Hoje 9 de Setembro de 2015, Sua Majestade a Rainha Isabel II do Reino
Unido e dos seus outros Reinos completa 63 anos e 217 dias de Reinado
ultrapassando assim a sua trisavó, a Rainha Victoria, e tornando-se a
Monarca Britânica com o mais longo reinado da História daquela Nação.
Nascida Elizabeth Alexandra Mary, em Londres, a 21 de Abril de 1926,
inicialmente nada faria pensar que enquanto neta do soberano George V, a
Princesa da Grã-Bretanha, embora recebendo o tratamento de Sua Alteza Real a Princesa Isabel de York,
e ocupando a terceira posição na linha de sucessão ao trono,
imediatamente atrás de seu pai o Príncipe Albert (Bertie), Duque de York
e de seu tio Edward David, o herdeiro presuntivo e Príncipe de Gales,
viria a ser Rainha do Reino Unido.
Com a Abdicação do tio Edward VIII, relegado para Duque de Windsor, e
a morte de Seu Augusto Pai, o Rei George VI, a Ascensão ao Trono de
Elizabeth II ocorreu em 6 de Fevereiro de 1952 e a Coroação a 2 de Junho
de 1953, na Abadia de Westminster, tornando-se Pela Graça de Deus, Rainha do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e dos Seus Outros Reinos e Territórios (Canadá,
Austrália, Nova Zelândia, Jamaica, Barbados, Bahamas, Granada, Papua
Nova Guiné, Ilhas Salomão, Tuvalu, Santa Lúcia, São Vicente e
Granadinas, Belize, Antígua e Barbuda, e São Cristóvão e Nevis), Chefe da Comunidade Britânica e Defensora da Fé. Na
cerimónia de Estado de maior pompa e aparato que existe no Mundo, a
Coroação de um Soberano Britânico, Isabel II do Reino Unido, perante os
Pares e os deputados do Reino e o governo – que será sempre de Sua
Majestade – entronizada no Trono de São Eduardo, recebeu a Coroa
Imperial, o Ceptro e o Orbe, a Espada, as Manilhas e o Anel; depois, já
investida com a descrita Regalia, fez o juramento do Soberano.
Foi a primeira coroação de um Soberano britânico transmitida em directo pela Televisão britânica, a já mítica BBC.
Ao longo do Seu Reinado de 63 anos, 7 meses e 3 dias empossou 12
Primeiros-Ministros, começando por Sir Winston Churchill, igualando a
Rainha Victoria e faltando-lhe apenas um para o record na posse de George III.
A jovem princesa Isabel foi educada em casa sob a supervisão de sua
mãe Elizabeth Bowes-Lyon, a então, Duquesa de York. A Sua ama era Marion
Crawford. Estudou história e línguas modernas, falando fluentemente
francês.
Apesar de seu nascimento gerar um grande interesse público, não era
esperado que ela se tornasse a Rainha, pois era a terceira na linha de
sucessão ao trono Britânico, e o Príncipe de Gales era jovem e
presumivelmente, ascenderia ao trono e teria seus descendentes, fazendo
assim sua linha de sucessão. Em 1936, quando seu avô paterno, o Rei
George V, morreu e seu tio David Edward o sucedeu como Edward VIII, a
Princesa Elizabeth tornou-se a segunda na linha de sucessão ao trono,
atrás de seu pai. Após um ano no Trono, Edward VIII abdicou, ante a
não-aceitação pela família real e do estableshiment britânico de um casamento seu com a socialite
americana, duas vezes divorciada, Wallis Simpson, gerando uma crise
constitucional. O pai de Isabel tornou-se Rei e ela tornou-se a herdeira
presuntiva, sob o título de Sua Alteza Real A Princesa Isabel. Em 1943, aos 16 anos de idade, SAR a Princesa Isabel fez sua primeira aparição pública, desacompanhada, numa visita aos Grenadier Guards, de qual foi nomeada Coronel-em-Chefe. Em Fevereiro de 1945, ingressou no Serviço Territorial Auxiliar das Mulheres,
como uma honorária Segunda Subalterna, com o número de serviço 230873.
Foi treinada como motorista e mecânica, dirigindo um camião militar, e
foi promovida a Comandante Júnior cinco meses depois, o que faz,
portanto, de Sua Majestade, hoje, a última Chefe de Estado viva a ter
servido na Segunda Guerra Mundial. A Guerra terminou e dois anos depois,
a Princesa Isabel fez a sua primeira viagem ao exterior, acompanhando
os Reis, Seus Pais, à África do Sul. No seu 21º aniversário, em Abril de
1947, em um pronunciamento à Comunidade Britânica da África do Sul,
declarou: “Eu declaro diante de todos vocês, que minha vida inteira,
seja ela longa ou curta, será dedicada ao seu serviço e ao serviço de
nossa grande família imperial, a qual todos nós pertencemos”.
Isabel reencontrou, o Príncipe Philippos Von Battenberg
Schleswig-Holstein Soenderburg-Glucksburg da Grécia e Dinamarca, filho
do Príncipe André da Grécia (tio do actual Rei Constantino – não
reinante) e da Princesa Alice de Battenberg e neto do Rei da Dinamarca. O
casal de primos em segundo grau por parte do Rei Cristiano IX da
Dinamarca e primos em terceiro grau por intermédio da Rainha Vitória do
Reino Unido contraiu matrimónio, em 20 de Novembro de 1947, na Abadia de
Westminster. Antes do casamento, Filipe renunciou aos seus títulos
Reais Gregos e Dinamarqueses, convertendo-se da Igreja Ortodoxa Grega ao
Anglicanismo e adoptou o nome anglicizado Philip e o apelido, também
anglicizado, de sua mãe, transformando Battenberg em Mountbatten, e,
foi-lhe concedido o tratamento de Sua Alteza Real e o título de Duque de Edimburgo.
