Saber quem somos e o que pensamos, é
certamente a pergunta que fazem muitos portugueses quando tomam
conhecimento do nosso movimento.
Somos uma Associação Monárquica de inspiração católica, cujo objectivo principal consiste em "Restaurar Portugal pela Monarquia". Quer isto dizer que o movimento considera que a Monarquia só será autêntica e sustentável se se apoiar nos valores da nossa Civilização Cristã.
Com efeito, o pensamento económico, o
direito internacional, a ciência, a vida universitária, as ideias
religiosas, a arte, a moral – que formam no seu conjunto as bases de uma
civilização – emergiram todas elas, no Ocidente, a partir do coração da
Igreja Católica (*).
Sem dúvida alguma, foi Ela que criou e
moldou a nossa Civilização milenar. Foi sob a sua inspiração que
germinaram e se desenvolveram as grandes Monarquias que formaram a
Europa e que influenciaram o resto do Mundo com o seu modelo de
sociedade. Como monárquicos, portanto, os Arautos d'El-Rei nunca
poderiam ignorá-la.
E como a restauração da Monarquia sem a
restaurarão da Sociedade seria um trabalho incompleto e efémero, é
também objectivo dos Arautos d'El-Rei agir contra o processo de
demolição dos nossos valores cristãos, da nossa História e das nossas
tradições.
As grandes transformações sociais que
se têm verificado no nosso País e no mundo em geral, conduzidas sob a
capa de democracia e liberdade, não são senão uma etapa para minar os
alicerces da Civilização Cristã, para corromper as Nações, para
enfraquecer a vontade e a razão das pessoas com o derradeiro
objectivo de impor um socialismo total, sem Deus, sem Religião, sem
Igreja, sem Monarquia, sem família, sem liberdade, sem direito à
privacidade, em suma, sem nada do que tivemos durante quase
dois milénios e com tudo o que já “amargaram” os infelizes povos que
passaram (e os que ainda passam...) pela desastrosa experiência do
nacional-socialismo ou do comunismo.
Assim, pois, se formos alheios a essas transformações, de
nada nos vale tentarmos construir o edifício da Monarquia sobre o
terreno pantanoso e fétido em que já estamos a viver, sob um regime
autoritário que manifesta abertamente o seu repúdio à Religião, à Lei
Natural, à família, à propriedade privada, etc., e que
promove a desigualdade injusta, a corrupção, a manipulação dos meios de
comunicação social, a intromissão do Estado na vida privada e na
educação, enfim, tudo aquilo que leva à aniquilação da sociedade e da
pessoa humana.
Para além de defendermos a forma
monárquica de governo, cumpre-nos, pois, abordar os problemas da
actualidade, não só os de ordem política, social, e económica, mas principalmente os de ordem moral e ideológica, pois é nestes que estão as causas da crise moderna e da decadência do Ocidente.
Arautos d’El-Rei
Outubro de 2009
(*) Cfr. Thomas E. Woods Jr., “O que a Civilização Ocidental deve à Igreja Católica"
Se queremos restaurar Portugal pela
Monarquia, não podemos ficar alheios aos problemas que a Monarquia terá
de resolver para restaurar Portugal. Veja por que razão devemos abordar no nosso Site todos os temas da actualidade.
Sendo os Arautos d'El-Rei um movimento
essencialmente monárquico, poderão alguns leitores achar estranho que as
nossas páginas na Internet e no Facebook não se limitem a tratar de
temas exclusivamente monárquicos.
A
que propósito vimos nós abordar matérias que aparentemente em nada se
relacionam com a Monarquia? Não seria mais sensato, por exemplo,
restringirmo-nos à divulgação da doutrina monárquica, às matérias
históricas ou às notícias relacionadas com a nossa Família Real e com as
outras Casas Reais? Não, isso seria um erro!
Se
queremos restaurar Portugal pela Monarquia, não podemos ficar alheios
aos problemas que a Monarquia terá de resolver para restaurar Portugal.
