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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 6 de março de 2023

A BATALHA DE TORO


A Batalha de Toro - 1 de Março de 1476, durante a Guerra de Sucessão de Castela, entre tropas portuguesas e castelhanas joanistas de D. Afonso V, e castelhanas isabelinas de Fernando II, rei de Aragão, Leão e Castela.

D. Afonso V, o Africano, defendia os direitos de sua sobrinha, Joana, a Beltraneja, ao trono de Castela, que era cobiçado por Isabel, irmã do pai de Joana, o falecido rei Henrique IV. Segundo se dizia, a mãe de Joana, a rainha de Castela Joana de Portugal, por sua vez irmã de D. Afonso V, havia engravidado de D. Beltrán de La Cueva e não de seu marido. Assim, Joana, “a Beltraneja”, não seria filha do Rei e não podia herdar o trono. Apareceu assim como herdeira, Isabel de Castela (futura Isabel, a Católica). Passaram então a existir dois partidos de sucessão.

O rei português D. Afonso V pretendia casar-se com a sua sobrinha e, assim, juntar as duas coroas. Os dois “partidos” entraram em confronto.

As tropas portuguesas entraram em Castela, e estabeleceram a sua base na cidade de Toro, na margem norte do rio Douro. As forças portuguesas começaram a cercar a cidade de Zamora, onde se encontrava as tropas de Fernando de Aragão, marido de Isabel de Castela. O rigor do Inverno levou o Rei português a levantar o cerco e voltar para Toro.

Fernando de Aragão e as suas forças saíram de Zamora e perseguiram as forças de D. Afonso V, no fim da tarde do dia 1 de Março, a cerca de cinco quilómetros da cidade de Toro, enfrentaram-se em batalha.

As tropas castelhanas eram formadas por 4 grandes divisões, e as tropas portuguesas, apesar de reforçadas pelas tropas do arcebispo de Toledo, do conde de Monsanto, do duque de Guimarães e do conde de Vila Real, estavam em desvantagem numérica. O combate durou cerca de três horas.

A luta feriu-se entre as tropas isabelinas do Leão e Castela, reforçadas por quatro grandes divisões, e as tropas portuguesas, reforçadas pelas do conde de Monsanto, do duque de Guimarães, do conde de Vila Real e pelas tropas castelhanas joanistas do arcebispo de Toledo. As tropas isabelinas estavam em desvantagem numérica, mas as tropas portuguesas mergulharam em desordem, abandonando o pavilhão real.

Na luta que se seguiu pela sua posse, Duarte de Almeida, num esforço denodado, cercado pelo inimigo, ergueu uma vez mais o pavilhão, defendendo-o com heroica bravura. Um cutilada cortou-lhe a mão direita; indiferente à dor, o alferes-mor empunhou com a esquerda o estandarte; decepam-lhe essa mão também; desesperado, toma o estandarte nos dentes, e resiste até cair moribundo. Os isabelinos apoderaram-se então da bandeira, mas Gonçalo Pires conseguiu recuperá-la. Este acto de heroicidade foi admirado até pelos próprios inimigos; inutilizado de ambas as mãos para toda a vida, passando a ser conhecido por O Decepado.

A última fase da batalha registou-se quando as forças de D. João se reorganizaram e voltaram a investir sobre as forças de Fernando de Aragão. O contra-ataque joanista desbaratou as forças isabelinas, assenhoreando-se do campo de batalha. Enquanto isso, os isabelinos recuaram para a protecção das muralhas de Zamora. Conforme era normal pelas regras da guerra à época, permaneceu no campo de batalha desde o dia 2 até ao dia 5 de Março, como sinal inequívoco da vitória.

Na realidade, o resultado da batalha foi inconclusivo. Do ponto de vista estratégico, a batalha de Toro marcou o momento em que se tornou claro que Portugal não tinha forças e nem apoios suficientes para garantir os direitos da princesa Joana à coroa de Castela, assegurando a união das duas coroas sob a égide de um monarca português.

A Batalha de Toro – Marcelo Augusto da Encarnação – Edição Fronteira do Caos. 

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