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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

terça-feira, 10 de janeiro de 2023

EM 7 DE JANEIRO DE 1830 MORRIA DONA CARLOTA JOAQUINA, RAINHA CONSORTE DE PORTUGAL


Dona Carlota Joaquina, Infanta de Espanha, Rainha Consorte de Portugal, de seu nome Carlota Joaquina Teresa Cayetana de Bourbon, *Madrid, Aranjuez, 25.04.1775 - †Sintra, Queluz, Palácio de Queluz, 07.01.1830, era filha de Carlos IV, Rei de Espanha (*1748 - †1819) e de Maria Luisa de Bourbon, princesa de Parma (*1751 - †1819); Neta paterna de Carlos III, Rei de Espanha (*1716 - †1788) e de Maria Amália, princesa de Saxe (*1724 - †1760) e neta materna de Filipe I, Duque de Parma (*1720 - †1765) e de Luísa Isabel de Bourbon, Princesa de França (*1727 - †1759). Dona Carlota Joaquina era descendente de Dom Afonso Henriques, por todos os ramos genealógicos.


Dona Carlota Joaquina, foi uma infanta da Espanha, rainha consorte de Portugal, Brasil e Algarves e Imperatriz Consorte do Brasil.

Primogénita de Carlos IV da Espanha e da rainha Maria Luísa de Parma, casou-se em Maio de 1785, aos dez anos de idade, com o então Senhor do Infantado e Duque de Beja (que subiria ao trono em 1816 com o título de Dom João VI), numa tentativa de cimentar laços entre as duas coroas ibéricas.

Detestada pela corte portuguesa, onde era chamada de a "louca careca", Carlota Joaquina também ganhou gradualmente a antipatia do povo, que a acusava de promiscuidade e de influenciar o marido a favor dos interesses da coroa espanhola.

Depois da transferência da corte portuguesa para o Brasil, Carlota Joaquina começou a conspirar contra o marido, alegando que o mesmo não tinha capacidade mental para governar Portugal e suas possessões, querendo assim estabelecer uma regência. Carlota Joaquina também planeava recuperar a coroa espanhola que estava nas mãos de José Bonaparte (irmão de Napoleão Bonaparte).

Após o casamento em 1817 de seu filho Dom Pedro (Dom Pedro I Imperador do Brasil e Dom Pedro IV de Portugal) com a arquiduquesa austríaca Leopoldina; e com o posterior regresso da família real a Portugal em 1821, Dona Carlota Joaquina ficou confinada ao Palácio Real de Queluz, onde morreu solitária e abandonada pelos filhos a 7 de Janeiro de 1830.

Após a sua morte, Dona Carlota Joaquina (principalmente no Brasil) tornou-se parte da cultura popular e uma figura histórica importante, sendo o assunto de vários livros, filmes e outras eventos.


Biografia:

A infância:

Nascida a 25 de Abril de 1775 no Palácio Real de Aranjuez, Aranjuez, Espanha, Dona Carlota Joaquina era a filha primogénita do rei Carlos IV da Espanha e da rainha Maria Luísa de Parma. Baptizada Carlota Joaquina Teresa Cayetana, era tratada apenas por Carlota, nome o qual homenageava seu pai e também seu avô, o rei Carlos III da Espanha (de quem Carlota era a neta predilecta). Apesar da rigidez da sua educação e da etiqueta da corte, a infanta foi descrita como travessa e brincalhona.

Teve uma educação rígida e profundamente católica, com base nos estudos da religião, geografia, pintura e equitação (Desporto predilecto de Dona Carlota). O temperamento fechado e austero da monarquia espanhola impunha à família e à toda corte rígidas normas de comportamento e etiqueta. O rei, Carlos III era um homem de comportamento reservado, que dedicava mais tempo à família do que pelas animações da vida cortesã, que ficavam a cargo de sua nora, Maria Luísa. A mãe de Dona Carlota Joaquina assumiu a organização dos eventos na corte, com festas luxuosas, onde a moral era facilmente esquecida. Logo, a sua imagem estaria ligada à de uma mulher promiscua, que traia o marido com outros homens. Entre eles, possivelmente, estava o primeiro-ministro Manuel de Godoy, cuja suposta ligação amorosa foi bastante explorada pela imprensa da época. Nem mesmo as gestações sucessivas e o nascimento de um herdeiro para o trono em 1784, livraram Maria Luísa do desprezo da população. Ela passaria à história como uma das rainhas mais impopulares da Espanha e sua má fama atingiu inclusive seus filhos, especialmente a sua primogénita.

Casamento:

A sua educação seria posta à prova quando foi submetida a uma série de exames públicos diante da corte espanhola e dos embaixadores portugueses, enviados em nome da rainha Dona Maria I de Portugal, para avaliar os dotes da princesa, destinada a casar-se com o infante português Dom João de Bragança (futuro Dom João VI de Portugal). Em Outubro de 1785, a Gazeta de Lisboa publicava um relato dos testes:

“Tudo satisfez tão completamente que não se pode expressar a admiração que deve causar uma instrução tão vasta em uma idade tão tenra: mas […] o decidido talento com que Deus dotou esta sereníssima Senhora, a sua prodigiosa memória, compreensão e desembaraço, mostrarão que tudo é possível, principalmente com o desvelo e capacidade com que o sobredito mestre lhe promove tão úteis e gloriosas aplicações.”

Comprovado o talento da noiva, não havia, portanto, qualquer impedimento para o consórcio com o príncipe português, teve o seu casamento arranjado, em 8 de Maio de 1785 (com apenas dez anos de idade). Ela e a sua comitiva partiram para Lisboa no dia 11 de Maio de 1785. No dia em que iria a Portugal, Dona Carlota Joaquina pediu à sua mãe para que fizessem uma pintura sua com seu vestido vermelho para colocar na parede, no lugar do quadro da infanta Margarida de Habsburgo (à qual Dona Carlota dizia superar em beleza). Viajaram com a infanta o padre Felipe Scio, famoso teólogo espanhol e erudito, D. Emília O’Dempsy, a açafata, e D. Anna Miquelina, criada particular da princesa. As bodas entre Dom João e Dona Carlota foram oficialmente realizadas no dia 9 de Junho. Ela tinha tão somente onze anos, enquanto ele dezoito. A pouca idade da noiva, por sua vez, era um empecilho para a consumação da união, de modo que a jovem deveria esperar algum tempo para que então se tornasse apta a conceber e gerar filhos.

(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, Geneall e Wikipédia) 

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