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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quinta-feira, 31 de agosto de 2023

DUQUES DE BRAGANÇA E DUQUESA DE COIMBRA EM CASAMENTO NA ALEMANHA


 Os Senhores Duques de Bragança (com a Princesa Gloria von Thurn und Taxis) e a Senhora Duquesa de Coimbra, no passado sábado, em Schloss Sünching, na Alemanha, por ocasião do casamento do Arquiduque Joseph von Habsburg com a Condessa Sophie von Schaesberg.






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O TRATADO DO RIO DE JANEIRO: SABIA QUE DOM JOÃO VI TAMBÉM FOI IMPERADOR DO BRASIL?

 
Ao reconhecer a independência do Império do Brasil pelo Tratado do Rio de Janeiro, D. João VI passa a usar por carta de lei de 15 de Novembro de 1825, o título de imperador do Brasil, que lhe fora deferido por seu filho D. Pedro IV de Portugal, I do Brasil.
Assim, seu título passou a ser: Pela Graça de Deus, Imperador do Brasil, Rei de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc. Dona Carlota Joaquina também tinha o direito ao uso do título de Imperatriz do Brasil.

A GRANDE MURALHA DA ÍNDIA EM RAJASTÃO

 

Assim é a Grande Muralha da Índia, a segunda mais longa do mundo, com uma fortaleza inexpugnável em Rajastan.

Edificada no século XV por Maharana Kumbha e ampliada no século XIX, esta fortaleza é também a segunda muralha contínua mais longa do mundo.

Alguns chamam-lhe Kumbhalgarh, o mesmo nome da fortaleza que rodeia, mas outros simplesmente chamam-lhe a Grande Muralha da Índia. E apesar de fascinante, surpreendente e único, ainda é pouco conhecido fora da sua região, o estado de Rajasthan, no oeste da Índia.

A Grande Muralha Índia mede exactamente 36 km, e a olho nu, podemos até confundi-la com a Grande Muralha da China. No entanto, muitos séculos e muitas culturas as separam.

A construção de Kumbhalgarh começou em 1443, e demorou mais de um século para terminar. Hoje em dia, convertida em museu, é um daqueles lugares que você não deve deixar de visitar numa viagem a esta região do país. A fortaleza que rodeia a parede, ergue-se imponente no alto de uma colina a 1180 metros de altura, e representa a glória do passado dos governantes de Rajput.

No total, a muralha tem sete portas, uma delas com câmaras internas incríveis, e protege as terras férteis do interior de suas paredes, além de cerca de 360 templos, a maioria deles hindus, e outros, construídos para os adeptos do jainismo, uma religião fundada na Índia, que Muitos acreditam que é antes do budismo. As vistas panorâmicas dos arredores são excepcionais e treze picos das montanhas da Cordilheira Aravali protegem-na.

A 31 DE AGOSTO CELEBRAMOS SÃO RAIMUNDO NONNATO, PRESBÍTERO (+1240)


 S. Raimundo Nonnato

Sacerdote (1200-1240) 

Raimundo Nonnato, assim chamado porque «não nascido», mas extraído vivo das entranhas da mãe já morta, viu a luz em Portei, na diocese de Solsona, Espanha, pelo ano de 1200. Os pais eram pobres e Raimundo, ainda menino, teve de guardar o gado. As montanhas de Lérida foram o campo dos seus anos de pastor. Conhecia-lhes muito bem as fontes e arroios, os bosques e vales, e sobretudo uma ermida de S. Nicolau, onde se venerava uma imagem de Nossa Senhora de quem era devotíssimo. Conta-se que, duran­te as horas que passava aos pés de Maria, um anjo lhe guardava o rebanho.

O que parece, fora de toda a dúvida, é que a Virgem Santíssima lhe falou um dia e lhe disse que entrasse na recém-fundada Ordem de Nossa Senhora das Mercês para a redenção dos cristãos captivos em terras de mouros. Vencida a resistência do pai, veio para Barcelona, onde conheceu S. Pedro Nolasco, a quem pediu a admissão.

