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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

domingo, 5 de março de 2023

♔ | EM 4 DE MARÇO DE 1394 NASCEU O INFANTE D. HENRIQUE, ‘O NAVEGADOR’


O Infante Dom Henrique de Avis, 1.º Duque de Viseu e 1.º Senhor da Covilhã (Porto, 4 de Março de 1394 – Sagres, 13 de Novembro de 1460), foi um infante português e a mais importante figura do início da era dos Descobrimentos, popularmente conhecido como Infante de Sagres ou O Navegador.

O Infante Dom Henrique era o quinto filho d’El-Rei Dom João I e de Dona Filipa de Lencastre, e, nasceu na cidade do Porto, numa Quarta-Feira de Cinzas, a 4 de Março de 1394. O Infante Dom Henrique de Avis foi o 1.° Duque de Viseu – a par do seu irmão D. Pedro (O Infante das Sete Partidas), foram os primeiros a receber título de Duques – e 1.° Senhor da Covilhã, foi ainda o 4.° Português a ser agraciado com a Ordem da Jarreteira, pois enquanto filho da Rainha Dona Filipa de Lencastre era bisneto do Rei Eduardo III de Inglaterra.

O Infante Dom Henrique ficou conhecido pelo epíteto d’O Navegador, pois o teve um papel determinante na expansão portuguesa ultramarina que principiou em 1415, com a conquista de Ceuta. A 25 de Maio de 1420, O Infante D. Henrique foi designado governador da Ordem de Cristo.

Nem vamos abordar o papel guerreiro que o Infante D. Henrique teve nos Descobrimentos portugueses, mas sim, 'talent de bien faire', o seu papel como patrocinador da criação de uma cadeira de Astronomia na Universidade de Coimbra, ou o seu empenho no desenvolvimento da Caravela, de portulanos, de roteiros e de instrumentos náuticos que facilitassem essas mesmas descobertas por parte dos navegadores. "O Navegador" investiu toda a sua fortuna em investigação relacionada com navegação, náutica e cartografia, dando início à epopeia dos Descobrimentos. Esta descoberta geográfica do Mundo empreendida pelos portugueses que se expandirá por séculos, é reflexo do paradigma do Renascimento na medida que o humanismo não se trata apenas de um ideal de cultura, mas um ideal de pensamento de confiança no Homem. Com os Descobrimentos, Portugal participou na primeira linha da construção de um admirável Mundo Novo.


O sabant italiano Poggio Bracciolini compara os feitos do Infante Dom Henrique aos de Alexandre, o Grande, ou aos de Júlio César, exaltando-os ainda mais por serem descobertas de lugares até, então, desconhecidos da Humanidade.

O Infante D. Henrique era um dos homens mais poderosos da sua época, mas apesar disso regia-se por princípios da mais rigorosa ética. Tal como toda a Ínclita Geração recebeu uma esmerada educação, mas sem descurar a vertente religiosa. A sua moral enquadra-se dentro do moralismo puritano inglês, por influência da Mãe que antes de ser Rainha de Portugal era neta do Rei inglês e filha do Duque de Lencastre - o homem mais poderoso de Inglaterra que Rei não fosse.

A 21 de Agosto de 1415 o exército Português sob o comando d’El-Rei D. João I de Portugal, desembarca em Ceuta, conquistando a cidade norte-africana.

Uma armada constituída por 212 navios de transporte e vasos de guerra (59 galés, 33 naus e 120 embarcações pequenas) transportou um exército estimado entre 19.000 a 20.000 cavaleiros e infanções portugueses, ingleses, galegos, etc.. Na força expedicionária que partira de Lisboa, em 25 de Julho de 1415, estavam El-Rei Dom João I, os príncipes D. Duarte (o herdeiro), D. Pedro, Duque de Coimbra e o Infante Dom Henrique, Duque de Viseu, o Condestável do Reino Dom Nuno Álvares Pereira e todo o livro azul da Nobreza portuguesa do século XV.


Depois de uma escala em Lagos, a 21 de Agosto ancoraram frente Ceuta, desembarcando sem encontrar resistência por parte dos mouros.

A guarnição sarracena de Ceuta correu a fechar as portas da cidade, mas as tropas portuguesas impediram-no lesta e rapidamente, e ainda que as tropas portuguesas estivessem preparadas para uma operação de cerco convencional, a conquista da cidade de Ceuta foi dada por terminada ao fim de apenas algumas horas de intensos combates, bairro a bairro, rua a rua, com os portugueses a invadir com vigor a praça-forte, irrompendo através de uma porta que os defensores não conseguiram fechar prontamente.

