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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 27 de março de 2023

♔ | EM 26 DE MARÇO DE 1211 MORRIA EL-REI D. SANCHO I

D. Sancho I (Coimbra, 11 de Novembro de 1154 — Santarém, 26 de Março de 1211), foi o 2.º Rei de Portugal (1185-1211). Era o 5.º filho (2.º varão) d’ El-Rei Dom Afonso I Henriques e de D. Mafalda de Saboia, e nasceu, em 11 de Novembro de 1154, em Coimbra, e foi baptizado com o nome de Martinho, por haver nascido no dia do São Martinho de Tours. Não estaria preparado para reinar; no entanto, a morte do seu irmão mais velho, o Infante D. Henrique, quando Martinho contava apenas três anos de idade, levou à alteração da sua onomástica para um nome mais hispânico, ficando desde então 'Sancho Afonso', e, atirou-o para a tarefa, mais tarde, de reger os destinos do Reino.

Em 15 de Agosto de 1170 Sancho foi armado cavaleiro pelo seu Augusto pai, logo após o acidente de D. Afonso Henriques em Badajoz, onde ficou gravemente ferido em resultado de uma ferida numa perna. O Cerco de Badajoz ocorreu em Maio de 1169. Tendo o rei D. Afonso I Henriques ido socorrer o salteador Geraldo Geraldes «o sem pavor», que cercava Badajoz, foram os portugueses surpreendidos pela chegada de reforços leoneses, vendo-se obrigados a fugir. Na fuga, porém, D. Afonso Henriques sofreu um acidente: batendo de encontro ao ferrolho de uma das portas da cidade, partiu o fémur da perna direita e foi feito prisioneiro. Embora, bem tratado pelos captores, a libertação do rei ocorreu depois do pagamento de um resgate em dinheiro e da entrega de certas terras conquistadas, que havia entregue aos Templários. A carreira militar de D. Afonso Henriques terminava aqui. É nesta altura instaurado um conselho de regência para governar em nome do rei incapacitado. A regência ficou a cargo dos filhos do rei que ainda se encontravam, àquela data, no reino: Sancho e a sua irmã Teresa.

A partir de 1174, D. Afonso I afasta-se definitivamente dos assuntos do reino, destacando-se os corregentes Teresa e Sancho que partilhavam o governo do Reino; Teresa desempenhava funções administrativas e Sancho encarregava-se de guerrear.

É nesta data, que D. Sancho casou com D. Dulce de Aragão, filha de Raimundo Béranger IV. Subiu ao trono em Dezembro de 1185 por morte de D. Afonso Henriques, sendo coroado na Sé de Coimbra, mantendo essa cidade como o centro do seu reino. D. Sancho deu por finda as guerras fronteiriças pela posse da Galiza e dedicou-se a guerrear os mouros do Sul. Aproveitou a passagem pelo porto de Lisboa dos cavaleiros a caminho da 3ª Cruzada, na Primavera de 1189, para com a ajuda dos cruzados tomar Alvor e conquistar Silves, importante centro administrativo e económico do Sul, com população estimada em 20 mil pessoas. Sancho ordenou a fortificação da cidade e construção do castelo que ainda hoje lá está. Foi acordado que a cidade seria para os portugueses e o saque para os cruzados. Após uma rápida conquista dos subúrbios, portugueses e cruzados depararam-se com uma encarniçada resistência que durou 43 dias. D. Sancho I passou então a intitular-se Rei de Portugal e dos Algarves. A posse de Silves foi passageira uma vez que, em 1190, Almançor cercou a cidade de Silves com um exército e com outro atacou Torres Novas, que resistiu ao acossador somente 10 dias, devido ao rei de Leão e Castela ameaçar de novo o Norte.

O povoamento das terras abandonadas, com colonos estrangeiros da Flandres e de Bolonha, foi uma das suas principais preocupações, dai o cognome ‘O Povoador’, deste Rei muitas vezes esquecido, talvez por ter sucedido a seu pai, o gigante Dom Afonso I Henriques.

Para alcançar este objectivo desenvolveu as instituições municipais e concedeu diversos forais, principalmente na Beira e em Trás-os-Montes: Gouveia (1186), Covilhã (1186), Viseu (1187), Bragança (1187), etc. Entre os anos de 1192 e 1195 receberam também forais Penacova, Marmelar, Pontével, Povos e S. Vicente da Beira. Os concelhos fronteiriços receberam privilégios particulares, tais como isenção de trabalhar na construção de castelos e muros, isenção do pagamento dos impostos de portagem e de colheita. A criação dos concelhos, para além do contributo que deu para o melhoramento económico e social, trouxe também vantagens de ordem militar e financeira, pois promoveu o aumento do número de combatentes que não recebiam soldo.

Sancho I dedicou muito do seu esforço governativo à organização política, administrativa e económica do seu reino. Acumulou um tesouro real e incentivou a criação de indústrias, bem como a classe média de comerciantes e mercadores.

O rei é também lembrado pelo seu gosto pelas artes e literatura, tendo deixado ele próprio vários volumes com poemas – é de sua autoria ‘Ay eu Coitada’, a mais antiga cantiga de amigo, dedicada à sua amante Maria Paes Ribeiro, ‘A Ribeirinha’.

No seu reinado alguns portugueses frequentaram, mesmo, universidades estrangeiras, nomeadamente, Direito em Bolonha.

O Escudo Português data do reinado de D. Sancho I, e desde então está presente em cada bandeira histórica, de uma forma ou de outra; é o principal símbolo português, bem como um dos mais antigos.

O Brasão de Armas de Portugal, «de prata, com cinco escudetes de azul, postos em cruz de Cristo, cada um carregado por cinco besantes de prata, postos em cruz de Sto. André (ou quincunce); bordadura de vermelho carregada de sete castelos de ouro; e Coroado».

Quanto ao seu significado, a explicação lendária do escudo de prata carregado de escudetes azuis besantados de prata nasceu da mítica batalha de Ourique, na qual Jesus Cristo terá aparecido a El-Rei D. Afonso Henriques prometendo-lhe a vitória, se adoptasse por armas as suas chagas (em número de cinco, donde os cinco escudetes em quincunce/cruz de Santo André); os besantes são a prova da soberania portuguesa face a Leão, pelo direito que assistia ao soberano de cunhar moeda própria; a bordadura de vermelho carregada de sete castelos de ouro representa, segundo a tradição, o antigo reino mouro do Algarve.

D. Sancho envolveu-se, também, nas disputas entre Leão e Castela, entrando em guerra com Leão em 1196 e 1199. Durante o seu reinado, deterioraram-se as boas relações com a Santa Sé, primeiro por tentar furtar-se ao pagamento do censo anual de dois marcos-ouro -acordado pelo pai -, e, ulteriormente, por causa do litígio com o bispo do Porto aquando do casamento do herdeiro do trono com D. Urraca, filha de Afonso VIII de Leão. O papa Inocêncio III incumbiu o bispo de Samora de anunciar a pena de excomunhão do monarca português pela retenção do bispo. Também, entrou em choque com o bispo de Coimbra.

Ao aproximar-se da morte, reconciliou-se com os prelados e aceitou as exigências papais.

D. Sancho I de Portugal morreu, em Santarém, a 26 de Março de 1211, e jaz sepultado no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra ao lado de seu pai, D. Afonso I Henriques.

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica 

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