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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

terça-feira, 14 de fevereiro de 2023

♔ | A 13 DE FEVEREIRO DE 1919 CHEGAVA AO FIM A MONARQUIA DO NORTE

A 19 de Janeiro de 1919, o comandante Henrique de Paiva Couceiro, à frente de um milhar de soldados e algumas peças de artilharia, entrara no Porto e Restaurara a Monarquia Constitucional, na pessoa d’El-Rei Dom Manuel II, depositário de 771 anos de História de Portugal.

Em seguida constituiu-se uma Junta Governativa do Reino, presidida pelo “Comandante“ - como era tratado pelos seus amigos e apoiantes - Paiva Couceiro, que proclamou a Restauração da Monarquia na varanda do Governo Civil do Porto, perante os ‘Vivas!’ do Povo.

Todo o Norte e algumas povoações do centro aderiram à Monarquia: o Minho e grande parte da Beira, eram completamente realistas. Em Viana do Castelo a adesão foi total!

A linha da frente monárquica ficou perto de Ovar. O Sul manteve-se, quase na sua totalidade, republicano, mas as tropas monárquicas lideradas por Ayres d’Ornellas, lugar-tenente d’El-Rei D. Manuel II, que sempre servira a Pátria e o Rei com denodo, fosse como militar ou, ulteriormente, como Ministro de Estado e da Marinha no Ministério de João Franco, estavam estacionadas, em Monsanto, ponto estratégico para bombardear e dominar a cidade de Lisboa, enquanto as republicanas se agrupavam para atacar essas posições.

A 24 de Janeiro de 1919, Ayres d’Ornellas telegrafa de Monsanto a Paiva Couceiro, informando:

‘Situação óptima. Bandeira azul e branca acaba de ser içada em todos os quartéis. Temos 30 bocas de fogo e três batalhões de infantaria, toda cavalaria, muita polícia e inúmeros civis. As adesões continuam. Viva a Monarquia! - Ayres d'Ornellas.’

Em Monsanto, a Bandeira Azul e Branca foi hasteada pelo herói João de Azevedo Coutinho, ex-governador-geral de Moçambique (1905-1906), Conselheiro de Sua Majestade Fidelíssima, 53.º Governador Civil do Distrito de Lisboa, e, por duas vezes, Ministro da Marinha e Ultramar (1909-1910) nos últimos governos da Monarquia Constitucional Portuguesa.

Mas os estudantes académicos radicais de Lisboa, futuros bacharéis pífios como os que os armavam, tinham-se reunido no dia 22 de Janeiro de 1919, no quartel das Janelas Verdes e formaram um Batalhão Académico, para participar no recontro do Monsanto, onde com os Batalhões Cívicos da Formiga-branca e grande parte da Marinha – onde foram pescados a generalidade dos primos da Carbonária para fazer a Revolução de 1910 -, atacaram as forças monárquicas.

Os confrontos, em Lisboa, prolongaram-se por 5 dias, durante os quais se defrontaram ferozmente Monárquicos e republicanos, com uma intensa batalha de artilharia, que fez muitos mortos e feridos de ambos os lados, tendo morrido ao todo 39 pessoas e ficado feridas 330. As forças monárquicas, cercadas, ficaram sem mantimentos e munições e sem possibilidade de evacuação e tratamento dos feridos. Sem munições, os monárquicos foram atacados por todos os lados, inclusive foram bombardeados pelos hidroaviões republicanos pilotados por Sacadura Cabral e Santos Moreira, e, assim, Ayres de Ornellas com algumas centenas de monárquicos do Regimento de Lanceiros 2, forças de Cavalaria 4, 7 e 9, tiveram que se refugiar no forte de Monsanto, só que com terreno pouco propício para a arma de cavalaria, acabariam por se render.

Apesar desta derrota dos monárquicos, o país encontrava-se claramente dividido e continuava a ser governado por dois governos, um republicano em Lisboa e outro monárquico no Porto. Contudo era a Norte, que a Monarquia tinha prevalecido.

Após a vitória de Lisboa, as forças republicanas dirigem-se ao Norte do país, começando por submeter toda a Beira, incluindo a sua capital Viseu e muitas outras povoações.

Seguiram depois para a Régua e Albergaria, que após violentas refregas dominaram. Muitas unidades militares do Norte ao saberem da vitória dos republicanos em Monsanto, passaram-se então para o lado republicano.

Na cidade do Porto, os radicais republicanos começaram a manifestar o seu apoio à República, reunindo-se no Monte da Virgem.

As forças republicanas dominavam toda a logística do país, por terra, mar e ar, apresentando uma grande vantagem numérica e de armamento em relação às forças monárquicas: controlavam os abastecimentos de comida e munições, a pequena força aérea de hidroaviões e essencialmente dominavam todos os portos do país. As forças monárquicas em inferioridade clara decidiram constituir companhias de reservistas como o formado pelos estudantes da Universidade do Porto, de ideologia monárquica – que na Monarquia tinham constituído a Mocidade Monárquica e a Legião Azul - e que ficou conhecido por Real Batalhão Académico do Porto. Outros eram formados por gente pobre dos campos, sem preparação e mal equipada. Não era suficiente… a Monarquia soçobrava!

Na manhã de 13 de Fevereiro, foram realizados os derradeiros actos da Monarquia do Norte: na sede do Batalhão Real do Porto foi descerrado um retrato d’El-Rei Dom Manuel II e a Junta Governativa do Reino publicou o seu 15º Diário da Junta, último acto oficial da Monarquia do Norte.

O Comandante Paiva Couceiro encontrava-se fora do Porto, a inspeccionar as tropas no Picoto e em Espinho. Aqui anunciaram-lhe que vingara uma revolta republicana após a entrada de batalhões do C.E.P. vindos do Sul. O Regente em nome do Rei ainda marchou com as tropas monárquicas para o Porto, mas no caminho, a população ia avisando os soldados da coluna monárquica, da revolta republicana, e estes começam a desertar. Nesse mesmo dia, a Guarda Real, infiltrada pela formiga-branca e por radicais republicanos, revoltou-se e, ao fim de 25 dias, restabeleceu no Porto a República, acabando de vez com a guerra civil e o sonho da Restauração da Monarquia.

Começava a “caça às bruxas” – tanto ao gosto republicano-; os ministros da Junta Governativa do Norte e muitos militares monárquicos foram presos, julgados sumariamente e condenados a penas de prisão seguidas de degredo, ou então poderiam optar por uma pena única de degredo.

Durante este período foram cometidas enormes violências contra os presos políticos: os velhos republicanos repuseram no poder a República Velha e com ela as perseguições aos monárquicos, o desgoverno, a instabilidade política, a ditadura de partido único, a anarquia, a fome, a violência e o revolverismo.

Aproveitando o fim da Monarquia do Norte, os republicanos conseguiram acabar com o sidonismo, e implantaram de novo um regime parlamentar antidemocrático e de lutas intestinas.

Portugal perdeu o seu momento.

Henrique Mitchell de Paiva Couceiro, o último grande Herói português, o grande patriota, o Comandante Monárquico, exila-se em Espanha.

Honra a todos os Heróis que participaram na contra-revolução que restaurou a Monarquia Portuguesa e que ficou conhecida por Monarquia do Norte.

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica

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