Finda uma noite de intensa peleja, pela manhã de 22 de Agosto, Ceuta estava abduzida pelas tropas portuguesas, e coube a D. João Vasques de Almada hastear a bandeira de Ceuta, com os gomos brancos e pretos como na bandeira de Lisboa, e com o então brasão de armas do Reino de Portugal ao centro, e que perdura até aos dias de hoje.

Após a tomada da mais bela e mais florescente cidade da Mauritânia, no norte de África, El-Rei Dom João I procede ao ritual de armar cavaleiros os filhos D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique, que se haviam ilustrado pelas armas no campo de batalha.

Após a Santa Missa, os três Infantes, usando reluzentes armaduras, foram armados cavaleiros pelo Rei seu Pai, com a espada abençoada pela Rainha Dona Filipa de Lencastre, mulher de D. João I e mãe de tão ínclita Geração, e que falecera tocada pela peste, na véspera da partida da expedição para Ceuta.

Assim, ao Infante Dom Henrique devem-se feitos como a tomada de Ceuta em conjunto com seu pai e irmãos; a armada das Canárias; a guerra que os seus navios faziam aos piratas; o povoamento das "descobertas" ilhas Atlânticas, sobretudo da Madeira. Foi ele quem mandou vir da Sicília a cana-de-açúcar e os "peritos" para monitorizarem o seu cultivo e a sua transformação, fazendo da Madeira uma relevante região produtora de açúcar.

Partiu para a sua derradeira viagem a 13 de Novembro de 1460.

Existe uma grande celeuma sobre qual seria a real aparência do Infante D. Henrique, e que o retrato que tem sido divulgado por mais de um século como sendo do Infante, muito provavelmente, não corresponde à sua real fisionomia.

O retrato que comummente aparece como sendo o do Infante, com o icónico chapeirão, muito provavelmente não é de D. Henrique, pois apareceu dobrado dentro de um manuscrito da Crónica dos feitos da Guiné, de Gomes Eanes de Zurara, quando a Bibliothèque Nationale de Paris adquiriu o manuscrito, e poderá tratar-se de um retrato flamengo de um desconhecido, pintado sobre folha solta que ficou dobrada por um longo período de tempo e depois acrescentada ao manuscrito. A verdadeira imagem do Infante estaria na estátua no pórtico sul do Mosteiro de Santa Maria de Belém, vulgarmente conhecido como Mosteiro dos Jerónimos, e que foi feita 50 anos depois da morte, e a outra está no Mosteiro da Batalha, na Capela dos Reis, que foi feita com base numa máscara de gesso, cujo molde tiraram depois de D. Henrique falecer. À dos Jerónimos foi encomendado uma pintura com as cores naturais a Aristides Ambar.

O que interessa é que nunca O esqueceremos e nunca deixaremos apagar os Seus feitos da memória colectiva portuguesa.

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica


Fernando Pessoa in 'Mensagem' dedicou-lhe o poema “O INFANTE”:

‘Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,

E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.

Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!’ 

PLATAFORMA DE CIDADANIA MONÁRQUICA



4 de Março de 1394: Nasce, no Porto, o Infante Dom Henrique, "O Navegador"...

