Só numa segunda busca, é que o corpo foi encontrado. Trazido para Lisboa, a nau foi sempre guardada por dois corvos: um à proa outro à popa. Chegando o corpo de noite à cidade, aportou junto da igreja de Santa Justa (a Baixa de Lisboa ainda era um enorme braço navegável do Rio Tejo). Permaneceu nessa noite em Santa Justa, mas o cabido sabendo da chegada do corpo, conseguiu convencer o Prior de Santa Justa, e levou o corpo para a Sé. Por esse motivo, por muito estranho que pareça, o Mosteiro de São Vicente de Fora nunca possuiu o corpo do seu orago. Começa então o culto de São Vicente a ser incrementado na Sé. Mas o povo nunca se apegou a ele... era sobretudo um culto das elites reais e dos que lhe eram próximos. Com o passar dos século, em determinadas obras na Sé, a urna com as relíquias foi de tal forma bem guardada numa das suas paredes, que se perdeu o seu rasto. Só anos mais tarde, em novas obras, voltou a ser encontrada. Tinha o Santo um Altar riquíssimo, onde estiveram os famosos Painéis de São Vicente (hoje no MNAA), obra prima da pintura portuguesa e mundial. Chegados ao grande terramoto de 1755, parte da Sé desabou e ardeu. Só a muito custo se conseguiram encontrar as relíquias de São Vicente, muito partidas e carbonizadas. Estão hoje guardadas numa arca de madre-pérola. Resta também a Sacrossanta Mão, que a cada ano é mostrada ao povo e venerada por todos.
Sucintamente foi isto....

Na foto, a imagem de São Vicente que se venera na Patriarcal de Lisboa 

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