por ABM (5 de Outubro de 2010)
O Príncipe Real e a Sua comitiva na esplanada do Palácio da Ponta
Vermelha em Lourenço Marques (hoje ainda a capital moçambicana,
Maputo), momentos antes de se deslocar para a cerimónia da colocação da
primeira pedra do Palácio da Cidade [o edifício situado directamente em
frente à piscina do Desportivo em Maputo e que foi o primeiro assento da
gestão municipal, antes de ser transferido em 1945 para o actual
edifício do Conselho Municipal, na Praça da Independência] no dia 2 de
Agosto de 1907.
Da esquerda para a direita,
Sentados:
Coronel António Costa, ajudante de campo do Príncipe;
Conselheiro Ayres d’Ornellas, Ministro do Ultramar;
Dom Luiz Filipe;
Conselheiro Alfredo Freire de Andrade, Governador de Moçambique;
O 6º Marquês de Lavradio, D. José Maria do Espírito Santo de Almeida Correia de Sá, 1º Tenente da Armada e Oficial às Ordens do Príncipe;
Coronel António Costa, ajudante de campo do Príncipe;
Conselheiro Ayres d’Ornellas, Ministro do Ultramar;
Dom Luiz Filipe;
Conselheiro Alfredo Freire de Andrade, Governador de Moçambique;
O 6º Marquês de Lavradio, D. José Maria do Espírito Santo de Almeida Correia de Sá, 1º Tenente da Armada e Oficial às Ordens do Príncipe;
De pé:
Capitão-Tenente José Francisco da Silva, Chefe de Gabinete do Ministro;
1º Tenente da Armada, 9º Conde da Ponte, D. Manuel Maria José Ferrão de Castelo-Branco, Ajudante de Campo do Ministro;
Dr. Barros da Fonseca, médico da Real Câmara;
Padre José Vicente da Costa, Capelão da Casa Real;
Dois Oficiais, Ajudantes do Governador, Lopes e Torre do Valle.
1º Tenente da Armada, 9º Conde da Ponte, D. Manuel Maria José Ferrão de Castelo-Branco, Ajudante de Campo do Ministro;
Dr. Barros da Fonseca, médico da Real Câmara;
Padre José Vicente da Costa, Capelão da Casa Real;
Dois Oficiais, Ajudantes do Governador, Lopes e Torre do Valle.
A visita de Luiz Filipe, herdeiro da coroa, às colónias portuguesas
de São Tomé, Moçambique, Angola e Cabo Verde, decorreu entre 1 de Julho e
27 de Setembro de 1907 e foi essencialmente um exercício de relações
públicas e afirmação de soberania perante os demais poderes europeus.
Tirando as expedições reais a Marrocos no século XV, foi a única vez
que um membro duma família real portuguesa esteve em África.
O nome original da cidade de Pemba, Porto Amélia, era o da sua mãe,
Amélie de Órléans, a rainha portuguesa e uma francesa pertencente à Casa
de Órléans, cujo pai era o pretendente à coroa francesa. Quando ela se
casou aportuguesou o nome próprio para Amélia.
A cidade moçambicana da Beira ainda hoje tem o nome de um dos títulos
de Dom Luiz Filipe, cujo nome completo era (ok cá vamos nós) Luís
Filipe Maria Carlos Amélio Vítor Manuel António Lourenço Miguel Rafael
Gabriel Gonzaga Xavier Francisco de Assis Bento de Bragança Saxe –
Cobourg-Gotha e Orléans.
Para além de Príncipe da Beira (neste caso da província portuguesa da
Beira) ele tinha ainda os títulos de Duque de Bragança e da Saxónia,
Duque de Barcelos; Marquês de Vila Viçosa; e Conde de Arraiolos, de
Barcelos, de Neiva e de Ourém. Foi Grã-Cruz da Ordem de Nossa Senhora da
Conceição de Vila Viçosa e foi ainda Cavaleiro da Ordem da Jarreteira.
Luiz Filipe veio para Lourenço Marques, de onde seguiu para vários
pontos da costa moçambicana e depois visitou ainda a África do Sul e a
(então) Rodésia, onde deu dose de charme aos ingleses e aos boers.
Mousinho de Albuquerque, conhecido pela prisão do régulo Gungunhana
em Chaimite no dia de Natal de 1895, foi nomeado aio (preceptor) de Dom
Luiz em 1898. O príncipe tinha 13 anos de idade. Em Janeiro de 1902
Mousinho cometeu suicídio.
Precisamente cinco meses depois de tiradas estas fotografias, Luiz
Filipe foi assassinado numa rua de Lisboa por um punhado de extremistas
republicanos, juntamente com o seu pai, o rei Dom Carlos. A este evento,
ocorrido no dia 1 de Fevereiro de 1908, os portugueses chamam “o
Regicídio”.
Faltava-lhe um mês para completar 19 anos de idade.
Para variar, os seus assassinos conhecidos, Buíça e Costa, foram
quase imediatamente “reabilitados” e são hoje admirados e festejados
pelas instâncias oficiosas do regime. A RTP, estação do governo
português, fez há meses uma longa série estilo novela brasileira sobre
eles.
Mas os exmos Leitores sabem como são estas coisas: o reles assassino de hoje é um libertador amanhã. O terrorista de hoje é o freedom fighter de amanhã.
No fundo nunca se sabe ao certo quem é quem, não é?
Pois quem ganha gosta sempre de fazer a História.
E depois fica sempre aquela dúvida.
Aquela duvidazinha.
na verdade faltava-lhe pouco mais de um mês para fazer os vinte e um e não dezanove ;)
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