Em Barcelona, trabalhou desde o princípio no ministério da pregação e catequese, em particular com os cristãos remidos dos infiéis. Isto não lhe bastava, pois sonhava com maiores e mais difíceis empresas. Sonhava com a redenção dos que gemiam em terras de mouros. Reunia esmolas, mendigando de porta em porta, para resgatar aqueles infelizes. Em 1224 entrou pelo reino mouro de Valência para remir e consolar os captivos. Libertou 140. Em 1226 chegou mesmo até Argel, com S. Pedro Nolasco, e, não bastando o dinhei­ro que levavam para remir tantos captivos, ficou ele em pessoa como refém.

Já ordenado sacerdote, voltou outras duas vezes a África. Na primeira, em 1229, desembarcando em Argel, esteve em perigo de perder a vida, pela liberdade apostólica em falar e discutir com mouros e judeus. Em 1232, veio a Bugia, onde obteve óptimos resultados até na conversão de muçulmanos e judeus.

A expedição mais célebre do Santo foi a do ano de 1236, a Tunes ou mais prova­velmente a Argel. Ficou novamente como refém, enquanto se recolhia o dinheiro neces­sário, em terras cristãs.

Libertou 250 captivos em Argel e 228 em Tunes.

Ao dedicar-se à evangelização dos infiéis, o que excitou as iras dos mais rebeldes, açoitaram-no, esfolaram-no e lançaram-no numa escura masmorra. Conti­nuou pregando Cristo. Um dia, os mouros entraram-lhe na prisão, furaram-lhe os lábios com um ferro em brasa e pelos buracos meteram-lhe um cadeado. Era o meio único para fechar a boca àquele intrépido pregador. Abriam-na para lhe dar de comer a escassa ração dos presos.

Chegou por fim o seu resgate e Raimundo, esgotado pelos açoites, pela fome e pelos maus-tratos, voltou a Espanha, à terra de origem. A sua fama de santo e valente pregador tinha chegado até ao papa Gregório IX, que pelo ano de 1239 lhe enviou o chapéu cardinalício. Já antes o encarregara de ir a França convencer S. Luís a partir para a Terra Santa.

O Santo continuou na sua humildade e espírito caritativo. Conta-se que um dia, não tendo o que dar a um pobre, lhe entregou o seu próprio chapéu. Quando Gregório IX o chamou a Roma para utilizar os seus conselhos, adoeceu com gravidade em Cardona e morreu santamente em 1240.

O seu corpo foi descansar na mesma ermida de S. Nicolau em que orava nos seus anos de pastor. 

Fonte: Santos de Cada dia – Editorial A.O. - Braga


quarta-feira, 30 de agosto de 2023

O COUTO MISTO

 

Sabia que houve um microestado independente entre Portugal e Espanha que existiu até 1864?

Era uma questão por resolver entre dois reinos que estavam intimamente relacionados há séculos e tinham uma fronteira permeável: Espanha e Portugal sentaram-se para desenhar “La Raya”, ou “A Raia”, para delimitar as fronteiras entre as duas nações para garantir a segurança dos seus respetivos territórios.

A 29 de Setembro de 1864, foram estabelecidos os limites de ambos os países, que permanecem praticamente inalterados até hoje, desde a foz do rio Minho até ao Guadiana. Nada menos do que 1.214 quilómetros sinalizados com 5.400 marcos e atravessados ​​por cinco rios – Guadiana, Tejo, Douro, Lima e Minho. Esse tratado deu uma solução aos chamados “povos promíscuos” atravessados ​​pela antiga fronteira e marcou o fim da ‘Coto Mixto’ (‘Reserva Mista’), um microestado independente de ambas as nações de apenas 26,9 quilómetros quadrados, de origem medieval, cuja capital foi a vila de Santiago dos Mixtos e que gozava de alguns privilégios. Os seus habitantes costumavam apresentar-se como portugueses ou espanhóis, conforme o interesse, embora não se considerassem súbitos de nenhumas das Coroas.

Na actual província de Ourense, e fruto de complexas relações senhoriais medievais, parte do território escapou ao domínio português e espanhol, que funcionava como um Estado soberano por direito próprio. Era formado pelos municípios de Santiago de Rubiás, Rubiás e Meaus, todos a norte da serra do Larouco, e incluía também uma pequena faixa desabitada que hoje faz parte do município de Montalegre.

