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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

domingo, 4 de julho de 2021

4 DE JULHO - DIA DA RAINHA SANTA ISABEL

 

D. Isabel de Aragão era uma Infanta do Reino de Aragão, que nasceu a 11 de Fevereiro de 1270, no Palácio da Aljafería, em Saragoça.

D. Isabel era a filha mais velha do Rei Pedro III de Aragão e de D. Constança de Hohenstaufen, Princesa da Sicília. Por via materna, era descendente de Frederico II, o Sacro Imperador Romano-Germânico, pois o seu avô materno era Manfredo de Hohenstaufen, Rei da Sicília, filho de Frederico II. Não existem fontes históricas exatas sobre a data e local de nascimento de Isabel, e portanto este não é um ponto consensual, sabe-se no entanto que cresceu em Barcelona, onde estava instalada a Corte da Coroa de Aragão.

O seu nascimento, também, está envolto em lenda, pois nasceu envolta numa pele, indicando logo o seu vínculo com o celestial.

Dos seus cinco irmãos destacaram-se os reis aragoneses Afonso III e Jaime II, e Frederico II da Sicília. Foi ainda sobrinha-neta de Santa Isabel da Hungria, também canonizada pela Igreja Católica.

D. Isabel de Aragão nasceu numa das Cortes mais cultas à época, e, fruto da aliança matrimonial tornou-se Rainha de Portugal pelo casamento com El-Rei Dom Dinis.

A Rainha Santa desempenhou um decisivo papel político como Rainha-consorte intervindo como conciliadora nos antagonismos entre o seu belicoso filho D. Afonso e o Rei D. Dinis, tendo papel decisivo no cessar definitivo das hostilidades entre pai e filho, no pior desses episódios em 1322.

D. Isabel introduziu em Portugal o culto do Espírito Santo e foi o verdadeiro Anjo da Caridade, distribuindo pão e dinheiro pelos pobres, visitando asilos e foi fruto dessa reconhecida bondade e acção caridosa, que nasceu a Lenda do Milagre das Rosas.

A narrativa mais popular da Rainha Santa Isabel é sem dúvida o famoso Milagre das Rosas. Segundo a lenda portuguesa, a Rainha saiu do Castelo do Sabugal numa manhã de Inverno para distribuir pães aos mais desamparados e sendo surpreendida pelo marido, que a questionou sobre onde ia e o que levava no regaço, a rainha terá exclamado: ‘São rosas, Senhor!’ Desconfiado, D. Dinis replicou: ‘Rosas, em Janeiro?’ A Rainha Santa revelou então o recheio do regaço do seu vestido e nele havia rosas, e já não os pães que levava.

Deus dava assim aos homens, uma Santa.

A data exacta do aparecimento desta lenda na tradição portuguesa não está determinada - não constando inclusive da biografia anónima sobre a rainha escrita no século XIV -, mas já circulava oralmente pelo país nas últimas décadas desse mesmo século. O mais antigo registo conhecido é um retábulo quatrocentista conservado no Museu Nacional de Arte da Catalunha.

O primeiro registo escrito do milagre das rosas encontra-se na Crónica dos Frades Menores, Frei Marcos de Lisboa, 1562:

"Levava uma vez a Rainha santa moedas no regaço para dar aos pobres(...) Encontrando-a el-Rei lhe perguntou o que levava,(...) ela disse, levo aqui rosas. E rosas viu el-Rei não sendo tempo delas."

Viúva, a Rainha Santa recolheu-se no Convento de Santa Clara, em Coimbra, apenas saindo para, em Estremoz, fazer a paz entre Afonso XI de Castela e Dom Afonso IV de Portugal.

Foi nessa localidade que a Rainha Santa Isabel foi tocada pela peste, que pôs fim à sua vida mas inaugurou ao Seu reinado espiritual, falecendo no dia 4 de Julho de 1336, aos 65 anos.

Apesar da vitalidade da devoção a Santa Isabel, a Rainha só foi canonizada por Urbano VIII, em 1625.

Ora pro Novis, Regina Sancta!

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica

Plataforma de Cidadania Monárquica




Na Igreja, o dia 4 de julho é aquele em que, não sendo Domingo, se faz Memória Litúrgica de Isabel de Portugal, a nossa rainha Santa. Aragonesa de nascimento, Isabel foi dada em casamento a D. Dinis, rei de Portugal, quando apenas contava a idade de doze anos. Ainda muito jovem, tornou-se modelo de compromisso religioso e de empenho social, pelo que a rainha Santa Isabel de Portugal (1282-1336) pode e deve ser evocada como exemplo de vida particularmente integrada e espiritualmente fecunda, vida que foi capaz de fazer emergir a partir do centro do seu próprio coração as melhores virtudes, fossem elas da acção, mesmo política, ou de contemplação. Sempre capaz de gerir as exigências de uma vida social e de compromisso ao mais alto nível com a piedade mais autêntica e profunda; capaz, enfim, de associar o desejo da caridade e o sentido da justiça, de integrar oração e vida, sempre atenta às realidades do mundo circundante e determinada a conciliar os vínculos familiares com as mais altas exigências do Bem Comum, a rainha Santa Isabel, não obstante as dilacerações causadas na sua vida pela infidelidade do marido, o rei D. Dinis, ficou conhecida como pessoa sempre disponível e atenta às necessidades dos outros, sobretudo dos mais pobres e vulneráveis, acabando por ser o que a Igreja hoje nela reconhece: um intrépido exemplo de dedicação às causas da Reconciliação e da Paz, um eficaz testemunho do que seja trabalhar pela pacificação entre forças rivais, uma manifestação particularmente feliz do que seja articular a caridade com a verdade, ou melhor, do que seja a verdade actuante na caridade. A imagem clássica, e hagiográfica, que dela temos como mulher de um regaço que, levando apenas pão, se faz jardim de rosas sem fim, diz praticamente tudo do que pode ser a exemplaridade desta notável Santa de Portugal: de como a caridade não esconde a justiça, ou de como esta, de facto, pressupõe aquela. Peregrina do seu tempo, a rainha de Portugal fez-se ao caminho, atravessou o Minho, e chegou a Santiago de Compostela, e lá fez questão de depor a coroa do seu poder de rainha para se dar toda à vida da contemplação, para abraçar o Amor de uma vida que a chamava, ou atraía, a um Além sempre mais longínquo, mas que ao mesmo tempo se faz irremediavelmente próximo. Por isso, temo-la agora não como rainha, mas como modelo de vida integrada, como exemplo de uma existência em que o sofrimento não derruba a alegria e o poder não faz esquecer o serviço, antes o potencia; um modelo de vida, portanto, que merece continuar a ser evocado, e invocado, no sentido de nos aproximar de Cristo e por Ele nos alcançar tudo o que, como nação ou como famílias, como comunidades e como pessoas, em Deus podemos e devemos esperar em ordem à realização do nosso melhor futuro.

Em palavras de Amin Maalouf:

«Belle, sans l’arrogance de la beauté,
Noble, sans l’arrogance de la noblesse,
Pieuse, sans l’arrogance de la piété.»
Santa Isabel de Portugal!
[Imagem : O Milagre das Rosas, de André Gonçalves, c. 1735-40, Igreja do Menino Deus]

João J. Vila-Chã




Senhor nosso Deus, fonte de paz e de amor, que destes a Santa Isabel de Portugal o dom de reconciliar os homens desavindos, concedei-nos, por sua intercessão, a graça de trabalhar ao serviço da paz para podermos ser chamados filhos de Deus. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.



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