Pormenor do túmulo de D. João IV. |
O túmulo de D. João IV no Panteão dos Bragança foi encomendado por D. Pedro II ao arquitecto João Nunes Tinoco e foi concluído em 1671. O túmulo, encimado pelas armas reais da dinastia, assenta sobre seis dragões alados. Esta associação entre o dragão, ou serpes, à realeza portuguesa encontra-se expressa em iconografia diversa, desde gravuras a esculturas. O dragão é símbolo da monarquia portuguesa, representando poder e nobreza.
Mas quando começou esta associação?
O dragão associado às armas de Portugal existe, pelo menos, desde o reinado de D. João I, o que levanta a hipótese de este ser lendário ter sido introduzido por influência inglesa. Existe, porém, outras hipóteses levantadas por alguns autores, remetendo o dragão ou serpente alada para tempos anteriores à própria nacionalidade e mesmo à ocupação romana da Península Ibérica. Exemplo disso, seriam os Ofis, povo que, segundo os gregos antigos, habitaria regiões que fazem hoje parte do Norte de Portugal, e que veneravam serpentes. Ofiússa, nome dado a essa terra, significava “Terra de Serpentes”.
São muitas as hipóteses e poucas as certezas que explicam a utilização do dragão como símbolo de Portugal. O que é certo, é que foi amplamente difundido no século XVII pela propaganda pós-Restauração da Independência projectada pelos Bragança, onde o dragão de Portugal rivalizava com o leão de Espanha. O que explica, a presença deste símbolo no túmulo do fundador da dinastia.
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