Durante séculos, como país independente, os habitantes do ‘Coto Mixto’ tiveram muitos direitos e privilégios, incluindo o autogoverno, isenção de serviço militar e impostos, direito ao porte de armas, selos oficiais, poderia conceder asilo a fugitivos da justiça portuguesa ou espanhola e negar o acesso a qualquer contingente militar estrangeiro – tinham também direito de passagem nas estradas, liberdade de comércio, de cultivo mas também a liberdade de escolha da nacionalidade espanhola ou portuguesa para os seus habitantes. Foi estimado que, entre 1862 e 1864, tenha tido uma população não superior a mil habitantes.

As suas origens remontam ao séc. X e à independência de Portugal, em 1147. Muito do que se sabe sobre este território fronteiriço, as suas regras, usos e costumes, provém de relatórios diplomáticos elaborados durante as negociações do Tratado de Lisboa, que conduziram à sua extinção – foi assinado o desaparecimento da Reserva Mista, que se integrou em grande parte a Espanha: as principais vilas foram integradas ao reino espanhol, enquanto uma faixa de terra desabitada passou para Portugal. Em troca, o reino português recebeu total soberania sobre os chamados “povos promíscuos”, formados por aldeias em que parte das suas casas ficavam na antiga fronteira e serviam de escritório para as alfândegas de ambos os países. Em algumas casas, aliás, bastava trocar de quarto para ir de um país para outro.

O tratado foi ajustado por Juan Jiménez de Sandoval e Facundo Goñi em nome da rainha Isabel II de Espanha, e por Nuno José Severo de Mendonça e Jacinto da Silva Mengo em nome de Luís I de Portugal; foi ratificado por ambos os países em 1865 e formalizado em Santiago de Compostela em 23 de Junho de 1868. O tratado teve início em 5 de Novembro de 1868. No entanto, havia uma questão que não foi resolvida: a situação de Olivença, cuja soberania espanhola não foi aceite por Portugal. 

DEU-LA-DEU MARTINS, A HEROÍNA DE MONÇÃO

 

O brasão de armas de Monção perpetua esta figura portuguesa do tempo das guerras de D. Fernando, Rei de Portugal, com D. Henrique de Castela, no século XIV.
No alto de uma torre, surge o vulto de uma mulher, segurando um pão em cada uma das mãos com a legenda “Deus a deu - Deus o há dado”.
Esta é a história de Deu-La-Deu Martins, a mulher do capitão mor de Monção, Vasco Gomes de Abreu, e da sua bravura, tornando-a a heroína e símbolo daquela vila nortenha.
Naquele tempo, estalava a guerra. Vasco Gomes de Abreu ausentara-se ao serviço do Rei de Portugal e o general de Henrique de Castela, D Pedro Rodrigues Sarmento, aproveitou a ocasião para cercar Monção com um poderoso exército.
A vila aguentou o cerco apesar de todas as dificuldades: alimentos escassos e poucos homens válidos.
Vendo todo o descalabro à sua volta, Deu-La-Deu tomou o comando da praça e, durante todo o cerco, dirigiu os seus homens, assistiu os feridos, deu alento aos desencorajados, lutando ao seu lado nos momentos de maior perigo.
Desmultiplicou-se sem um momento de desânimo, apercebendo-se no entanto que tudo se esgotava: a coragem dos homens, os alimentos e os recursos militares.
Num momento de lucidez, vendo todo o desespero e caos que a rodeavam, Deu-La-Deu mandou recolher a pouca farinha que ainda existia na vila e com ela foi fazer alguns pães.
Olhos famintos brilharam, a fome imperava já intramuros! Depois de prontos, e para espanto de todos, Deu-La-Deu subiu à muralha com eles nas mãos, jogando-os para os inimigos que se amontoavam fora das muralhas e gritou:
- A vós que nos haveis querido render pela fome e força das armas, e porque graças a Deus nos achamos bem providos, vendo que não estais fartos, vos enviamos pão e vos daremos mais se o pedirdes!
Os inimigos entreolharam-se... sim, a fome também imperava entre eles... e desalentados, acreditando na fartura dos sitiados, levantaram cerco, regressando a Espanha.
Esta é a história de Deu-La-Deu Martins, a defensora de Monção.
in "HERÓIS E HEROÍNAS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL"


