Centro de Braga em festa com mostras
variadas e muita animação de rua
O centro da cidade de Braga animou-se de
forma especial durante a tarde de ontem, com múltiplos momentos musicais em
diversas ruas e praças do casco histórico, complementados, em museus e espaços
públicos, com mostras de gastronomia, mas também de artesanato e de outros
produtos nacionais.
Tudo para o descendente do último rei de
Portugal ver o que se produz com qualidade.
No dia do Jantar de Reis (iniciativa
organizada por várias forças da sociedade civil, que envolve monárquicos,
comerciantes e associações empresariais e clero), que se tem realizado em Braga
de há alguns anos a esta parte, D. Duarte de Bragança passou quase toda a tarde
“saltando” de um espaço para o outro, percorrendo as principais artérias, onde foi
presenteado com múltiplos momentos musicais, sobretudo com sonoridades
tradicionais.
Nos espaços onde entrou, pôde apreciar
diversas exposições de materiais típicos ou tradicionais com nova roupagem,
ligados ao artesanato e à gastronomia típica, não só de Braga, mas de outros
pontos do norte do país. Acabou por ser “obrigado” a provar diversas iguarias que
lhe foram apresentando, desde doces a salgados, passando também pelos vinhos.
O périplo pela cidade teve como ponto de
partida o Museu dos Biscainhos, onde foi recebido pela Sinfonieta de Braga e
Coro dos Antigos Alunos da Escola Comercial e Industrial de Braga. Naquele
espaço museológico, teve a possibilidade de provar Bolo Rei de Braga e tomou contacto
com as “Viúvas”, um doce conventual, inspirado em receitas beneditinas do Mosteiro
de Tibães.
À saída, enquanto se encaminhavam para outro
espaço, D. Duarte e comitiva foram acolhidos ao som estrondoso dos bombos e
tambores do grupo de percussão da Universidade do Minho, Bomboémia.
Já no espaço GNRation, várias organizações aguardavam
a comitiva de D. Duarte desde logo a associação ADERE-Minho, com os vários
produtos de artesanato já certificado (olaria e figurado, bordados). Também
diversas confrarias gastronómicas: a Confraria Gastronómica de Lamego, a
Confraria do Presunto e da Cebola do Vale do Sousa, a Confraria do Sarrabulho
de Ponte de Lima e a Confraria do Vinho Verde, que apresentou cinco vinhos
brancos.
Antes de se dirigir a outro local, D.
Duarte ainda teve a possibilidade de ouvir o Grupo de Cavaquinhos e de apreciar
as danças e cantares do Grupo Folclórico Gonçalo Sampaio.
Noutros pontos da cidade, mais momentos musicais,
a cargo da Banda Plástica de Barcelos e da Tuna do Externato Infante D.
Henrique.
Nova paragem, esta na Casa dos Crivos, para
apreciar uma mostra de doces, a cargo da Confraria do Abade de Priscos e da
Doçaria de S. Vicente. A música esteve a cargo d’Os Sinos da Sé.
A última paragem antes o jantar foi no
Museu-Tesouro da Sé, onde se apreciou doçaria reinventada e joalharia.
D. Duarte de Bragança envia mensagem de coragem e mobilização ao país neste início de ano
«Cabe a todos os portugueses» ajudar a
resolver a crise económica
A situação económica dramática que afecta
tanta gente – «em que o próprio Estado entrou em falência fraudulenta por anos
de má gestão» – só terá solução caso todos os portugueses se mobilizem para encontrar
a solução. «Temos de ser todos nós, o país inteiro a tentar resolver esta crise
e não podemos ficar à espera que a solução venha do Estado.
Nesse aspecto, o Minho tem dado grandes
exemplos de dinamismo, quer através de iniciativas agrícolas ou do sector
empresarial», referiu D. Duarte, durante o périplo na tarde de ontem pelo
centro de Braga, horas antes do Jantar de Reis em favor da basílica do Sameiro.
Uma mensagem do Duque de Bragança de encorajamento
e de esperança, uma vez que encontrou «muita qualidade» nos espaços que
visitou.
«Quem vem a Braga e ao Minho, não vem só pelas
belas paisagens mas pela simpatia das pessoas e também pela gastronomia. São
motivos mais do que suficientes para que turistas, portugueses e estrangeiros
visitem esta região, pois aqui existe uma cultura antiquíssima e de grande
qualidade ao nível da gastronomia. A alimentação de qualidade e bem confeccionada
marca muito a memória de quem visita e por isso vale a pena promover estes
produtos», disse, apelando a um Estado menos burocrático.
«Em Portugal, há muitos anos, o Estado tem sido
um empecilho, que dificulta a iniciativa privada. Temos que mudar isso e
encarar o Estado como um organismo ao serviço do povo e não um sorvedor de
impostos. Não faz sentido que 80 por cento do Orçamento do Estado sirva para
sustentar o próprio Estado. Temos que, em democracia, aproveitar para corrigir
isso», apelou.
Pelo terceiro ano em Braga para este
jantar, D. Duarte destacou a boa ideia de se «conjugar a solidariedade com a
promoção de produtos locais».
Jantar de Reis mobilizou mais de 600 pessoas
Entre as pessoas que se sentaram à mesa e
os artistas convidados para abrilhantar o serão, terão participado no Jantar de
Reis de 2014 mais de 600 pessoas. A estimativa foi apontada ontem por Manuel
Beninger, um dos rostos da organização desta iniciativa que se tem realizado em
Braga nos últimos anos em Janeiro.
Os comensais inscritos foram mais de 450,
destacando-se as presenças de D. Duarte, Duque de Bragança, e respectiva esposa,
para além de representantes de instituições locais do Comércio e da Indústria,
mas também D. Jorge Ortiga, em nome da Arquidiocese e Ricardo Rio, presidente
da Câmara Municipal de Braga. Além destes, foram mais de uma centena as pessoas
que deram música ao serão, que encheu a sala principal do espaço Sameiro
Eventos.
Entre jantar e bastante música, o serão
acabou já bem depois da meia-noite. A animação musical contou com as seguintes
participações: o Rancho Folclórico Juvenil de Gavião (Famalicão), o Orfeão de
Braga, o Quarteto de Cordas da Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo
do Porto, o grupo de fados de Coimbra Fados com Alma, o Coro da Santa Casa da
Misericórdia de Vila Verde, o grupo Fados com Alma de Coimbra e o músico
minhoto Hugo Torres acompanhado pelo coro Infanto-Juvenil de Esporões.
Este jantar (com o custo de 25 euros por
pessoa), recorde-se, teve como principal objectivo angariar fundos que permitam
à Confraria do Sameiro acabar de pagar o investimento feito na recuperação dos tectos, telhado, cúpula e zimbório. As obras custaram mais de meio milhão de euros
e a Confraria tem organizado diversos eventos e peditórios para angariar as
verbas necessárias.
Jornal "Diário do Minho" de 19 de Janeiro, pág. 5
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