A exemplo de Seu Augusto Pai e Avô, Sua Majestade El-Rei Dom Manuel
II calcorreava o País de lés a lés, e onde quer que fosse o Povo
aclamava-O entusiasticamente e exortava de alegria à Sua passagem,
sugestionado não apenas pela expressão superlativa da persona Real,
mas porque o Rei percorria as ruas sondando e interagindo com o Seu
Povo, visitando os doentes nos hospitais, levando-lhes o tão importante
aconchego espiritual, mostrando-se Português em tudo e não se fazendo
esquisito em estender a mão a qualquer súbdito e a dirigir a Sua palavra
cordial a qualquer um. Às visitas do Rei, em qualquer localidade deste
Portugal, como no Porto, Espinho, Santo Tirso, Barcelos, Braga,
Guimarães, Viana do Castelo, etc., acudia o Povo, a Nobreza urbana e
rural e a burguesia com ruidosas manifestações de sentimento e dedicação
traduzidos nos incontáveis e expressivos ‘Viv’ó Rei!’, pelo
que, também, com Ele o trono do Rei de Portugal era alçado não num
estrado, mas erguido nas bases sólidas do direito público nacional e
escorado na dedicação recíproca entre Monarca e Povo.
O Rei e as instituições da Monarquia nunca foram os bloqueadores do
funcionamento das instituições políticas, mas os que mais contribuíam
para o seu funcionamento, porém a política era terreno podre, e como tal
campo fácil para ser minado pelos revolucionários republicanos que
pretendiam apropriar-se dos meios de poder e coacção.
‘Praticam actos que impedem a vida regular dos governos o
Júlio Vilhena, a minoria, o Presidente da Câmara, a maioria?! O culpado
sou eu, e eu só é que devo conseguir tudo, senão… não poderei contar
com a fervorosa dedicação dos que eu agora abandono!… Mas quem é que eu
abandono?! Tenho trabalhado com a máxima sinceridade e dedicação ao meu
País e tenho feito, como bem sabe, tudo o possível para harmonizar! Sou
eu, que tenho provocado os conflitos na Câmara? Sou eu que tenho
acirrado a vivacidade das paixões políticas? De mim tudo se exige! Não
poderei eu pedir aos políticos que por amor do País atenuem um pouco
isto tudo?!’, escreveria um atilado Rei Dom Manuel II a
José Luciano de Castro, fazendo ver o quanto os políticos com as suas
questiúnculas estavam a prejudicar o País e a Coroa, a quem depois
imputavam culpas, não merecidas, pela inaptidão própria destes homens
que se meneavam em jogos dos interesses partidários.
A Monarquia não caiu, deixaram que a assaltassem!
Miguel Villas-Boas – Plataforma de Cidadania Monárquica
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