O IMPÉRIO ZULU

O Império Zulu ou Reino da Zululândia, foi uma monarquia na África Austral. Durante a década de 1810, Shaka Zulu estabeleceu um exército permanente que consolidou e construiu um grande número de seguidores e governou uma vasta extensão da África Austral que se estendia ao longo da costa do Oceano Índico, desde o rio Tugela, no sul, até o rio Pongola, no norte.
Da década de 1810 até sua destruição pelos britânicos em 1879, o reino Zulu foi o maior do sudeste da África, ocupando a maior parte do que hoje é a província de KwaZulu-Natal, na África do Sul .
O reino Zulu era bastante pequeno e insignificante até que o rei Shaka (governou c. 1816–1828) conquistou muitos reinos vizinhos. Shaka é uma figura altamente ambígua na memória popular hoje. Para os nacionalistas étnicos Zulu na África do Sul, e para muitos pan-africanistas em todo o mundo, ele serve como um símbolo da conquista africana e da resistência anticolonial. Para muitos brancos, ao contrário, Shaka tornou-se um símbolo da barbárie africana. No entanto, os debates sobre Shaka não seguem necessariamente linhas raciais: alguns brancos viram Shaka como uma figura bastante heróica, enquanto muitos sul-africanos negros viram Shaka como um opressor que massacrou indiscriminadamente não apenas seus oponentes, mas também não combatentes inocentes, incluindo mulheres. e crianças.
Uma ramificação do Zulu, o amaNdebele, mais conhecido na história como o Matabele criou um império ainda maior sob seu rei Mzilikazi , incluindo grandes partes do highveld e do actual Zimbábue .
Após serem derrotados pelos Boeres brancos, e uma amarga guerra civil em meados do século XIX, que culminou na Batalha de Ndondakusuka em 1859 entre os irmãos Cetshwayo e Mbuyazi, em 1879, uma força britânica invadiu a Zululândia, dando início à Guerra Anglo-Zulu. Após uma vitória inicial zulu na Batalha de Isandlwana em Janeiro, os britânicos se reagruparam e derrotaram os zulus em Julho durante a Batalha de Ulundi, encerrando a guerra. A área do Reino Zulu foi absorvida pela Colónia de Natal e posteriormente passou a fazer parte da União da África do Sul .
A área que já foi o Reino Zulu hoje faz parte do KwaZulu-Natal da África do Sul, uma das nove províncias do país, e uma grande parte do território é composta por reservas de vida selvagem e uma importante fonte de renda vem do turismo – a área é conhecida por suas colinas cobertas de savana
A família real Zulu ainda cumpre muitos deveres cerimoniais importantes.
O reino Zulu não está extinto. Ele sobrevive na imaginação de muitos bantu e permanece latente em suas práticas sociais. Historicamente, é tão antigo quanto a França moderna, mas permaneceu um estado independente por breves sete décadas, sua glória terminando na Guerra Zulu de 1879.
O período é atravessado pelos reinados de cinco figuras monárquicas: Dingiswayo (c. 1808– 1818), que lançou as fundações; Shaka (1816–1828), que estabeleceu o reino e governou no auge do poder zulu; Dingane (1828–1840), que continuou o despotismo quando os colonos europeus começaram a se entrincheirar no domínio zulu; Mpande (1840–1872), cuja soberania foi limitada pela acomodação primeiro ao poder bôer, depois ao poder britânico; Cetshwayo (1872–1884), que tentou se libertar, mas perdeu a independência em uma guerra contra os britânicos. Shaka se destaca como o maior de todos - tanto Romulus quanto Napoleão para o povo zulu - e sua lenda capturou a imaginação de escritores europeus e africanos, inspirando romances, biografias e estudos históricos em várias línguas.
Como um autocrata violento, ele é admirado e condenado: admirado por aqueles que amam conquistadores, condenado por aqueles que odeiam déspotas. As transformações internas operadas por seu regime foram acompanhadas por enormes devastações e deslocamentos em toda a África do Sul e Central, desorganizando um terço do continente. Algumas estimativas do massacre nas guerras totais de Shaka e nas migrações em massa causadas por elas colocam o número de mortos perto de dois milhões. Estima-se também que em 1820 Shaka havia privado cerca de trezentas tribos de sua independência, comandou uma força de mais de cem mil guerreiros e trouxe meio milhão de almas sob seu domínio. Vários de seus generais fugiram com seus exércitos para criar seus próprios impérios.
Assim, mesmo depois de seu dia, a influência de Shaka permaneceu, pois seu modelo de despotismo militar foi replicado em reinos como o Matebele sob Mzilikazi na Rodésia do Sul e o Gasa (Shangane) sob Soshangane na África Oriental Portuguesa, e em vários grupos de Ngoni ao norte do rio Zambeze. Esses reinos preservaram por alguns anos o padrão zulu, combinando o poder despótico interno com o terrorismo militar externo. pois seu modelo de despotismo militar foi replicado em reinos como Matebele sob Mzilikazi na Rodésia do Sul e Gasa (Shangane) sob Soshangane na África Oriental Portuguesa, e em vários grupos de Ngoni ao norte do rio Zambeze. Esses reinos preservaram por alguns anos o padrão zulu, combinando o poder despótico interno com o terrorismo militar externo, pois seu modelo de despotismo militar foi replicado em reinos como Matebele sob Mzilikazi na Rodésia do Sul e Gasa (Shangane) sob Soshangane na África Oriental Portuguesa, e em vários grupos de Ngoni ao norte do rio Zambeze.






