♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

♔ | VIVA A FAMÍLIA REAL PORTUGUESA! | ♔

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 31 de julho de 2023

EM 31 DE JULHO DE 1920, O DUQUE DE BRAGANÇA, DOM MIGUEL JANUÁRIO ABDICA EM FAVOR DE DOM DUARTE NUNO

 

31 de Julho de 1920: O Duque de Bragança, Dom Miguel Januário abdica dos seus direitos dinásticos a favor de seu filho Dom Duarte Nuno, pouco depois reconhecido e declarado Herdeiro do Trono português pelos Monárquicos legitimistas:
Miguel Januário de Bragança, 22º Duque de Bragança, de seu nome, Dom Miguel Maria Carlos Egídio Constantino Gabriel Rafael Gonzaga Francisco de Paula e de Assis Januário de Bragança, * Castelo de Kleinheubach, 19.09.1853 - † Austria, Seebenstein, 11.10.1927, era filho de Dom Miguel I, Rei de Portugal (*1802 - †1866) e de Adelaide, Princesa de Löwenstein-Wertheim-Rochefort (*1831 - †1909); Neto paterno de Dom João VI, Rei de Portugal (*1767 - †1826) e de Dona Carlota Joaquina de Bourbon, Infanta de Espanha (*1775 - †1830) e neto materno de Constantin, Príncipe herdeiro de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg (*1802 - †1838) e de Inês, princesa de Hohenlohe-Langenburg (*1804 - †1835).
Dom Miguel Januário de Bragança, foi o único filho varão do Rei Dom Miguel I e de sua esposa, Dona Adelaide de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg. Foi um pretendente ao trono português do ramo Miguelista.
Nascido em 19 de Setembro de 1853, no Castelo de Kleinheubach, na Baviera, Alemanha. Estudou no Colégio de São Clemente, em Metz e frequentou a Universidade de Innsbruck, no Tirol, na época Império Austro-Húngaro, actual Áustria. Foi nomeado alferes do décimo quarto Regimento de Dragões, tomando parte na campanha de ocupação da Bósnia.
Após a morte do seu pai, em 1866 e das pretensões das suas duas meias-irmãs legitimadas pelo seu pai Dom Miguel I e nascidas durante o período do seu reinado efectivo, Dona Maria Assunção de Bragança e Dona Maria de Jesus de Bragança, denominou-se, então, como "o único herdeiro" na pretensão ao trono de Portugal pelo ramo Miguelista, afirmou-se também como alegado defensor da monarquia tradicional e ainda como opositor ao regime monárquico constitucional que estava em vigor. Foi pretendente ao trono ainda durante os reinados de Dom Luís I, de Dom Carlos I e de Dom Manuel II de Portugal, mas sem nunca ter conseguido alcançar o trono que foi ocupado pelos reis da Casa de Bragança-Saxe-Coburgo-Gota.
Foi agraciado em 1890, pelo imperador Francisco José I da Áustria, com o privilégio da extra-territorialidade.
Desde a Convenção de Evoramonte em 1834 e a vitória dos exércitos da Quadrupla Aliança, apoiantes de Dom Pedro IV, os descendentes do Rei Dom Miguel de Bragança encontravam-se interditos de pisarem o território nacional pela Carta de Lei de 19 de Dezembro de 1834, a "Lei do Banimento".
Para os partidários de Dom Miguel, a exclusão da posição sucessória ficou revogada em 1842 com a reposição da Carta Constitucional de 1826.
Em 1912, Dom Miguel Januário de Bragança negociou o Pacto de Dover com o rei Dom Manuel II, abrindo caminho à resolução definitiva de uma questão dinástica que depois de 1834, vinha dilacerando a causa da monarquia em Portugal. Para reforçar o Pacto de Dover, foi celebrado a 17 de Abril de 1922, o Pacto de Paris, entre o rei Dom Manuel II de Portugal e Dona Aldegundes de Bragança, condessa de Bardi, representante de seu sobrinho do ramo de Dom Miguel, o pretendente Dom Duarte Nuno de Bragança, ambos no exílio, e firmado através dos respectivos procuradores. Estes foram, por parte da condessa de Bardi, o conde de Almada e Avranches, D. Lourenço de Jesus Maria José Vaz de Almada e pela facção constitucionalista o Tenente-Coronel Aires de Ornelas e Vasconcelos, lugar-tenente do rei Dom Manuel II.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Dom Miguel Januário integrou o exército austríaco, do qual se retirou quando Portugal entrou no conflito em 1916. Quando efectivamente se retirou das fileiras do exército austríaco, abdicou em favor do seu filho mais novo, Dom Duarte Nuno de Bragança, em Bronnbach, a 30 de Julho de 1920, a pedido de uma comissão de monárquicos representantes do ramo Miguelista e da Junta Central do Integralismo Lusitano.
Veio a falecer em Seebenstein, na Áustria, em 11 de Outubro de 1927.
Casamento e descendência:
Do matrimónio com Dona Isabel de Thurn e Taxis, teve os seguintes filhos:
- Dom Miguel Maria Maximiliano de Bragança (1878–1923), pretendente ao título de Duque de Viseu, foi obrigado a renunciar às pretensões dinásticas por ter-se casado com a cidadã americana Anita Stewart Morris.
- Dom Francisco José de Bragança (1879–1919), pretendente ao título de Infante de Portugal, renunciou às suas pretensões.
- Dona Maria Teresa de Bragança (1881–1945), pretendente ao título de Infanta de Portugal, casada com Karl Ludwig de Thurn und Taxis.
Do matrimónio em segundas núpcias, com Dona Maria Teresa de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg, teve os seguintes filhos:
- Dona Isabel Maria de Bragança (1894–1970).
- Dona Maria Benedita de Bragança (1896–1971).
- Dona Mafalda de Bragança (1898–1918).
- Dona Maria Ana de Bragança (1899–1971), casada com Carlos Augusto de Thurn e Taxis.
- Dona Maria Antónia de Bragança (1903–1973), casada com Sidney Ashley Chanler.
- Dona Filipa de Bragança (1905–1990).
- Dom Duarte Nuno de Bragança (1907–1976), Duque de Bragança e aclamado Rei, na cidade do Porto, pelo movimento monárquico que foi denominado de "Monarquia do Norte".
- Dona Maria Adelaide de Bragança (1912–2012), casada com o médico Nicolaas Johannes Maria van Uden.
Tendo Dom Miguel Maria Maximiliano de Bragança renunciado por ter-se casado com uma cidadã americana e tendo também Dom Francisco José de Bragança renunciado, as pretensões recaíram em favor de seu irmão, Dom Duarte Nuno.
Títulos de Dom Miguel Januário de Bragança, durante a sua vida:
- Infante de Portugal
- Príncipe Real de Portugal
- Duque de Bragança
- Duque de Barcelos
- Marquês de Vila Viçosa
- Conde de Arraiolos
- Conde de Barcelos
- Conde de Neiva
- Conde de Ourém
- Cavaleiro da Ordem do Tosão de Ouro-Áustria
Cronologia (Geneall):
08.11.1893 D. Miguel, duque de Bragança, casa com a princesa Maria Teresa de Löwenstein-Wertheim-Rosenberg. Deste casamento nasceram 7 filhas e um filho varão, D. Duarte Nuno, pai do actual duque de Bragança.
31.07.1920 O duque de Bragança, D. Miguel abdica dos seus direitos dinásticos a favor de seu filho D. Duarte Nuno, pouco depois reconhecido e declarado herdeiro do trono português pelos monárquicos legitimistas.



(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, GeneAll e Wikipédia)

HISTÓRIA, GENEALOGIA e HERÁLDICA - António Carlos Godinho Janes Monteiro 

EM 31 DE JULHO DE 1865 NASCIA O INFANTE DOM AFONSO DE BRAGANÇA

 

31 de Julho de 1865: Nasce o Infante Dom Afonso de Bragança, o popular "Arreda"...
Curiosidades da História: Quem foi "O Arreda"?

O Infante Dom Afonso, de seu nome Afonso Henriques Maria Luís Pedro de Alcântara Carlos Humberto Amadeu Fernando António Miguel Rafael Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis João Augusto Júlio Volfando Inácio de Saxe-Coburgo-Gotha e Bragança, nasceu em Lisboa, no Palácio da Ajuda, a 31 de Julho de 1865 e faleceu em Nápoles a 21 de Fevereiro de 1920. Era filho segundo de El-Rei Dom Luís I e da Rainha Dona Maria Pia. Era 3º Duque do Porto, 24º Condestável do Reino, 109º Governador e 51º e último Vice-Rei da Índia Portuguesa (foi nomeado em 1898). General, Inspetor Geral da arma de Artilharia, comandante Honorário dos Bombeiros Voluntários da Ajuda, um dos fundadores do Automóvel Club e fundador do Instituto de Odivelas. Foi o último Herdeiro da Coroa jurado pelas Cortes.
Para desgosto da Família Real, casou em Madrid no ano de 1917 com uma norte-americana, Nevada Hayes Chapman. Não tiveram filhos. El-Rei Dom Manuel II viu-se obrigado a cortar relações com o tio.
Morreu hemiplégico, envelhecido e pobre. Sua Majestade a Rainha Dona Amélia, que estava em Cannes, lamentou o abandono a que o cunhado estava votado. A viúva insistiu e o Governo Republicano enviou um barco a Itália em 1921 para trazer o corpo para Portugal. Está sepultado no Panteão da Dinastia de Bragança.
(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, GeneAll, Estórias da História e Francisco José Oleiro Lucas)



HISTÓRIA, GENEALOGIA e HERÁLDICA - António Carlos Godinho Janes Monteiro 


♔ | EM 31 DE JULHO DE 1750 MORRIA EL-REI DOM JOÃO V DE PORTUGAL

 

El-Rei Dom João V, de cognome "O Magnânimo", foi o 24° Rei de Portugal. Teve um dos reinados de maior duração, entre 9 de Dezembro de 1706 (aclamado Rei a 1 de Janeiro de 1707) e 31 de Julho de 1750 – data da sua morte.

Nascido a 22 de Outubro de 1689, era filho do Rei Dom Pedro II de Portugal e de D. Maria Sofia de Neuburgo, e recebeu o nome de João Francisco António José Bento Bernardo. Dom João V casou a 9 de Julho de 1708 com a Arquiduquesa D. Maria Ana da Áustria, filha do Imperador Leopoldo I e irmã do imperador austríaco Carlos III, e, do consórcio matrimonial nasceram 6 filhos, entre eles os futuros D. José I e D. Pedro III.

Absolutista, durante o seu reinado as Cortes não reuniram uma única vez, talvez porque, como escreveu Marveilleux in «Memórias instrutivas sobre Portugal (1723/26)»: ‘El-Rei não ignora nada do que se passa, porque cada um tem a liberdade de se dirigir a informá-lo de tudo o que interesse ao bem do Estado ou interesse particularmente aos súbditos.’

D. João V seguiu uma política de neutralidade de Portugal em relação aos conflitos europeus da época, mas defendeu fortemente os interesses portugueses no comércio ultramarino, de que foi exemplo a criação da Companhia de Comércio com Macau, em 1710, e, a assinatura do Tratado de Utreque, em 1714, em que a França e a Espanha reconheceram a soberania portuguesa sobre o Brasil, cujas minas de ouro enriqueceram grandemente todo o Reino, isso possibilitou o envio a Roma da famosa Embaixada portuguesa chefiada pelo Marquês de Fontes. Mas, em 5 de Julho de 1717, Portugal participa na Batalha do Cabo Matapão com sete naus de guerra, com 526 canhões e 3840 soldados, ao lado das esquadras papal, veneziana, florentina e maltesa, vencendo a armada turca que que acossava Itália e ameaçava todo o Mediterrâneo.

O seu reinado foi um período de grande engrandecimento cultural destacando-se: fundação da Gazeta de Lisboa, em 1715; em 1722, da Real Academia Portuguesa de História; e a introdução da ópera italiana, em 1731. D. João V estimulou, também, o desenvolvimento das artes menores como a talha, azulejo e ourivesaria, e, sobretudo, as artes maiores através do mecenato a diversos pintores e escultores que vieram de Itália para trabalhar em Lisboa e Mafra. O Palácio-Convento de Mafra, mandado edificar como forma de agradecimento pelo nascimento do seu primeiro filho varão (D. Pedro, Príncipe do Brasil, que morreu em criança), a fachada do Mosteiro de Alcobaça, em 1725, e o Aqueduto das Águas Livres. Foi o período designado por Barroco Joanino. Fundou, ainda, em Roma, a Academia de Portugal. Por tudo isso, ficou conhecido por ‘o Magnânimo’.

D. João V foi o primeiro Rei de Portugal a ter a titularia de ‘Fidelíssimo’, título com que D. João V foi agraciado por S.S. o Papa Bento XIV, em 1747, por todas as provas de Fidelidade ao Papa e à Igreja, passando o Rei de Portugal e os seus sucessores doravante a ter o tratamento de ‘Sua Majestade Fidelíssima’.

Dom João V, faleceu a 31 de Julho de 1750, e jaz sepultado no Mosteiro de São Vicente de Fora, no Panteão dos Bragança.

