Há mais monarquias do que monarcas. É que a rainha de Inglaterra também é soberana de países como o Canadá, a Austrália e a Jamaica.
Foi nos tempos da rainha Vitória que o Império Britânico atingiu o seu apogeu, estendendo-se do Canadá às Fiji,
da Jamaica à Austrália, com Nigéria, Quénia e Índia pelo meio. Com
justiça, os britânicos do século XIX argumentavam que nas terras da
Coroa o sol nunca se punha. Ora, a descolonização acabou com os últimos
impérios, e do britânico não restam hoje senão confetes como Gibraltar, as Malvinas ou Pitcairn. Mas Isabel II,
a trineta de Vitória, pode continuar a reivindicar que nos seus
domínios o sol nunca se põe: é que o prestígio dos monarcas ingleses
sobreviveu ao fim da era colonial, e se Nigéria ou Índia preferiram ser
repúblicas, já o Canadá, a Austrália ou a Nova Zelândia optaram por
continuar a ter como chefe do Estado uma cabeça coroada.
Por culpa de Isabel II, o mundo tem assim
44 monarquias, mas 29 monarcas. Por exemplo, todas as monarquias das
Américas têm a rainha de Inglaterra como titular. Aliás, os seus 135
milhões de súbditos espalham-se por três continentes e têm direito a
atenções especiais. Aos 85 anos, Isabel II já não viaja tanto como no
passado, mas desde que foi entronizada, em 1952, fez sempre questão de
ser figura presente nos países que a reverenciam. Aliás, no primeiro ano
de reinado visitou logo Jamaica e Nova Zelândia. E no ano seguinte foi à
Austrália. A viagem mais recente aconteceu no ano passado, com uma ida
ao Canadá. Ao longo do reinado, a monarca visitou já 24 vezes esse país.
Faltam quatro anos a Isabel II para bater
o recorde de Vitória como a monarca inglesa mais duradoura. A trisavó
reinou entre 1837 e 1901, e os seus tempos até passaram a ser conhecidos
como era vitoriana. Mas a longevidade de Isabel II não lhe dá mesmo
assim o título de monarca há mais tempo no trono. Essa honra cabe ao rei
Bhumibol, que subiu ao trono tailandês em 1946.
Mas se a rainha de Inglaterra é a
recordista em número de súbditos, hoje em dia a monarquia mais populosa é
o Japão, com 128 milhões de habitantes. Akihito, que pertence à mais
antiga das dinastias, é o único imperador entre os monarcas
contemporâneos: além de reis, existem príncipes, grão-duques, sultões e
emires. Todos juntos, reinam sobre 553 milhões de pessoas, menos de um
décimo da humanidade.
Apesar de terem campeões de popularidade, como Isabel II ou Juan Carlos
de Espanha, os monarcas são cada vez menos. Desde o final da I Guerra
Mundial, quando desapareceram os impérios alemão, russo, austro-húngaro e
otomano, as repúblicas têm vindo a ganhar terreno. E a última derrota
das monarquias foi há três anos, quando o Nepal
trocou o rei por um presidente. Mas a tendência não assusta Isabel II:
dos seus domínios, só a Austrália possui um forte movimento republicano,
e mesmo este admite que enquanto a actual soberana viver a mudança de
sistema não acontecerá.
Fonte: SOL
Sem comentários:
Enviar um comentário