A 30 DE AGOSTO CELEBRA-SE SANTA TECLA, VIRGEM E MÁRTIR, SÉCULO I


 Santa Tecla não é citada na Bíblia e a única fonte de informações sobre sua vida é o livro “Actos de Paulo e Tecla” que provavelmente foi escrito no século II d.C. e é tido como apócrifo.

Quando o apóstolo Paulo chegou a Icónio ficou hospedado em casa de Onesíforode de quem Tecla era vizinha. A jovem Tecla ouve a pregação de Paulo sobre as virtudes da virgindade e converte-se ao cristianismo, desistindo do casamento com o seu noivo Thamyris. Este, inconformado, começa a perseguir Tecla e São Paulo.

Por milagre, Tecla consegue sobreviver por diversas vezes a diferentes perseguições

Acompanha São Paulo na sua viagem para Antioquia da Pisídia. Também aí é condenada a ser comida por feras, mas mais uma vez dá-se um milagre e Tecla é salva.

Começa a pregar o Evangelho e morre aos 90 anos, em Seleuceia, depois de converter muitos pagãos. O seu corpo foi sepultado nessa cidade onde foi erguida uma grande igreja em sua homenagem.

Actualmente parte das suas relíquias estão na catedral de Milão.

É venerada como padroeira dos agonizantes.

terça-feira, 29 de agosto de 2023

♔ | EM 29 DE AGOSTO DE 1966 MORRIA A RAINHA D. AUGUSTA VITÓRIA

A Princesa Augustine Viktoria Wilhelmine Antoinette Mathilde Ludovika Josephine Marie Elisabeth nasceu em Potsdam, a 19 de Agosto de 1890, e morreu, em Eigeltingen, a 29 de Agosto de 1966). Foi a mulher de D. Manuel II, último Rei de Portugal, sendo considerada Duquesa de Bragança, pois quando se casou, a Monarquia Portuguesa já havia sido abolida.
D. Augusta Vitória era filha de Guilherme, Príncipe de Hohenzollern (*1864 - †1927) e de Dona Maria Teresa de Bourbon, Princesa das Duas Sicílias (*1867 - †1909); neta paterna de Leopoldo, Príncipe de Hohenzollern (*1835 - †1905) e de Dona Antónia de Bragança, Infanta de Portugal (*1845 - †1913), filha de Dom Fernando II e de Dona Maria II, Reis de Portugal, e neta materna de Luigi Mari di Borbone, Conde de Trani (*1838 - †1886) e de Matilde, Duquesa na Baviera (*1843 - †1925).

Dona Augusta Vitória era a única filha do Príncipe de Hohenzollern-Sigmaringen (ramo católico dos Hohenzollern) e tinha dois irmãos, os príncipes Frederico Victor e Francisco José.