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica
 



Desfazer antigos mitos: o reinado de D. João V

A historiografia oitocentista tudo fez para denegrir este grande monarca, da pena de Oliveira Martins saíram os maiores impropérios em desenhos obscuros de um rei "beato" e "lúbrico". Toda a historiografia positivista deixou traços grotescos do soberano que hoje facilmente se desmentem. Contemporâneo de D. João V, o baiano Sebastião da Rocha Pita, autor da "História da América Portuguesa" (1730), legou a imagem de um rei devoto e generoso, qualidades que a condição exigiam para o exercício do bom governo. As acções personalisticas do rei demonstram mais o seu carácter prático do que a preocupação em construir uma doutrina, a "monarquia absoluta" obscurecida pela pena infiel dos liberais deixará esquecer a grandiosidade da sua política. É verdade, acuse-se, que deixaram de se convocar Cortes a partir de 1720, todavia, o rei concedia audiências públicas três vezes por semana, nas quais atendia não só a nobreza como qualquer concidadão. A protecção das fronteiras e das rotas comerciais com o Oriente e com o Brasil foram sempre a prioridade. Ao longo do século XVIII os vice-reis da Índia foram sempre homens de inegável mérito e, com o impulso da Companhia de Jesus, Portugal construiu uma verdadeira cultura internacional.

O fausto das entradas dos enviados portugueses às cortes europeias ajudou a conquistar a paridade de tratamento com as grandes potências da época. Junto à Santa Sé investiu igualmente a afirmação do reino, com momentos de maior tensão também, valendo a insistência e capacidade diplomática de D. João V para em 1748 lhe ser atribuído o título de "Rei Fidelíssimo".

No quadro das artes e da cultura, ao contrário do que a historiografia positivista proto-republicana alimentou, descobre-se uma verdadeira política artística. Muito do ouro brasileiro foi investido, não em caprichos pessoais, mas em belas colecções de pintura e gravura. Foi o criador da Academia Real da História, o que demonstra o empenho do monarca pela cultura. Na Real Academia ajudou a desenvolver o desenho, a gravura e a impressão em Portugal. As práticas de legitimação da monarquia foram sendo reformulados, desde a disciplina da sociedade de corte, à criação de espaços de representação, como o palácio e Convento de Mafra, onde disponibilizou a mais representativa biblioteca do país, a par com a Biblioteca Joanina, na Universidade de Coimbra. Majestosa e imponente, Mafra é o emblema por excelência do reinado joanino exemplo da política artística perdulária e expoente máximo do barroco. A corte Joanina alcançou assim a preeminência cultural, o reino consolidou a independência e granjeou o respeito internacional ombreando com as potências da época. 

AD MAIOREM DEI GLORIAM

Ad maiorem Dei gloriam ou ad majorem Dei gloriam ("para maior glória de Deus", em latim), também conhecido pelo acrônimo AMDG, é o lema da Companhia de Jesus, cujos membros são comumente conhecidos como jesuítas. A Companhia é uma ordem religiosa dentro da Igreja Católica Romana. Acredita-se que o lema tenha sido cunhado pelo fundador da ordem religiosa, Santo Inácio de Loyola, como a base filosófica da sociedade.

Imagens de Inácio de Loyola, nas quais ele frequentemente aparece carregando um livro, possuem este lema inscrito dentro do livro - representativo dos escritos religiosos do santo.

Esta frase é o lema de muitas instituições educacionais jesuíticas e muitas escolas secundários pelo mundo todo. No Gaston Hall da Universidade de Georgetown, esta frase é seguida de inque hominum salutem, fazendo a frase completa ser "para maior glória de Deus e para a salvação da humanidade."

Muitas escolas jesuítas pedem a seus alunos que escrevam as iniciais deste lema no topo de seus trabalhos, para lembrar aos alunos que até mesmo seu trabalho de casa é "para a maior glória de Deus."

A.M.D.G. era frequentemente incluído nas assinaturas do Papa João Paulo II. 


José De Almeida Basto

A ARMADURA DO REI D. MANUEL I, UM ARNÊS DE NICCOLÒ SILVA, MILÃO


Armadura do Rei D. Manuel I (1496-1521), um arnês de Niccolò Silva, Milão, c. 1510-1515

A armadura dita de D. Manuel I é uma peça elaborada pelo mestre armeiro milanês Niccolò Silva (doc. entre 1511-1549). É um dos únicos quatro conjuntos sobreviventes atribuíveis a este armeiro, todos eles reunidos no Musée de l’Armée, em Paris.