Esses problemas são de ordem política, económica, social, etc., mas principalmente de ordem moral e ideológica. Portanto, a Monarquia que queremos restaurar tem que ser uma forma de governo moderna e sábia,
capaz de lidar com os desafios do presente e de reconduzir o País à paz
e à prosperidade, no futuro. Por isso, consideramos que é nosso dever
abordar todos os temas, com especial destaque para os ensinamentos da
Igreja Católica Apostólica Romana, pois estamos certos de que só uma Monarquia baseada em valores cristãos conseguirá tirar-nos do actual estado de degradação espiritual e temporal.
Com
efeito, foi a Igreja que criou e moldou a nossa Civilização milenar.
Foi sob a sua inspiração que germinaram e se desenvolveram as grandes
Monarquias que formaram a Europa e que influenciaram o resto do Mundo
com o seu modelo de sociedade. Como monárquicos, portanto, nunca
poderíamos ignorá-la. De resto, seguindo atentamente o que se passa em
Portugal e no Mundo, procuraremos também registar tudo o que possa
beneficiar ou prejudicar a nossa religião, a nossa cultura os nossos
costumes, as nossas tradições, em suma, tudo o que se relacione com os
valores que pretendemos defender e restaurar através da Monarquia.
Contamos, pois, com a compreensão e apoio dos nossos leitores, amigos e
colaboradores, pedindo a Deus que a todos ajude nessa difícil e gloriosa
tarefa.
Arautos d'El-Rei, Outubro de 2005
ORIGEM DO NOSSO MOVIMENTO E RAZÃO PARA A ESCOLHA DA DESIGNAÇÃO "ARAUTOS D'EL-REI"
A
ideia de criar o movimento surgiu durante um encontro informal entre 4
amigos monárquicos. Essa ideia, aliás, nem visava a criação de um
movimento, mas apenas de uma publicação dedicada essencialmente à
juventude e à divulgação da doutrina monárquica. No entanto, mercê do
apoio e do entusiasmo de muitos amigos, a publicação começou a evoluir e
depressa deu origem a um movimento.
Por que escolhemos o nome "Arautos d’El-Rei"?
Tal
como diz o nome, "arauto" é o pregoeiro, o mensageiro, aquele que
anuncia. Neste caso, portanto, anuncia o Rei. No primeiro momento, o
nome não nos pareceu o ideal, mas a verdade é que "pegou" e já
conquistou um lugar no movimento monárquico.
Composição etária, ocupacional, social e política da nossa massa associativa
Os
"Arautos d’El-Rei" têm colaboradores de todas as idades, de todas as
camadas sociais e com as mais diversas ocupações profissionais. No que
toca à composição política, é difícil respondermos com exactidão, porque
não perguntamos às pessoas que nos apoiam qual é a sua orientação
ideológica. No entanto, se nos apoiam é porque as suas ideias não os
impedem de aderir à Causa Monárquica e à nossa linha de pensamento e
acção.
Os "Arautos d'El Rei" e as Reais Associações
Os
membros dos "Arautos d’El-Rei" não estão necessariamente filiados às
diversas Reais Associações espalhadas pelo País. Não existe qualquer
tipo de obrigação nesse sentido, embora a maior parte dos membros
activos dos "Arautos" já seja espontaneamente filiada a alguma das Reais
Associações.
O que pensamos das Reais Associações e da Causa Real?
A
Causa Real e as Reais Associações são nossas antecessoras nas lides
monárquicas, motivo pelo qual quase todos os nossos membros já eram seus
filiados antes de serem "Arautos d'El-Rei". Vários são, inclusivamente,
os que ocuparam ou ainda ocupam cargos na direcção de algumas "Reais".