El-Rei D. Manuel II de Portugal, já no exílio, havia ficado muito impressionado com a Princesa alemã havia um ano antes do casamento, num encontro orquestrado pela Infanta Dona Maria Antónia de Portugal, tia-avó do Rei e avó da Princesa. Assim, após uma pequena conversa a dois, em Abril de 1913, El-Rei pede a mão, em casamento, à Princesa, que aceita prontamente. Segue-se uma pequena comemoração entre noivos e Augustos Pais e, consequência do exílio, um rápido e singelo comunicado oficial: ‘É com a maior alegria que anúncio o ajuste do meu casamento com a Princesa D. Augusta Victória de Hohenzollern-Sigmaringen. Manuel Rei’.

Assim, com este matrimónio era cimentado meio século de aliança entre a Sereníssima Casa de Bragança e a Casa de Hohenzollern, que teve início com o casamento da Infanta Dona Maria Antónia de Bragança com o Príncipe Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen.

No dia 4 de Setembro de 1913, após um curto noivado de 4 meses, a Princesa D. Augusta Victoria von Hohenzollern-Sigmaringen, aos 22 anos, casou-se na capela do Castelo de Sigmaringen, na Prússia, Alemanha, com Sua Majestade Fidelíssima El-Rei D. Manuel II de Portugal, que era seu primo em segundo grau, pois ambos eram bisnetos da Rainha Dona Maria II de Portugal, uma vez que Dona Augusta Vitória neta da Infanta Dona Antónia de Bragança, filha de D. Maria II e irmã dos Reis D. Pedro V e D. Luís I.

À cerimónia religiosa do casamento católico entre o Rei de Portugal e a Princesa germânica presidiu D. José Sebastião de Almeida Neto, cardeal-patriarca de Lisboa, à altura exilado em Sevilha - expulso pelos republicanos após a golpada do 5 de Outubro de 1910 -, e que já havia baptizado D. Manuel. Assistiram cerca de 200 convidados, entre os quais a convalescente Rainha Dona Amélia, Edward David, Príncipe de Gales e futuro Edward VIII (Duque de Windsor após a abdicação), a Duquesa de Aosta, os Príncipes Franz Joseph e Frederik Victor, irmãos da noiva, o Marquês de Soveral e várias senhoras da aristocracia e damas portuguesas, assim como oficiais ingleses que faziam a guarda a El-Rei - por especial deferência do primo e Rei britânico, George V.

Dom Manuel II fez questão de casar permanecendo de pé sobre um caixote carregado de terra portuguesa, e trajou casaca, complementada com o calção da Ordem da Jarreteira de que era simultaneamente o mais jovem cavaleiro de sempre e o último português a ser agraciado com a mais distinta das Ordens Honoríficas britânica e mundiais. No calção distinguia-se a liga azul-escuro com rebordo e letras a dourado colocada no joelho esquerdo com a divisa da Ordem, ‘Honni soit qui mal y pense’. Da mesma Ordem usava a Estrela, presa ao peito esquerdo, com uma representação colorida esmaltada do escudo heráldico da Cruz de São Jorge, rodeado da Ordem da Jarreteira, cercada por um emblema de prata de oito pontos. Ao pescoço, El-Rei usava a Ordem do Tosão de Ouro, e para além de mais Ordens usava a Banda com a Placa das Três Ordens Militares Portuguesas, colocada debaixo da casaca, para o lado da anca esquerda. Já Dona Augusta Victória usou um vestido de noiva matizado a azul e branco, prestigiando as cores da Bandeira do Reino de Portugal e da Monarquia Portuguesa. Na cabeça segurando o véu que fora usado pela sua avó a Infanta Dona Antónia de Bragança quando casara com o Príncipe Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen, um diadema com motivos de flor-de-lis. O casal real teve ainda direito a uma Bênção enviada por S.S. O Papa Pio X.

