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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sábado, 21 de janeiro de 2023

♔ | EM 20 DE JANEIRO DE 1554 NASCIA EL-REI D. SEBASTIÃO

Dom Sebastião nasceu em 20 de Janeiro de 1554, e pelo facto, de ser o herdeiro tão esperado para dar continuidade à Dinastia de Avis, foi cognominado d’O Desejado; mas é também recordado como O Encoberto, devido à lenda messiânica que prevê o seu regresso numa manhã de nevoeiro, para salvar a Nação Portuguesa dos males que a assolam.

Neto do Rei D. João III, D. Sebastião torna-se herdeiro do trono depois da morte de D. João de Portugal, seu pai, apenas duas semanas antes do seu nascimento. Era pois, filho do Príncipe D. João e de D. Joana de Áustria. D. Sebastião herdou o trono de seu avô, o Rei D. João III, porque, apesar de este ter tido vários filhos, todos eles acabaram por falecer precocemente. Em 1557, com a morte do avô, ascende ao trono - Rei com apenas três anos – tornando-se o Décimo sexto rei de Portugal (1557-1578). Na menoridade de Dom Sebastião a regência é assegurada pela avó D. Catarina da Áustria e depois pelo tio-avô Cardeal D. Henrique.

Aos 14 anos Dom Sebastião I de Portugal é Coroado, Aclamado e Alevantado Rei de Portugal e assume os destinos e governação do Reino.

Memorial para Governo do Reyno, d’El-Rei D. Sebastião:

- Terey a Deos por fim de todas as minhas obras, e em todas ellas me lembrarey Delle.
- Em me deitando, e levantando, conta com Elle muito particular.
- Cuidar à noite, em que falley naquelle dia.
- Trabalharey muito por dilatar a Fé.
- Favorecerey muito as cousas da Igreja.
- Armar todo o Reyno.
- Defender alfayas, e delicias.
- Fazer merce a bons, castigar os máos.
- Não crer levemente, e ouvir sempre ambas as partes.
- Fazer justiça ao grande, e ao pequeno sem exceição de pessoa.
- Tirar as onzenas.
- Conquistar, e povoar a Índia, Brasil, Angola e Mina.
- Todo o que me fallar deshonestidades, castigallo rijamente.
- Quando houver que fazer alguma cousa, comunicalla primeiro com Deos.
- Reformar os costumes começando primeiro por mim no vestir, e comer.
- Em negocios ter primeiro conta com o bem comum, e depois com os particulares.
- Tirar alguns tributos, e buscar modo, com que Lisboa seja abastada.
- As Leys que fizer, mostrallas primeiro a homens de virtude e letras para que me apontem os inconvenientes, que tiverem.
- Levar os subditos por amor, em quanto poder; ser inteiro aos grandes, humano aos pequenos.
- As Commendas sirvão se a África.
- Naõ ter junto de mim, senão homens tementes a Deos.
- Devaçar dos Oficiais de Justiça, e Fazenda cada anno.
- Escrever a todos os Prelados, que fação dizer Missas, e Oraçoens por mim, e pedir Jubileo ao Papa.
- Terey nos póstos do mar homens de confiança, e os que entrão, que naõ sejaõ suspeitos na Fé.
- As cousas, que naõ entender bem, communicallas primeiro com quem me possa dar parecer desenganado.
- Naõ dar nem prometer nada, sem saber se he injustiça, ou mal feita.
- Mostrar bom rostro, e agasalhado a todos.
- Prover os cargos, e Officios em quem for para isso, e naõ por outros respeitos.
- Naõ desmayar nas difficuldades, antes ter mayor fé, e confiança em Deos.
- Tirar a cobiça.
- Mostrar sempre animo liberal, e naõ aquanhado.
- Gavar os homens, e cavalleiros, que tiverem bons procedimentos, diante de gente, e os que tiverem prestimo para à República, e mostrar aborrecimento às cousas a ella prejudiciaes.
- Os meus Embaixadores andaraõ sempre vestidos à Portugueza.
- Em todas as cousas, que fizer, terey primeiro conta com a honra de Deos.
- Serey pay dos pobres, e de quem naõ tem quem faça por elles.
Rey

