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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quinta-feira, 27 de outubro de 2022

AS OUTUBRADAS MONÁRQUICAS


A 20 de Outubro de 1914 deu-se a 2.ª Outubrada mais conhecida por ‘Revolta da Água-pé’, o levantamento monárquico que ocorreu na região de Mafra e Torres Vedras.

A insurreição decorreu na conjuntura do rebuliço pró-monárquico que se verificou no dealbar da periclitante e conflituosa Primeira República Portuguesa. A revolta contra-revolucionária começou com o assalto ao Quartel da Escola de Tiro de Mafra, às 8 horas da manhã desse 20 de Outubro de 1914. A ação foi executada por um grupo de monárquicos comandados pelo major Rodrigues Nogueira, para obterem armas e munições naquele quartel. De seguida os revoltosos puseram-se a caminho de Torres Vedras, onde esperavam encontrar reforços, o que não ocorreu pois, a meio do percurso, quando atravessavam a freguesia de Ventosa, foram interceptados por uma força da Guarda Nacional Republicana, vinda de Torres Vedras, e por uma brigada do exército fiel ao governo, saída de Mafra, sob o comando do capitão Álvaro Poppe. Assim, o movimento culminou com um recontro perto de S. Pedro da Cadeira, onde os contra-revolucionários monárquicos foram derrotados por razão da disparidade numérica das forças em confronto e obrigados a dispersar. Do recontro resultaram três mortos e vários feridos. Por a data coincidir com apogeu da época de fabrico da água-pé, a Primeira Outubrada ficou conhecida por Revolta da Água da Pé.

No seguimento dos acontecimentos, a 22 de Outubro foi criado um tribunal militar especial para julgar os monárquicos capturados, e que não viram respeitados os mais elementares meios de defesa.

Saliente-se que este levantamento seguiu-se à revolta monárquica de 21 de Outubro de 1913, a dita Primeira Outubrada, a conspiração monárquica que ocorreu em diversas cidades portuguesas, e que, em Lisboa, foi liderada pelo heróico Almirante João de Azevedo Coutinho, coup que só foi contido porque o governo tinha um infiltrado entre os conspiradores.



João de Azevedo Coutinho foi um político, administrador colonial e militar da Armada Portuguesa, que apenas com 25 anos foi um dos heróis africanos proclamados Benemérito da Pátria pela Câmara dos Deputados das Cortes, pelo seu papel nas Campanhas de Conquista e Pacificação das colónias portuguesas de África. Foi nomeado governador-geral de Moçambique (1905-1906). A 31 de Dezembro de 1904 foi-lhe atribuído o Título de Conselheiro de Sua Majestade Fidelíssima como Capitão-Tenente da Armada e Governador-Geral da Província de Moçambique. A 9 de Fevereiro de 1908, após o terrível Regicídio que pôs termo às vidas d’El-Rei D. Carlos I de Portugal e do herdeiro o Príncipe Real Dom Luís Filipe de Bragança, Azevedo Coutinho foi nomeado 53.º Governador Civil do Distrito de Lisboa, então um cargo de grande importância face ao clima insurreccional que se vivia na cidade. A 4 de Janeiro de 1909, sendo do Conselho de Sua Majestade Fidelíssima e Governador Civil do Distrito de Lisboa, por relevantes serviços prestados ao Estado, foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo. Depois, foi, por duas vezes, Ministro da Marinha e Ultramar (1909-1910) nos últimos governos da Monarquia Constitucional Portuguesa.

A implantação da República Portuguesa levou a que fosse reformado compulsivamente em 1910, no posto de capitão-de-fragata, já que se manteve fiel aos ideais monárquicos. Como se articulou acima fez parte da conspiração monárquica de 21 de Outubro de 1913, conhecida por Primeira Outubrada, dirigido por ele em Lisboa. E, em Janeiro de 1919, com Ayres D’Ornellas, foi um dos líderes da revolta que em Lisboa apoiou a Monarquia do Norte, Monarquia do Norte, chefiada pelo Regente Coronel Paiva Couceiro, participando, Azevedo Coutinho activamente na tomada de Monsanto, e aí hasteado a Bandeira da Monarquia Constitucional Portuguesa. Mas os estudantes académicos radicais de Lisboa, futuros bacharéis pífios como os que os armavam, tinham-se reunido no dia 22 de Janeiro de 1919, no quartel das Janelas Verdes e formaram um Batalhão Académico, para participar no recontro do Monsanto, onde com grande parte da Marinha – onde foram pescados a generalidade dos primos da Carbonária para fazer a Revolução de 1910 -, atacaram as forças monárquicas. Os confrontos, em Lisboa, prolongaram-se por 5 dias, durante os quais se defrontaram ferozmente Monárquicos e republicanos, com uma intensa batalha de artilharia, que fez muitos mortos e feridos de ambos os lados, tendo morrido ao todo 39 pessoas e ficado feridas 330. As forças monárquicas, cercadas, ficaram sem mantimentos e munições e sem possibilidade de evacuação e tratamento dos feridos. Sem munições, os monárquicos foram atacados por todos os lados, inclusive foram bombardeados pelos hidroaviões republicanos pilotados por Sacadura Cabral e Santos Moreira, e, assim, Ayres de Ornellas com algumas centenas de monárquicos do Regimento de Lanceiros 2, forças de Cavalaria 4, 7 e 9, tiveram que se refugiar no forte de Monsanto, só que com terreno pouco propício para a arma de cavalaria, acabariam por se render. Pela sua acção nestes incidentes João de Azevedo Coutinho foi preso e exilado.

Tendo beneficiado de uma das amnistias concedidas aos monárquicos pelo governo de Sidónio Pais durante a República Nova sidonista, acabou por regressar a Portugal e em 1925 foi eleito senador no Congresso da República pelo círculo eleitoral de Portalegre, integrado nas listas monárquicas. Mais tarde, liderou a organização Causa Monárquica, que agregava os partidários monárquicos, e, após a morte de Ayres D’Ornelas, substitui-o como lugar-tenente em Portugal d’El-Rei Dom Manuel II de Portugal, exilado em Londres. Após a morte de D. Manuel II continuou como Presidente da Causa Monárquica.

Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica 

Plataforma de Cidadania Monárquica

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