Como El-Rei estava exilado na Inglaterra consequência da implantação da república, D. Augusta Vitória nunca recebeu oficialmente o título de Rainha - pelo casamento seria apenas Duquesa de Bragança -, embora, mesmo no exílio, os monárquicos dispensavam-lhe o tratamento de “Rainha”, porque nunca reconheceram que a Monarquia havia sido formalmente abolida em Portugal. Nunca teve, naturalmente, o estilo de tratamento de "Rainha de Portugal", mas foi Rainha-consorte 'de jure' (pelo direito). A última Rainha de Portugal foi, naturalmente, a Senhora Dona Amélia. O casamento feliz, mas que, infelizmente, não gerou descendência - o que tem provocado grandes problemas para os monárquicos portugueses -, durou até à trágica morte de Sua Majestade o Rei, em 1932.

A 23 de Abril de 1939, Dona Augusta Vitória, viúva de D. Manuel II, aos 48 anos, casou com o Conde Karl Robert Douglas, natural de Constança, Suíça. Karl Robert Conde Douglas fez 59 anos no dia seguinte ao matrimónio, e era divorciado de Sofie von Fine Blaauw. Do segundo casamento também não teve descendência, e Dona Augusta Vitória ficou, novamente, viúva em 1955.

Faleceu aos setenta e seis anos de idade, em Münchhof, em Eigeltingen, no dia 29 de Agosto de 1966. Jaz sepultada no Castelo de Langenstein, propriedade da família Douglas, em Hegau.

Era considerada uma mulher triste, pois raramente sorria, mas talvez isso se deve-se mais a frieza de ânimo, natural dos germânicos, do que a antipatia da Senhora Dona Augusta Vitória.

Dizem que não tinha especial afecto de Portugal, mas numa das fotos da publicação, um cliché datado do primeiro quartel do século XX, a Rainha D. Augusta Victoria, casada com Sua Majestade Fidelíssima El-Rei Dom Manuel II, último Rei de Portugal, é retratada, vestida à lavradeira de Viana do Castelo no jardim da mansão do casal real, Fulwell Park, em Twicknham, nos arredores de Londres, pelo que, mesmo durante o exílio em Inglaterra, e nunca tendo visitado Portugal, a Rainha sentia as tradições portuguesas, e como retrata a fotografia trajou-se à Vianense, mais precisamente com o tradicional traje de lavradeira, vermelho com a faixa negra na saia, certificando o interesse das populares festas minhotas da Romaria da Senhora D’Agonia.

O Traje à Vianense ou Domingueiro de mulher é confeccionado artesanalmente, usando materiais como a lã e o linho. O Traje à Lavradeira é uma criação das camponesas de freguesias de Viana do Castelo, e hoje em dia é usado principalmente em festas, feiras ou grupos folclóricos. O Traje à Vianense é composto por várias peças, realçando-se a saia que vai identificar a aldeia da rapariga; essa saia característica é de tecido vermelho com estreitas listras pretas e brancas, mas como é usada em toda a região possui variantes em azul, verde ou preto ou branco. O Avental é bordado de acordo com a flora da região. As cores mais comuns dos bordados de linha de algodão são o vermelho, o branco e o azul. Os lenços são de cores diferentes consoante as freguesias, sendo que que o Traje da Areosa é o copiosamente vermelho e que corresponde ao Traje que a retina melhor identifica como o à Vianense: saia vermelha com barra vermelha com motivos bordados a algodão, por vezes com missangas e lantejoulas, colete vermelho com a cinta preta e os lenços típicos da cabeça e do peito, os dois vermelhos. Depois o traje varia consoante as Freguesias do Distrito de Viana do Castelo, sendo que o que emprega mais preto na saia é o de Santa Marta de Portuzelo. O de Dem é o mais azul e garrido.

No concorrido e emblemático desfile das mordomas e lavradeiras na Romaria D'Agonia, as mulheres Trajadas à Vianense progridem pelas principais ruas do Centro Histórico de Viana do Castelo, desfilando a sua chieira (orgulho) e envergando os tradicionais e coloridos Trajes à Vianense de lavradeira, de mordoma, de noiva, de meia senhora ou com traje de festa, segurando na mão, envoltos num lenço de Viana, uma vela votiva ou um palmito e envergando ao peitilho os mais variados artefactos do chamado Ouro de Viana: gramalheiras, fios – alguns de três metros - com e sem pendente, colares de contas, peças, custódias, borboletas, cruzes de raios e de Malta, Corações de Viana em filigrana, brincos à Rainha, escravas, tudo em ouro.




Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica