♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2023

O ÚLTIMO PRÍNCIPE REAL DE PORTUGAL E SEU PAI, O REI D. CARLOS


1 de Fevereiro de 1908: S.A.R. o Príncipe Herdeiro Dom Luís Filipe é assassinado por terroristas maçons republicanos da "carbonária".


S.A.R. o Príncipe Herdeiro Dom Luís Filipe, de seu nome Luís Filipe Maria Carlos Amélio Fernando Victor Manuel António Lourenço Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Bento de Orleãns-Bragança e Saxe-Coburgo-Gotha, * Lisboa, Santa Maria de Belém, 21.03.1887 - † Lisboa, São Nicolau, 01.02.1908. Era filho de Dom Carlos I, Rei de Portugal (*1863 - †1908) e de Dona Amélia d' Orléans, Princesa de França, Rainha de Portugal (*1865 - †1951); Neto paterno de Dom Luís I, Rei de Portugal (*1838 - †1889) e de Dona Maria Pia de Sabóia, Rainha de Portugal (*1847 - †1911) e neto materno de Filipe d' Orleans, Conde de Paris (*1838 - †1894) e de Isabel d' Orléans, Infanta de Espanha (*1848 - †1919). Dom Luís Filipe foi Príncipe Real de Portugal, tendo sido Príncipe da Beira antes da subida de seu pai ao trono. Filho mais velho do Rei Dom Carlos I de Portugal e de sua mulher, a Rainha Dona Amélia de Orleães.

Dom Luís Filipe tinha ainda o título de Duque de Bragança, usufruindo dos rendimentos dessa grande dinastia, último morgadio que no seu tempo era ainda, legalmente, permitido em Portugal.

Educação:

Sendo os Bragança-Saxe-Coburgo-Gota uma família melómana em todos os tempos (tanto seu pai como o avô se dedicando, o primeiro à pintura e à ciência oceanográfica, e o segundo à literatura, tendo traduzido Shakespeare do inglês para o português), Dom Luís Filipe de Bragança teve uma educação esmerada em casa durante toda a sua infância, até ser entregue aos cuidados do seu preceptor, o herói das guerras de África Mouzinho de Albuquerque, recém-chegado das colónias, o qual deu início a uma apurada instrução militar ao seu discípulo.

Tal como o seu pai, foi um amante de fotografia, encontrando-se colaboração fotográfica da sua autoria no Boletim Fotográfico (1900-1914).


O Príncipe:

Exerceu a regência do Reino durante escasso período de tempo em 1907, aquando da deslocação de seu pai em visita protocolar ao estrangeiro. Nesse mesmo ano, e pela primeira vez para um príncipe português desde Dom João VI, deslocou-se Dom Luís Filipe de Bragança em viagem oficial às colónias, neste caso às africanas, visita com grande impacto nesse tempo.

O Príncipe Real, tal como seu pai, desfrutava de grande prestígio no Exército, e, sabendo das ameaças de morte a Dom Carlos, andava sempre armado de revólver, para o defender quando fosse preciso, jurando sempre que o matariam primeiro a ele antes que ele deixasse matar o seu pai e seu rei. E de facto, os relatos dizem que antes de morrer ainda atirou a um dos regicidas, atingindo-o ou matando-o mesmo, com o seu revólver Winchester.

O regicídio:

O Príncipe Real estava com seu pai no dia 1 de Fevereiro de 1908, quando o Rei foi baleado pelas costas, na nuca, e morreu assassinado por alguns elementos da Carbonária. O assassinato foi cometido quando a Família Real Portuguesa, os reis e o príncipe, regressada de Vila Viçosa, passava de carruagem pelo Terreiro do Paço, em Lisboa, à esquina da Rua do Arsenal. Ao tentar defender a sua família Dom Luís Filipe de Bragança conseguiu ainda abater um dos assassinos, sendo no entanto atingido mortalmente a tiro, sobrevivendo a seu pai por pouco tempo (Como a lei da ascensão automática ao trono prevista na lei, Dom Luís Filipe teria sido um dos monarcas com um dos reinados mais curtos da história, que durou apenas vinte minutos) . Apenas escapou ilesa ao atentado a rainha Dona Amélia de Orleães, sendo ferido no braço o Infante Dom Manuel, Duque de Beja, que assim subiu ao trono como Dom Manuel II.

Dom Luís Filipe encontra-se sepultado junto de seu pai no Panteão Real da Dinastia de Bragança, em Lisboa.

Títulos:

Príncipe Real

Príncipe da Beira

Duque de Bragança

Duque de Barcelos

Marquês de Vila Viçosa

Conde de Arraiolos

Conde de Barcelos

Conde de Neiva

Conde de Ourém

Ordens:

- Cavaleiros da Ordem da Jarreteira

- Cavaleiros da Ordem do Tosão de Ouro - Espanha

- Grã-cruz da Ordem de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa

(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, GeneAll e Wikipédia) 


1 de Fevereiro de 1908: S.M. Dom Carlos I Rei de Portugal é assassinado por terroristas maçons republicanos da "carbonária".

S.M. Dom Carlos I Rei de Portugal, de seu nome Carlos Fernando Luís Maria Victor Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis José Simão de Bragança Sabóia Bourbon e Saxe-Coburgo-Gota, *Lisboa, Ajuda 28.09.1863 - †Lisboa, São Nicolau 01.02.1908, era filho de Dom Luís I, Rei de Portugal e de Dona Maria Pia, Princesa de Saboia; Neto paterno de Dom Fernando II, Rei de Portugal (jure uxoris) Príncipe de Saxe-Coburg-Gotha e de Dona Maria II, Rainha de Portugal e neto materno de Victor Emanuel II, Rei de Itália e de Adelaide, Arquiduquesa da Áustria.

Dom Carlos I, foi Rei de Portugal e Algarves de 1889 até ao seu assassinato no dia 1 de Fevereiro de 1908.

Nascido em Lisboa, foi cognominado "o Diplomata" (devido às múltiplas visitas que fez a Madrid, Paris e Londres, retribuídas com as visitas a Lisboa dos reis Afonso XIII de Espanha, Eduardo VII do Reino Unido, do imperador Guilherme II da Alemanha e do presidente da República Francesa Émile Loubet), "o Martirizado" e "o Mártir" (em virtude de ter morrido assassinado), ou "O Oceanógrafo" (pela sua paixão pela oceanografia, partilhada com o pai e com o príncipe do Mónaco).

Infância e educação:

Dom Carlos nasceu na qualidade de príncipe herdeiro da coroa, pelo que recebeu desde cedo os títulos oficiais de Príncipe Real e Duque de Bragança. Na verdade o seu nascimento significou um verdadeiro alívio para a sucessão dinástica constitucional portuguesa (depois da morte de três filhos varões de Maria II), afastando-se assim as pretensões do ramo miguelista. O Príncipe recebeu desde muito cedo a cuidada educação reservada aos sucessores reais, incluindo o estudo de várias línguas estrangeiras. Ainda jovem viajou por várias cortes europeias (Grã-Bretanha e Irlanda, Alemanha, Áustria-Hungria, etc.). Foi numa dessas deslocações que conheceu a princesa francesa Amélia de Orleães, filha primogénita do Conde de Paris (pretendente ao trono de França). Após um curto noivado veio a desposar a princesa, em Lisboa, na Igreja de São Domingos, em 22 de Maio de 1886. Ainda como herdeiro do trono esteve ligado ao grupo Vencidos da Vida e ao movimento da Vida Nova, personificando uma certa esperança de renovação cultural e social.

Reinado:

Dom Carlos subiu ao trono em 19 de Outubro de 1889, por morte de seu pai. Sua aclamação como Rei de Portugal ocorreu em 28 de Dezembro de 1889 e teve a presença de seu tio-avô Dom Pedro II, Imperador do Brasil, exilado desde o dia 6 do mesmo mês.

Dom Carlos foi um homem, considerado pelos contemporâneos, como bastante inteligente mas dado a extravagâncias. O seu reinado foi caracterizado por constantes crises políticas e consequente insatisfação popular. Logo no início do seu governo, o Reino Unido apresentou a Portugal o Ultimato britânico de 1890, que intimidava a Portugal (movido pelo seu desejo expansionista, materializado no Mapa cor-de-rosa) a desocupar os territórios compreendidos entre Angola e Moçambique num curto espaço de tempo, caso contrário seria declarada a guerra entre os dois países. Como Portugal se encontrava na bancarrota, tal movimentação foi impossível e assim se perderam importantes áreas. A propaganda republicana aproveitou o momento de grande emoção nacional para responsabilizar a coroa pelos desaires no ultramar. Estalou então a revolta republicana de 31 de Janeiro de 1891, no Porto, que apesar de sufocada mostrou que as ideias republicanas avançavam com alguma intensidade nos tecidos operários e urbanos.