Entretanto, em 1951, a saúde do Rei começa a esmorecer, e quando
Isabel e Filipe se deslocavam numa visita real à Austrália e Nova
Zelândia, com passagem pelo Quénia, a herdeira real é informada do
falecimento do Rei George VI, Seu Pai. Imediatamente, proclamada Rainha
com o Nome Real de “Isabel, é claro”, regressa com o Duque de
Edimburgo para a cerimónia de Ascensão ao Trono no Palácio de St. James e
depois mudam-se para o Palácio de Buckingham. Tiveram 4 filhos: Carlos,
Príncipe de Gales e herdeiro do Trono, Ana, André e Eduardo.
A Dinastia Windsor é a Casa Real de Inglaterra, descendente da Casa
de Saxe-Coburgo-Gotha, sendo presentemente a Dinastia reinante no Reino
Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte e dos países da Commonwealth. O
seu actual soberano é a Rainha Isabel II. Com o fim da Casa reinante de
Stuart, pois a Rainha Ana de Inglaterra não teve descendência, em 1714,
o Eleitor Jorge de Hanôver, tornou-se Jorge I da Grã-Bretanha. A sua
pretensão, que assegurava a sucessão protestante, baseou-se no facto de
ser bisneto do Rei Jaime I de Inglaterra (VI da Escócia) através da sua
mãe a Condessa Palatina, Sofia de Simmern. Embora, ainda houvesse
membros mais chegados da Casa de Stuart, como James Francis Edward
Stuart, como eram católicos, o Príncipe (um dos Nove Príncipe Eleitores
Germânicos, donde era escolhido o Kaiser) de confissão protestante foi
preferido pelo Parlamento britânico. Depois, com o casamento da Rainha
Vitória a Casa de Hanôver deu lugar à de Saxe-Coburgo-Gotha.
A Família Real Britânica passou a ter a denominação actual de Windsor
no ano de 1917, durante a I.ª Grande Guerra, altura em que um
sentimento exacerbado anti-germânico no povo inglês fez com que o Rei
Jorge V – brilhante estratega em relações públicas e em modernizar a
Monarquia; pode-se mesmo dizer que foi Sua Majestade que a trouxe para o
século XX – alterasse para versões em inglês todos os seus títulos e
sobrenomes alemães. E nada melhor do que Windsor, pois o Castelo
homónimo remonta aos tempo de Guilherme I, o Conquistador.
O nome alemão reporta ao casamento da Rainha Vitória com o Príncipe
Albert, filho do Duque Ernesth de Saxe-Coburgo-Gotha, em Fevereiro de
1840. Todavia, Saxe-Coburgo-Gotha não era o sobrenome pessoal do
Príncipe Consorte, mas o sobrenome dinástico da sua família – o seu
apelido era von Vettin. Desta forma, através de uma Ordem ao Conselho
(Order-in-Council) o Rei Jorge V transformou o von Vettin em Windsor.
Porém, a Ordem ao Conselho, como era costume, aludia apenas “aos” descendentes da Rainha Vitória, e não inevitavelmente “às” descendentes.
Em Abril de 1952, dois meses volvidos da sua ascensão ao trono, a Rainha Isabel II terminou o descuido do lapsus lingue com o nome dinástico e decretou ao seu Conselho Particular a sua “vontade
e satisfação de que eu e meus filhos sejamos chamados e conhecidos como
membros da Casa e Família de Windsor, e que meus descendentes que se
casem e seus respectivos descendentes carreguem o nome Windsor.”
Ulteriormente, a 8 de Fevereiro de 1960, a Soberana Elizabeth II
proclamou outra Ordem ao Conselho corroborando que Ela e os seus quatro
filhos seriam conhecidos como Dinastia, Casa e Família de Windsor e que
Ela e outros descendentes da linhagem masculina (exceptuando aqueles que
fruíam do título de Príncipe ou Princesa e eram conhecidos como “Sua
Alteza Real”) seriam conhecidos pelo nome de Mountbatten-Windsor.
Elizabeth II é a monarca de todos os recordes: já cumpriu o Jubileu
de Diamante; é a mais velha Monarca do Mundo e, a partir de hoje, Aquela
com o Reinado mais longo da História Britânica.
Cerca de 125 milhões de pessoas vivem em países de que é Soberana,
gozando de uma aceitação popular de 83%, mais do que os 80% do próprio
Regime de Monarquia, e sem nunca sofrer uma desaprovação pública numa
vida de serviço incólume dedicada unicamente à Missão e Ofício de
Reinar, sem nunca as censurar pessoas com quem contactou ou fazer um
comentário jocoso em público, e, ninguém, jamais, a ouviu satirizar
outrem.
Com a Sua Descendência, o filho Príncipe Carlos, o neto Príncipe
William e o bisneto Príncipe George está assegurado que a Casa de
Windsor – que prolonga uma Linhagem que reina ininterruptamente há mais
de 1.000 anos – reinará por mais de uma centena de anos, e que, a
Família Real, se perpetuará pelo próximo milénio, aludindo ao desejo de
Elizabeth II de que a Casa Reinante Britânica atravesse este e o novo
século e os seguintes no Trono do Reino Unido da Grã-Bretanha e da
Irlanda do Norte assim como dos outros quinze Estados soberanos
independentes conhecidos como os reinos da Commonwealth.
A relevância de um símbolo é patente e indelével e basta pronunciar a expressão “A Rainha” e ninguém terá dúvidas que se refere a Isabel II, que personifica a Coroa e a Monarquia Britânicas.
Vivat Regina! God Save The Queen! Long May She Live, Long May She Reign!
Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica
Sem comentários:
Enviar um comentário