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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

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terça-feira, 31 de janeiro de 2023

OS LUSO-DESCENDENTES BAYINGYIS ESTÃO SOB ATAQUE


Os luso-descendentes bayingyis estão de novo sob ataque, perante a passividade das nossas autoridades e comunicação social. Aqui replicamos a notícia da Fundação AIS, cujo link pode consultar nos comentários.


"Joaquim Magalhães de Castro, director-geral para a região Ásia Pacífico da AILD, Associação Internacional de Lusodescendentes, lamenta, em declarações à Fundação AIS, “o silêncio” das autoridades face a mais um ataque contra um símbolo religioso e cultural em Mianmar, e fala mesmo em “barbárie”.

"A comunidade luso-descendente católica de Mianmar, os bayingyis, foi mais uma vez vítima de um ataque da junta militar", afirmou ontem ao telefone, ao princípio da noite, este responsável que é também investigador da História da Expansão portuguesa.

"Desta feita foi uma igreja centenária totalmente incendiada. Aqui, em Portugal, continua o silêncio, apesar de todos os factos do que tem vindo a acontecer, dos ataques, das destruições das colheitas e das casas. Portugal continua a ignorar e, mais grave ainda, continua a não reconhecer a existência desta comunidade apesar de historicamente isso estar mais do que comprovado. É lamentável", disse ainda este responsável.

LEVAR O ASSUNTO AO PARLAMENTO

Face à gravidade da situação, que a associação tem vindo a monitorizar, Joaquim Castro – autor também de diversos livros, nomeadamente "Viagem ao Tecto do Mundo", que foi adaptado para documentário e exibido na televisão portuguesa –reafirma a necessidade de se fazer alguma coisa, até mesmo ao nível político, para se proteger esta comunidade católica, os bayingyis, descendentes de combatentes portugueses que entre os séculos XVI e XVII estiveram ao serviço dos monarcas birmaneses.

"Da parte da nossa associação a AILD, vamos tentar levar o assunto ao Parlamento e divulgar isto o mais possível a ver se se consegue fazer algo para travar esta barbárie”, disse à Fundação AIS.

O ATAQUE À IGREJA EM CHAN-THA-YWA

O ataque à histórica Igreja de Nossa Senhora da Assunção no vilarejo de Chan-tha-ywa foi realizado, segundo a agência de notícias AsiaNews, do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras da Igreja Católica, por “soldados que atacaram e incendiaram a igreja ‘sem razão aparente’, porque no local não houve nenhuma luta ou confronto, e também nenhuma provocação”.

Citando fontes locais sob anonimato, a AsiaNews escreve ainda que “os soldados estavam estacionados em frente à igreja desde a noite de 14 de janeiro e, antes de deixarem a área, realizaram a ‘atrocidade’, incendiando ‘completamente’ a igreja, a casa do pároco e o centenário convento das irmãs, que desmoronou depois de ser envolto em chamas”.

A Igreja, erguida no século XIX, em 1894, “era motivo de orgulho para os católicos do Alto Mianmar não apenas por causa de sua tradição secular, mas pelo baptismo do primeiro bispo [do país] e por ter sido sede da ordenação de três arcebispos e mais de 30 sacerdotes e religiosas”, pode ler-se no relato da AsiaNews. “O local de culto era de facto um património histórico e cultural para todo o país, incluindo os budistas, e prova disso é o clima de cooperação fraterna que foi estabelecido entre as diferentes comunidades.”

HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA

Além da destruição do templo, há o relato ainda de que os soldados do governo terão ultrajado a sacralidade do local, “saqueando-o, bebendo álcool e fumando” no seu interior. Face a esta situação, “vários sacerdotes birmaneses fizeram apelos nas redes sociais para que rezem pelo país e pela própria comunidade cristã”, relata ainda a agência de noticias católica, sublinhando que “não houve” até ao momento, qualquer “tomada de posições ou declarações oficiais da Arquidiocese de Yangon e do Cardeal Charles Bo”.

Esta não é a primeira vez que a Associação Internacional de Lusodescendentes denuncia ataques contra as comunidades católicas em Mianmar. Em Julho do ano passado, e num comunicado enviado para a Fundação AIS em Lisboa, a AILD falava já numa “estratégia de terror adoptada pelos militares”, descrevendo ataques a algumas das 13 aldeias onde se concentram especialmente estas populações.

Uma das aldeias que já então estava na mira dos militares era Chan-tha-ywa. A 10 de Janeiro de 2022, “os soldados tomaram toda a aldeia, saqueando as habitações” e deixando um rasto de destruição e medo. “Abateram todo o tipo de animais domésticos, sustento das populações (vacas, búfalos, porcos, etc.), prenderam os poucos doentes e idosos que não puderam fugir, chegando a executar 3 habitantes, sem qualquer motivo.” Mais tarde, a 6 de Maio de 2022, “os soldados voltaram a Chan-tha-ywa, tendo incendiado 22 casas e destruído as respectivas colheitas”.

FUNDAÇÃO AIS LEMBRA “VÍTIMAS INOCENTES

A Fundação AIS tem vindo a acompanhar com preocupação a situação em Mianmar. A 1 de Fevereiro do ano passado, quando se assinalou o primeiro aniversário do golpe militar, a AIS convocou os seus benfeitores e amigos em todo o mundo para uma jornada de oração e de solidariedade para com a Igreja deste país asiático.

Na ocasião, Thomas Heine-Geldern, presidente executivo internacional da Fundação AIS, gravou uma mensagem desde Königstein, na Alemanha, explicando que a jornada de oração procurava ser “um sinal de solidariedade e de fraternidade” para com a Igreja local, lembrando todas as “vítimas inocentes” da violência que irrompeu neste país, desde que os militares tomaram conta do poder."" 

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