O Rei de Portugal ia combater em Pessoa, não mandava os soldados sozinhos, era o Comandante-em-Chefe e o primeiro a avançar. Adiantava-se mesmo, não ficava no conforto dos salões, assarapantado em hesitações. De resto como quase todos os Reis foi assim, para sempre servir os interesses supremos da Nação. Por isso não se pense que guerrear era um impulso básico, mas uma forma de manter a paz: si vis pacem, para bellum (lat) - se queres a paz, prepara a guerra. Gnoma ainda, hoje, seguido pelas nações, que procuram fortalecer-se a fim de evitar uma eventual agressão.

Mens sana in corpore sano (lat) - mente sã em corpo são -, frase de Juvenal, utilizada para demonstrar a necessidade de um corpo sadio para serviços de ideais elevados. Os nossos Reis conciliavam a capacidade e a capacitação inerentes a um soldado apto para comandar um teatro de guerra, sem descurar as faculdades intelectuais – a educação de Dom Sebastião fora entregue aos Jesuítas -, até porque o melhor dos generais é o mais inteligente dos homens. Nisso seguiam os exemplos clássicos de Alexandre e de César, os mais brilhantes generais e os mais ilustrados das respectivas épocas.

Muitas vezes, e não poucos, atribuem ao corajoso Rei Dom Sebastião I de Portugal a imaturidade na sua resolução na empresa de Alcácer-Quibir, ora que injustiça chamar irreflectido ao Rei-menino que com tão exemplar acto de bravura procurou manter o Império que herdara e que sofria as investidas das hordas mouriscas. A Coroa sempre serviu o Império português fosse em que parte fosse da sua dilatada extensão e que estivesse disso necessitada.

No Reinado de D. Sebastião os ataques dos piratas e corsários eram constantes na rota para o Brasil e a Índia, e os Almorávidas ameaçavam as possessões em Marrocos, pelo que investiu muito na protecção militar dos territórios construindo ou restaurando fortes e fortalezas ao longo do litoral, para proteger a marinha mercante.

Porventura, ficou o Desejado, na penumbra de uma tenda de comando jogando xadrez com as suas peças de cavalaria ou com os seus peões?! Não, não ficou, avançou temerário! Não se conte o que sucedeu em seguida lançando o nome Sebastião no auto dos arrebatados, mas sim como o resultado de uma maquinação estrangeira para anexar o Portugal que havia perdido e cobiçava desde os tempos em que aquele Dom Afonso I Henriques, Rei de Portugal, ilustre descendente dos Reais Capetos de França e dos Imperadores da Hispânia, formou a mais Augusta e Antiga Dinastia Peninsular, pois caso único no Mundo é um facto que a Monarquia Portuguesa conheceu quatro Dinastias, mas todas elas pertencentes à mesma Família.

E não foi no Reinado de Dom Sebastião que se avançou pela África e foi fundada a cidade de Luanda, e não foi, também, no Seu Reinado que se consolidou o domínio da costa brasileira?! E se adquiriu Macau?! E a vitória dos Sarracenos em Alcácer Quibir não foi uma vitória de Pirro, pois perderam grande número de guerreiros o que permitiria a vitória cristã em Lepanto?! Perguntas retóricas, pois, necessárias respostas não são!

A História diz qu’El-Rei Dom Sebastião I desapareceu em combate, e ao contrário do que rezam as historiazinhas, foi traído várias vezes, há 444 anos, no momento decisivo da Batalha que virava a favor de Portugal, juntamente com o escol da Nobreza portuguesa, no dia 04 de Agosto de 1578, em Alcácer Quibir. No entanto, reza a Lenda que sobreveio, mas que foi convenientemente empurrado para o oblívio pelo usurpador castelhano e o seu partido de adesivos.

A Lenda diz ainda que voltará numa manhã de nevoeiro emergindo das nuvens do Tempo…

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica 

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