"
(... ) Morrêo o Senhor D. João VI: seu filho primogenito lhe deve
suceder, pelos direitos da primogenitura. Esta he a ordem natural e
legal. Mas onde está este filho primogenito? A Lei constitutiva da
Monarchia determina que seja um Principe deste Reino; elle se fez
voluntariamente estrangeiro. A Lei determina que o Rei, que houver de
succeder no Throno permaneça neste Reino; mas elle se separou do Reino, e se fez independente, e protestou nada mais querer da herança, por elle voluntaria e solemnemente abandonada.
Está vago o Throno, de facto e de direito.
Existe
um segundo-genito, que se não desnaturalisou, e no Reino ha
permanencia, logo elle he o Rei legitimo, perdidos que são os direitos
de D. Pedro. ( ... )
Na segunda parte deste doutissimo Escripto, se
descobre, não pela integra, mas em grande parte, a fatal carta em que o
Senhor D. Pedro offende seu Pai, declara-lhe guerra, e protesta que nada
quer, nem quererá jamais de Portugal..."
« Prefação » de José Agostinho de Macedo.
Publicado por por Cristina Ribeiro, em Estado Sentido
Sem comentários:
Enviar um comentário