"O
horrível drama de Lisboa, página trágica da História, sangrento
episódio da luta de um povo e dos seus governantes, desencadeou em todo o
mundo civilizado uma reprovação unânime. Tais crimes não se podem
desculpar pela paixão política, e aqueles que ao virar da esquina,
atiram sobre um soberano não podem aspirar a ter outro nome que não o de
assassinos.(...) Todo o comentário é, de resto, supérfluo quando se
trata de semelhantes actos, tão bárbaros quanto inúteis, dado que o
soberano desaparecido deixa, no próprio terreno, um sucessor."
Le Petit Journal, Paris, 3 de Fevereiro de 1908
Faz hoje (01/02/2014) 106 anos que El-Rei D. Carlos e
seu filho D. Luís Filipe, foram bárbara e covardemente assassinados,
por dois criminosos, a soldo da República. Morreram pela Pátria!
Não, não esquecerei este hediondo crime!
Não é a primeira vez que escrevo sobre o tema,
mas nunca é demais recordar, para que as novas gerações não se esqueçam
que em pleno séc. XX, em Portugal se cometeu um CRIME, o assassínio de
um Rei, legítimo chefe de Estado de Portugal e do jovem herdeiro da
coroa, seu filho primogénito.
Foram emboscados e abatidos como se de
prezas de caça se tratassem, por dois infames assassinos, de acordo com
um plano previamente estabelecido pelos cabecilhas republicanos e que
teve o apoio de alguns dissidentes monárquicos.
Não, não esquecerei este hediondo crime!
O sistema político que vigorava desde a
Regeneração estava desgastado (à semelhança do que acontece hoje em
dia), pois resumia-se à alternância de dois partidos no Poder, o Partido
Progressista e o Partido Regenerador (hoje em dia a alternância é entre
o PS e o PSD-CDS).
Os Republicanos e os dissidentes
monárquicos elegeram o Rei como alvo, atribuindo-lhe a culpa por toda a
instabilidade que se vivia. Os primeiros porque queriam a mudança do
regime, os segundos porque deixaram de ter influência política.
Não, não esquecerei este hediondo crime!
Como pode um regime ser considerado
legítimo, quando na sua origem tem o sangue de um patriota, que amava
como poucos o seu país e do seu filho, que estava preparado para ser o
melhor Rei da Europa?
Não, não esquecerei este hediondo crime!
Com que direito se assassina um filho à frente de uma mãe, que apenas com um ramo de flores na mão enfrentou um dos matadores?
Não, não esquecerei este hediondo crime!
O Regicídio marcou o fim de uma
tentativa de reforma da Monarquia Constitucional, que el-Rei pretendia
levar a cabo, e precipitou a queda do regime. Logo como se pode
considerar legítimo um regime que ascendeu ao poder por via criminosa e
que nunca foi referendado?
A Europa ficou chocada e atónita,
levando este criminoso acto a que diversos chefes de Estado e de Governo
protestassem veemente, uma vez que D. Carlos era muito considerado.
Não, não esquecerei este hediondo crime!
Mas afinal o que trouxe a república de
1910 aos portugueses, senão uma nova escalada de violência na vida
pública do País? Vitupérios e insinuações, ofensas ao Chefe de Estado,
perseguição à imprensa com encerramento de jornais, o parlamento de
partido único, caciquismo, burla, a depreciação da mulher, os presos
políticos – enchente nas prisões desde 1910 – protestos na
imprensa estrangeira – acusações de tortura e envenenamento dos presos
políticos, os assassínios políticos, etc., sem esquecer o
anti-jesuitismo e a perseguição á Igreja Católica, políticas levadas a
cabo pelo biltre Afonso Costa que em 1910 afirmava que acabaria com a
religião em duas ou três gerações.
Não, não esquecerei este hediondo crime!
Se
a monarquia constitucional tivesse progredido e aperfeiçoado, e se em
Portugal actualmente o regime fosse Monárquico, presumivelmente não
teria existido o Estado Novo e 48 anos de ditadura salazarista (que os
actuais dirigentes republicanos insistem em afirmar que não foram
república), sendo consequentemente o nosso país mais evoluído e com um
grau de desenvolvimento semelhante ao dos restantes países monárquicos
da Europa, que apresentam uma democracia muito mais forte e consolidada.
Mas não, não deixaram que isso
acontecesse e o resultado está à vista nos nossos dias: Políticos
incompetentes, compadrio e corrupção!
Não, não esquecerei este hediondo crime!
D. Carlos, numa carta a João Franco em 1907, escrevia «Não
é homem de Estado, nem sabe servir o seu País aquele que julgando ter
afirmado um erro, se não penitencie dele e não esteja pronto,
reconhecendo-o, a seguir caminho diverso que julgue mais oportuno e
conveniente».
Morreram Pela Pátria, que descansem em paz!
Viva o Rei!
"Mas
era um tirano o rei que mataram? Tirano o jovem príncipe de 20 anos,
exuberante primavera que só pode sorrir? Oh, retórica de Brutos,
envenenados de frases, saturados de ódio imbecil. Mesmo se o rei fosse
culpado - e isso está longe de ser provado - e que o filho estivesse
preparado para ser culpado arbitrariamente, as vossas pistolas e as
vossas carabinas absolveram-nos."
Corriere della Sera, Roma, 3 de Fevereiro de 1908
«Se algum dia mandarem embora os reis vão ter de voltar a chamá-los»
Alexandre Herculano
publicado por José Aníbal Marinho Gomes em Risco Contínuo
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