Não existe, pois, qualquer impedimento em estar simultaneamente nos
dois movimentos. Pelo contrário, essa presença nas duas frentes
revelou-se sempre muito salutar e unitiva, e acreditamos que assim
continuará a ser enquanto nos guiarmos todos pela estratégia concertada que as Reais Associações assim delinearam em 1991:
PARA UMA ESTRATÉGIA MONÁRQUICA CONCERTADA
As
Reais Associações, reunidas no Porto em 13 de Julho de 1991,
reconhecendo S.A.R. o Duque de Bragança como herdeiro da Coroa, e
considerando que:
- É desejável que haja uma estratégia concertada entre todos os monárquicos;
- Essa estratégia global envolve diversas formas e meios de intervenção dos monárquicos;
-
Em certos pontos fundamentais, que a seguir se enumeram, as actuações
dos monárquicos devem ser concertadas respeitando a estratégia
globalmente definida;
Aprovam o presente documento.
1. POSIÇÃO DO DUQUE DE BRAGANÇA
Os monárquicos desejam
-
Um posicionamento de oposição ao regime vigente por parte do Duque de
Bragança, através de declarações expressas do seu desejo de mudança do
regime.
- O apoio do Duque de Bragança à estratégia comum preconizada pelos monárquicos.
2. FORMA DE REPRESENTAÇÃO DOS MONÁRQUICOS
- Os monárquicos devem ter uma instituição que os represente na sua totalidade e diversidade,
- Essa entidade, a constituir, será uma federação de associações de âmbito regional – as Reais Associações.
- As Reais Associações estão abertas a monárquicos de todas as tendências.
-
Só poderão participar na constituição da federação as associações que
tenham sido reconhecidas coma Reais Associações pelo Duque de Bragança.
-
Deseja-se que a Causa Monárquica na sua forma actual desapareça,
podendo a sua entidade jurídica e denominação ser adaptadas para a
Federação.
3. ACÇÃO POLÍTICA
Na sua
intervenção política, os monárquicos lutarão pela Restauração da
Monarquia em Portugal, concordando em defender os seguintes princípios:
- Adoptar uma postura de oposição clara ao regime.
- Salientar persistentemente as diferenças essenciais entre Monarquia e República.
- Prosseguir os esforços no sentido da revisão dos limites materiais da Constituição.
- Defender a necessidade de realização de um referendo sobre o regime.
A
questão da integração política e económica de Portugal na Comunidade
Europeia deve ser objecto de esclarecimento e debate nacional.
- Reconhecer o poder local como um direito das populações e não como uma benesse do poder central.
- Contrariar a monopolização da representação política por parte dos partidos.
- Exigir que o Estado contribua activamente no sentido da preservação do património natural e cultural de Portugal.
4. OUTRAS FORMAS DE PARTICIPAÇÃO DOS MONÁRQUICOS
Independentemente
do seu maior ou menor envolvimento na estratégia comum através das
Reais Associações e da sua Federação, grande parte dos monárquicos
manterá outras actividades, sob a forma de intervenção política,
divulgação, doutrina ou outras.
Estas actividades poderão caso a caso
ser desenvolvidas quer individualmente, quer através de organizações
políticas, eventualmente de índole monárquica, ou ainda pela via de
publicações.
Deseja-se que as organizações ou publicações de índole
monárquica desenvolvam a sua intervenção dentro dos princípios
estabelecidos como estratégia comum.
Deseja-se também que cada um dos monárquicos pessoalmente, na sua actuação, aja ou não em consonância com esta estratégia.
Pretende-se assim obter um aproveitamento integral de todos os esforços e de todas as potencialidades existentes.
REAL ASSOCIAÇÃO DE BRAGA
REAL ASSOCIAÇÃO DE LISBOA
REAL ASSOCIAÇÃO DO PORTO
REAL ASSOCIAÇÃO ESCALABITANA PARA A DEFESA DA COROA
REAL ASSOCIAÇÃO DE VIANA DO CASTELO
(Documento publicado no Jornal "Consciência Nacional, nº 168, Ano XX, Nov./Dez. 1991)