Dom Henrique "o Navegador", Infante de Portugal, 1º Duque de Viseu, * Porto, Porto 04.03.1394 - † Sagres 13.11.1460, era filho de Dom João I, Rei de Portugal e de Dona Filipa de Lencastre, Princesa de Inglaterra; Neto paterno de Dom Pedro I, Rei de Portugal e de D. Teresa Lourenço e neto materno de João de Gante, Duque de Lencastre e de Branca de Lencastre.
Ficou conhecido por "o Navegador", mas foi-o de terra firme. O seu epíteto advém da forma como protegeu e instigou as primeiras viagens expansionistas, ficando para sempre ligado a este glorioso período da História de Portugal, sendo decisiva a sua acção no Norte de África e no Atlântico. A sua obra já era de então conhecida na Europa, como atesta uma carta escrita pelo sábio italiano Poggio Bracciolini ao Infante, em 1448-1449. O letrado italiano compara os seus feitos aos de Alexandre, o Grande, ou aos de Júlio César, enaltecendo-os ainda mais por serem conquistas de locais desconhecidos de toda a Humanidade.
Dom Henrique era um homem muito poderoso, como o atesta o título de Infante, que usava em detrimento de duque. Seguindo a tradição da época, recebeu uma educação exemplar, mas profundamente religiosa. A sua moral enquadra-se dentro do moralismo puritano inglês, que se revela também nos escritos de seu pai e de seus irmãos, preocupados em emitir juízos morais e em dar conselhos. Também ele deixou conselhos escritos e um breve tratado de teologia. De entre os inúmeros cargos que exerceu foi "protector" da Universidade de Lisboa, isto é, o procurador da instituição junto do rei, cargo de grande prestígio atribuído pelos reis apenas a figuras de grande importância social. Da sua acção dentro da Universidade destaca-se a renda que concedeu ao curso de Teologia. Fica ainda a dúvida sobre uma provável instituição da cadeira de Matemática ou de Astronomia, atribuição ligada a toda a mitologia criada em torno da sua pessoa. Na verdade, o seu interesse pela navegação terá permitido patrocinar uma escola de cartografia, trazendo de Maiorca um judeu chamado Jaime, conhecedor da ciência. Contudo, nada aponta ainda para o uso de instrumentos de navegação astronómica e para a invenção da carta plana, instrumentos depois necessários nas navegações atlânticas, nem para a existência de uma grande escola em Sagres. Tudo isto faz parte da auréola que se foi criando à sua volta.
De facto, aquilo que sabemos desta personagem enigmática foi-nos deixado por Gomes Eanes de Zurara, na Crónica da Guiné, onde o Infante é exaltado de forma quase sobrenatural "príncipe pouco menos que divinal". O cronista traça o seu retrato psicológico dando grande ênfase às suas qualidades virtuosas e pias, como a castidade e o facto de não beber vinho. Segundo o seu relato, Dom Henrique não era avarento, era um trabalhador aplicado, que para dedicar o tempo necessário aos seus projectos suprimia as horas de repouso nocturno. O seu feitio obstinado revela-se na teimosia em manter Ceuta, ainda que o preço a pagar tenha sido a liberdade do seu irmão, Dom Fernando, depois cognominado popularmente de "Infante Santo". A Dom Henrique se devem feitos como a tomada de Ceuta em parceria com seu pai e irmãos, embora também tenha participado no desastre de Tânger; a armada das Canárias; a guerra que os seus navios faziam aos infiéis, principalmente piratas; o povoamento das "descobertas" ilhas Atlânticas, particularmente notável na Madeira. Foi ele quem mandou vir da Sicília a cana-de-açúcar e os "técnicos" para supervisionarem o seu cultivo e a sua transformação, fazendo da Madeira uma importante região produtora de açúcar.
A sua figura foi guindada à galeria dos heróis nacionais entre finais do século XIX e princípios do século XX, inserindo-se numa corrente nacionalista que desejava "reaportuguesar" Portugal. Aquando do centenário do seu nascimento, a cidade do Porto, liderada pela voz de Joaquim de Vasconcelos, tomou a iniciativa das comemorações de forma a rivalizar com a celebração lisboeta do centenário de Camões. A ideia era equiparar o espírito da cidade à coragem, energia e iniciativa do Príncipe Navegador, erguendo-lhe uma estátua e atribuindo o seu nome a uma rua. Este mesmo espírito nacionalista levou a que muitos artistas o retratassem e o esculpissem, ou que a ele dedicassem obras, como a de Manuel Barradas, segundo o qual o "Infante fora grande por ser a encarnação fanática de uma ideia".
Outro facto que contribuiu para a sua notabilidade foi a divulgação, por Joaquim de Vasconcelos, dos painéis de S. Vicente de Fora, atribuídos a Nuno Gonçalves, onde o artista português Columbano identificara uma das personagens como sendo o Infante. O homem do chapeirão aparece também no manuscrito da Crónica da Guiné, de Zurara, conservado na Biblioteca de Paris, o que reforça esta ideia. Assim, o Infante Dom Henrique passa a ser uma das personagens de eleição do nacionalismo português, que dominou durante o Estado Novo, representando a coragem, o dinamismo e o espírito empreendedor do povo português.
O Infante Dom Henrique foi:
- Infante de Portugal;
- 1.º Duque de Viseu;
- 1.º Senhor da Covilhã;
- A mais importante figura do início da era dos Descobrimentos, popularmente conhecido como "Infante de Sagres" ou "O Navegador".
(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, Estórias da História, GeneAll e Wikipédia)

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