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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quinta-feira, 16 de março de 2023

A CONQUISTA DE SANTARÉM EM 1147

A 10 de Março 1147, D. Afonso Henriques partiu de Coimbra com 250 de seus melhores cavaleiros com a intenção de capturar a cidade moura de Santarém, um objectivo que ele tinha anteriormente e que não conseguira alcançar. A conquista de Santarém foi de importância vital para a estratégia da Afonso; sua posse significaria o fim dos ataques mouros frequentes sobre Coimbra e Leiria, e também permitiria um ataque futuro em Lisboa.
O plano agora era atacar a cidade durante a noite sob o manto da escuridão, com o fim de apanhar a guarnição moura de surpresa. O rei Afonso tinha enviado previamente o português Mem Ramires de Santarém disfarçado como um homem de negócios, com a tarefa de estudar secretamente o cidade para a conquista.
Após o primeiro dia da viagem de Coimbra para Santarém, D. Afonso Henriques enviou um emissário a Santarém anunciando aos mouros que a trégua terminara, para a qual foi requerida uma notificação de três dias.
Na noite de 14 de Março, D. Afonso Henriques e seu exército chegam a Santarém. Com a ajuda de escadas, quarenta e cinco cavaleiros escalam as paredes, matam os sentinelas mouros e forçam o seu caminho para o portão, permitindo que o principal exército português entre na cidade. Acordados pelos gritos dos seus sentinelas, os mouros correram por todos os lados para enfrentar os portugueses nas ruas oferecendo-lhes uma resistência muito forte, mas acabaram sendo derrotados e por sofrer uma grande derrota.
Pela manhã, a conquista já tinha sido concluída, e Santarém tornou-se parte do reino recém-formado de Portugal.
Imagem: Tomada de Santarém por Roque Gameiro




A CONQUISTA DE SANTARÉM
A Conquista de Santarém com base no relato de Alexandre Herculano
Santarém era uma cidade muito rica. Já no séc. X o escritor árabe Razi escreveu: "No distrito de Santarém a terra é muito abundante e rica; e os campos podem dar duas sementeiras por ano, querendo-se, tão boa é a terra de sua natureza".

Em 1147, D. Afonso Henriques preparou-se para atacar e conquistar Santarém. Enviou Mem Ramires à cidade com o fim secreto de estudar o local e ver por onde seria mais fácil a escalada dos muros.

Mem Ramires entrou em Santarém com o pretexto de tratar de negócios. Observou tudo cuidadosamente, tal como o rei lhe recomendara.

Quando regressou a Coimbra contou tudo ao rei. Ofereceu-se para ser o primeiro cavaleiro a trepar os muros e levantar o estandarte real no interior do castelo.

Com um plano traçado, o rei saiu de Coimbra a uma 2ª feira, dia 10 de Março de 1147. Ia na companhia dos seus cavaleiros, entre os quais Fernando Peres, Gonçalo Gonçalves, Lourenço Viegas, Pero Pais e Gonçalo Sousa.

No segundo dia de marcha, D. Afonso Henriques ordenou a Martim Mohab que fosse com mais dois homens a Santarém. Partiram com a missão de anunciar aos mouros que as tréguas ficavam suspensas por três dias.

Na madrugada de 6ª feira a pequena hoste acampou em Pernes. O rei falou com os seus cavaleiros: "Combatei por vossos filhos e descendentes, que convosco eu próprio estarei (...) e nada haverá, na vida ou na morte, que de vós me possa apartar".

Em seguida confiou-lhes o plano para o ataque a Santarém. Quando os cavaleiros compreenderam que D. Afonso Henriques os queria acompanhar no ataque, tentaram dissuadi-lo.

O rei respondeu que preferia morrer a não tomar Santarém naquele ano. Para sossegar os ânimos, o rei lembrou que em Coimbra, os monges de Santa Cruz rezavam pela vitória.

O rei ordenou que se escolhessem cento e vinte soldados, que se fabricassem dez escadas e que a cada dúzia de homens se confiasse uma escada. Assim, com as escadas, a escalada dos muros da cidade seria mais rápida e segura.

Ao anoitecer, puseram-se em marcha rumo a Santarém, conduzidos por Mem Ramires. Perto da cidade, seguiram por um vale entre o monte Iraz ou Motiraz e a fonte de Tamarmá.

Junto da cidade ouviram as vozes de dois mouros, as atalaias. A hoste escondeu-se numa seara, esperando que os vigias mouros adormecessem.

Quando os vigias adormeceram, Mem Ramires utilizou a ponta de uma lança para prender uma escada ao topo do muro.

Esta, no entanto, caiu com estrondo sobre o telhado de uma casa. Reagindo com rapidez, Mem Ramires ordenou a Moqueime, um moço de alta estatura, que lhe trepasse para os ombros e amarrasse a escada nas ameias.

Logo que a escada ficou presa, os cristãos subiram sem hesitar e um hasteou o pendão real.

Mas os mouros acordaram com o barulho e perguntaram: "Manhu? Manhu? (Quem é? Quem está aí?)".

Quando perceberam que estavam a ser atacados, gritaram: "Anaçara! Anaçara! (Nazarenos! Nazarenos!)". Mem Ramires respondeu com o grito de guerra: "Santiago e rei Afonso!".

Fora dos muros, ouvia-se a voz do rei invocando Santiago e a Virgem Maria e dando a ordem de matança: "Matai-os a todos! Que nenhum escape ao ferro!".

Os que já tinham subido as escadas tentaram arrombar as portas, mas sem o conseguirem. Então, os que estavam do lado de fora, atiraram-lhes um malho de ferro por cima dos muros, com o qual os de dentro partiram os ferrolhos.

Todos entraram, correndo. Logo que passou a porta, o rei ajoelhou-se por um momento, agradecendo a Deus aquela vitória.

Muitos mouros morreram nessa noite. Outros foram feitos cativos.

Quando se fez dia, nesse Sábado 15 de Março de 1147, já o rei D. Afonso Henriques era senhor de Santarém. Desde então, a cidade de Santarém ficou sempre na posse dos portugueses.

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