Este conjunto é, na verdade, uma garnitura, ou seja, uma armadura com peças adicionais e adaptáveis a uma tipologia variada de usos, desde o combate de campo à participação nas lides cavalheirescas (torneios, jogos militares e equestres, ou paradas). Apesar do fabrico italiano, o conjunto apresenta algumas influências alemãs, recorrentes neste período de confluências na armaria europeia. Além da moldagem exemplar do aço, a armadura está profusamente decorada com gravações, muitas das quais feitas a ouro. Particular destaque deve ser dado aos coxotes, nos quais se retratam vários episódios religiosos e mitológicos, muito ao gosto do Renascimento italiano. Não obstante as substituições e alterações que lhe foram sendo feitas ao longo do tempo, estamos perante um conjunto razoavelmente uniforme, um “testamento em aço” da mestria dos armeiros milaneses em época de transição para novos modelos de armamento defensivo.

A ligação entre esta armadura e o rei D. Manuel I é estabelecida através da esfera armilar, o símbolo único e inconfundível do monarca, que se encontra gravada nos coxotes. Não se sabe se esta marcação decorre de ter sido pertença pessoal de D. Manuel I ou se de uma oferta sua, sem dúvida de grande relevância. É também um mistério o percurso histórico da peça até à sua incorporação no Musée de l’Armée. Sabe-se que a armadura (ou arnês) estava elencada no inventário da colecção privada do colecionador francês Georges Pauilhac, adquirida pelo Musée de l’Armée, entre 1958 e 1964, em grande parte constituída por antigas colecções ibéricas (a colecção Estruch y Cumella de Barcelona, por exemplo).

Os motivos da sua provável saída de Portugal são desconhecidos. Podem, porém, apontar-se, enquanto possibilidades: ter sido levada no período filipino, à semelhança de outras obras importantes; as depredações ocorridas nas Invasões Francesas; ou, ainda, a subsequente venda de peças do Arsenal Régio, consideradas obsoletas, no rescaldo das Guerras Liberais. Perdurando estas incógnitas, fica-nos, no entanto, este belíssimo conjunto de lavra italiana com laivos germânicos, reflexo do cosmopolitismo luso do século XVI. 

OS CRUZADOS

Os cruzados foram um grupo de soldados europeus que participaram de várias expedições militares durante a Idade Média, com o objectivo de defender a fé cristã e expandir o território do cristianismo. As Cruzadas foram uma série de expedições militares que ocorreram entre os séculos XI e XIII e envolveram a participação de vários grupos de cruzados, liderados por nobres, reis e líderes religiosos.

Os cruzados acreditavam que estavam lutando por uma causa justa e nobre, e que estavam defendendo a Cristandade de seus inimigos muçulmanos. Eles se consideravam defensores da fé cristã, e acreditavam que tinham o dever de proteger o cristianismo e seus seguidores.

As Cruzadas foram motivadas por uma série de factores, incluindo a ameaça muçulmana à cristandade, a busca por riqueza e território e a necessidade de unificar a Europa. As Cruzadas tiveram um impacto profundo na história do mundo, tanto na Europa como no Oriente Médio.

Os cruzados foram responsáveis pela criação dos Estados cruzados no Oriente Médio, que incluíam o Reino de Jerusalém, o Principado de Antioquia, o Condado de Edessa e o Condado de Trípoli. Esses Estados cruzados foram estabelecidos após a Primeira Cruzada, em 1096, e duraram até o final do século XIII.

Os cruzados foram responsáveis por muitas atrocidades durante as Cruzadas, incluindo massacres de muçulmanos e judeus, saques e destruição de cidades e vilas. Embora se considerassem defensores da fé cristã, os cruzados frequentemente agiam com extrema violência e intolerância religiosa.

As Cruzadas também tiveram um impacto significativo na cultura e na arte medieval. As histórias das Cruzadas inspiraram muitos escritores e artistas, e foram retratadas em poemas, canções e obras de arte.

Em resumo, os cruzados foram um grupo de soldados europeus que lutaram em várias expedições militares durante a Idade Média, com o objectivo de defender a fé cristã e expandir o território do cristianismo. Embora se considerassem defensores da fé cristã, os cruzados frequentemente agiam com extrema violência e intolerância religiosa, e deixaram um legado controverso que continua a ser objecto de estudo e discussão até hoje.