José Hipólito Vaz Raposo, 1855-1953.
Advogado, escritor,
historiador e político, natural de S. Vicente da
Beira, foi um dos mais
destacados dirigentes do Integralismo Lusitano.
Começou a sua carreira profissional
como professor no Liceu Passos Manuel e no Conservatório de Lisboa.
Em 1919, era director do jornal A
Monarquia quando desempenhou destacado papel no pronunciamento monárquico
de Monsanto, vindo a ser demitido de todos os cargos públicos e a cumprir pena
de prisão em S. Julião da Barra (1920).
Exerceu advocacia em Angola
(1922-23).
Reintegrado como professor no
Conservatório (1926), defendeu a recusa de colaboração dos monárquicos à
União Nacional (Partido Único) e ao regime do "Estado Novo",
acabando por ser de novo demitido de todos os cargos públicos, e deportado para
os Açores, na sequência da virulenta denuncia da "Salazarquia" que
fez no livro Amar e Servir (1940).
Subscreveu a reactualização
doutrinária integralista «Portugal restaurado pela Monarquia» (1950).
Da sua produção como escritor integralista, merece destaque o ensaio que escreveu acerca da distinta matriz
doutrinária do Integralismo Lusitano e do nacionalismo francês da Action
française (Dois nacionalismos, 1925), bem como a conferência A
Reconquista das Liberdades (1930), onde sintetizou o programa político
do Integralismo Lusitano e procurou desfazer a miragem de messianismo
salazarista que se anunciava.
Outras obras: Sentido do Humanismo, 1914; Aula Régia, 1936; Pátria
Morena,
1937; Direito e Doutores na
Sucessão Filipina, 1938; Mulheres na Conquista e Navegação,
1938; D. Luísa de Gusmão, 1947; Folhas do Meu Cadastro, 1º
Volume (1911-1925), 1940, Idem, 2º Volume (1926-1952), 1986, etc..
© José Manuel Quintas;
Fotos - Arquivo de Teresa Maria Martins de
Carvalho
unica semper avis
Biografia
wikipedia
Nascido na antiga vila de São Vicente da Beira, em plena Serra da Gardunha, filho de João Hipólito Vaz Raposo e de Maria Adelaide Gama, deixou a sua vila natal em 1902 e foi estudar para o Seminário da Guarda, que abandonou pouco depois para se matricular no Liceu de Castelo Branco, onde conclui o ensino secundário. Matriculou-se de seguida no curso de Direito na Universidade de Coimbra, que concluiu no ano de 1911.
Com interesse na escrita, ainda estudante liceal já colaborava com os
semanários da província e quando estudante em Coimbra contribuiu com
crónicas semanais para o Diário de Notícias. Ainda estudante publicou os volumes Coimbra Doutora (1910) e Boa Gente (1911), colectâneas de contos da Beira Baixa.
Terminado o curso, enveredou pelo ensino, iniciou em 1912 o seu percurso profissional como professor no Conservatório Nacional de Lisboa e no Liceu Passos Manuel, também de Lisboa, cidade onde se fixou.
Em 1914 foi um dos fundadores do movimento político-cultural auto-intitulado Integralismo Lusitano, em colaboração com António Sardinha, Luís de Almeida Braga, José Pequito Rebelo e Alberto Monsaraz, um grupo de monárquicos que incluía alguns antigos colegas do curso de Direito da Universidade de Coimbra. No mesmo ano foi um dos fundadores da revista Nação Portuguesa, órgão do movimento integralista.
Foi director do periódico A Monarquia, à frente do qual teve um papel relevante no Pronunciamento Monárquico de Monsanto,
ocorrido em 1919, em consequência do qual foi preso e demitido de todos
os cargos públicos que ocupava e julgado e condenado no Tribunal Militar de Santa Clara, em 1920, a uma pena de prisão no Forte de São Julião da Barra.
A demissão valeu-lhe a perda dos cargos de chefe de repartição e de
professor da Escola de Arte de Representar de Lisboa que então exercia.
Cumprida a pena de prisão, partiu para Angola (1922-1923), onde exerceu advocacia em Luanda, onde ao tempo Norton de Matos era Alto Comissário da República, com quem conviveu.
De regresso a Portugal, continuou a exercer a profissão de advogado e
afirmou-se como líder destacado e ideólogo do Integralismo Lusitano,
publicando em 1925 o ensaio Dois nacionalismos, defendendo a existência de uma distinta matriz doutrinária no Integralismo Lusitano e no nacionalismo francês da Action française.
No ano de 1924 casou em Lisboa com Valentina Pequito Rebelo, irmã de José Pequito Rebelo. Do seu casamento teve: João Hipólito, António Hipólito, Teresa Maria, Isabel Maria, Francisco Hipólito e José Hipólito.
Em 1926 foi reintegrado no cargo de professor do Conservatório Nacional de Lisboa. Durante os governos da Ditadura Nacional
destacou-se como um dos principais ideólogos do integralismo lusitano,
com particular destaque para a conferência que intitulou A Reconquista das Liberdades,
pronunciada em Lisboa no ao 1930 e editada sob a forma de opúsculo,
onde sintetizou o programa político do integralismo, desfazendo a
miragem do messianismo salazarista que então emergia.
Coerente com a sua oposição ao salazarismo, em 1930 recusou colaborar com a União Nacional, defendendo que essa devia ser a posição dos monárquicos, e opôs-se à institucionalização do regime do Estado Novo. Em 1940 publicou a obra Amar e Servir, na qual denuncia de forma virulenta a Salazarquia, um duro ataque a António de Oliveira Salazar que lhe valeu ser de novo demitido de todos os cargos públicos que ocupava e a imediata deportação para os Açores. Foi novamente reintegrado em 1951.
Coerente com as suas convicções, em 1950 foi um dos subscritores do manifesto Portugal restaurado pela Monarquia, uma tentativa de reactualização doutrinária do movimento integralista.
Hipólito Raposo faleceu 26 de Agosto do ano de 1953.
Foi sócio do Instituto de Coimbra e da Associação dos Arqueólogos Portugueses.
Se há Homens que devem ser recordados, o Senhor Hipólito Raposo encontra-se entre eles. E destacado. Há Panteões de Memória que só estão ao alcance de quem vive uma vida de Justo, em Honra e Verdade. Um bem hajam pela homenagem.
ResponderEliminarRecordámos Hipólito Raposo na sua terra natal, são Vicente da Beira. Pode ver aqui um pequeno apontamento deste nosso conterrâneo. http://www.youtube.com/watch?v=xezAhUfr0uE
EliminarNa terra natal de Hipólito Raposo, prestou-se homenagem a este grande Português. Pode ver aqui um pequeno apontamento sobre este nosso conterrâneo. http://www.youtube.com/watch?v=xezAhUfr0uE
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