"O Diplomata":

Apesar da grave crise que Dom Carlos enfrentou no início do seu reinado face à Inglaterra, então a maior potência mundial, o rei soube inverter a situação e, graças ao seu notável talento diplomático conseguiu colocar Portugal no centro da diplomacia europeia da primeira década do século XX. Para isso contribuiu também o facto de Dom Carlos ser aparentado com as principais casas reinantes europeias. Deslocou-se inúmeras vezes ao estrangeiro, representando inclusivamente Portugal nas exéquias da rainha Vitória, em 1901. Uma prova do seu sucesso foi o facto da primeira visita que Eduardo VII do Reino Unido fez ao estrangeiro (como monarca) ter sido a Portugal, onde foi recebido com toda a pompa e circunstância, em 1903.

Nos anos seguintes, Dom Carlos recebeu em Lisboa as visitas de Afonso XIII, o jovem monarca espanhol, da rainha Alexandra (esposa de Eduardo VII), de Guilherme II da Alemanha e, em 1905, do Presidente da República Francesa, Émile Loubet. Todas estas visitas deram algum colorido à corte de Lisboa, porém a visita do presidente francês seria marcada por entusiastas manifestações dos republicanos. Dom Carlos e Amélia visitaram também, nesses anos de ouro da diplomacia portuguesa Espanha, França e Inglaterra, onde foram entusiasticamente recebidos em 1904. Em 1908, estava ainda prevista uma memorável visita ao Brasil (para comemorar o centenário da abertura dos portos brasileiros pelo seu bisavô Dom João VI), e que não veio a acontecer devido aos trágicos acontecimentos desse ano.

Cronologia (Geneall):

11.02.1864 As Cortes reconhecem o príncipe D. Carlos como herdeiro do trono.

22.05.1886 Casamento do príncipe herdeiro D. Carlos com a princesa de França, Maria Amélia de Orleans.

02.08.1886 D. Carlos assume a regência devido à ausência de D. Luís do país em viagem.

11.06.1887 D. Carlos I parte em viagem para Inglaterra.

30.07.1888 D. Carlos assume a regência pela terceira vez, devido à viagem do rei D. Luís a termas francesas

28.12.1889 Juramento de D. Carlos I como rei de Portugal.

19.02.1893 Demissão do segundo governo de Dias Ferreira, a última tentativa de solução extrapartidária ensaiada pelo rei D. Carlos para pôr fim à crise que o país atravessava. Toma posse um novo governo chefiado por Hintze Ribeiro (Regenador) que reinicia o rotativismo.

11.12.1898 Realiza-se na Academia Real das Ciências uma sessão solene em que foi feito o elogio histórico de Latino Coelho. Discursaram Tomás Ribeiro e Sousa Monteiro, assistindo o rei D. Carlos, a rainha D. Amélia e o infante D. Afonso.

02.12.1901 Inauguração em Lisboa, pelo rei D. Carlos, do Congresso Colonial Nacional.

16.10.1902 Parte de Lisboa o rei D. Carlos para efectuar visitas oficiais a Paris, Londres e Madrid.

27.02.1903 Demite-se o governo de Hintze Ribeiro. A pedido do rei D. Carlos, o estadista aceita manter-se em funções com outra pasta, sem assumir a presidência do ministério.

16.11.1904 Por ocasião da visita do rei D. Carlos a Inglaterra, é assinado o tratado de arbitragem, conhecido pelo Segundo Tratado de Windsor.

12.12.1904 Visita do rei D. Carlos I à Grã-Bretanha.

12.03.1906 Visita oficial dos reis D. Carlos e D. Amélia a Madrid.

01.02.1908 D. Carlos I e e seu filho mais velho, o Príncipe Real D. Luis Filipe são assassinados no Terreiro do Paço, em Lisboa, quando regressavam de Vila Viçosa.

05.04.1908 Eleições em Portugal por força da demissão do ministério de João Franco, na sequência do assassinato do rei D. Carlos e do príncipe real D. Luis Filipe.

06.05.1915 Inauguração, em Lisboa, do Centro Monárquico D. Carlos I.

29.07.1924 Publicação em livro das cartas d' el-rei D. Carlos a João Franco, que constituirá um grande êxito editorial, vendendo-se cerca de 10 mil volumes em 3 dias.

(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, GeneAll, Wikipédia) 

Associação dos Autarcas Monárquicos


O "Regícidio", numa análise de Alfredo Mesquita e o relato dos acontecimentos (s.a.).

in "O Occidente", Nº 1048, 10 de Fevereiro de 1908

FONTE: http://hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/.../N1048.../P2.html

Sem comentários:

Enviar um comentário