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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

terça-feira, 29 de novembro de 2011

COROA RICA DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA NA COVA DA IRIA

A coroa rica de Nossa Senhora de Fátima na Cova da Iria, além do seu valor devocional no culto Mariano, é um interessante testemunho gemológico. Uma campanha junto das mães de Portugal, nos anos 1940, resultou na reunião de um significativo conjunto de jóias em ouro, prata e pedrarias para a sua feitura. Estes ex-votos foram utilizados pela Casa Leitão & Irmão, os antigos joalheiros da coroa, na sua produção que culminou, em 1946, na sua colocação na imagem original de Nossa Senhora de Fátima da Capelinha das Aparições.

A sua composição é um reflexo do que existia na época em Portugal como joalharia civil, pois os seus materiais derivam do desmancho total ou parcial de jóias oferecidas. Contam-se aqui diamantes, em grande quantidade e nos seus mais variados estilos de lapidação, destacando-se também as esmeraldas, rubis e safiras, assim como pérolas, granadas e berilos esverdeados que constituem as quatro grandes gemas rectangulares transparentes na base da coroa. Mais recentemente, o Papa João Paulo II fez chegar ao Santuário o projéctil que o atingiu no atentado de que foi alvo no dia 13 de Maio de 1981, o que lhe terá despertado a sua grande devoção a esta invocação mariana. A Casa Gomes da Póvoa de Varzim procedeu então à sua colocação, por engaste, no interior da coroa, imediatamente debaixo do orbe azul celeste.

Capelinha das Aparições © Arquivo do Santuário de Fátima

1 comentário:

  1. Foi o meu Avô, Virgilio Barbosa Leão, socio gerente da casa Leitão & Irmão, quem desenhou e mandou executar a coroa. Deixou, na base da bola de turquezas que representa o mundo, um orificio de 9mm onde encaixou a bala com o mesmo calibre. Envio uma história que se passou comigo dia 13 de Maio de 2012, no Rio de Janeiro.

    Chegado ao Rio de Janeiro, vindo de Portugal, no domingo dia 6 de Maio preparava-me para ir á praia. Nisto, passo pela porta de uma Igreja e ouço tambores e jovens a sambar. Até o padre sambava. Como europeu achei estranho e perguntei a uma senhora que assistia ao "espectáculo" se se tratava de um local de culto da IURD. Respondeu-me então com um ar ofendido que não, que era uma Igreja católica. Lá entrei e o Padre falou tanto para mim durante a Homilia que as lágrimas começaram a correr com tanta naturalidade que pouco me importou a frase feita, de que um homem não chora. Claro que chora.
    Saí de lá tão cheio de Deus que voltei no domingo seguinte, dia 13 de Maio. Missa ás 10.30 Igreja da Ressurreição, no Arpoador. Tinha Baptizados, crianças a gritar e a correr e o Dia das Mães. Fui empurrado, pisado, e cresceu em mim uma tal raiva que só me apetecia bater nas crianças irrequietas. Resolvi, ao fim de meia hora abandonar a Igreja. O espírito e desânimo eram visiveis ao descer as escadas. Nisto, uma senhora que também abandonava o local perguntou se estava incomodado, ao que respondi que estava incomodadissimo. Perguntou o que ía fazer e respondi com voz irritada que ía para casa, nem á praia me apetecia ir. Ao ouvir isto, perguntou se não queria ir com ela á Igreja de Nossa Senhora da Paz. Fui a seu lado os dois quarteirões que separam as duas Igrejas, sem falarmos um com o outro. Quando entrámos a senhora virou á direita e eu ali fiquei no corredor central, procurando com os olhos um lugar para me sentar. Nisto um Bispo que celebrava a Missa fez sinal de que tinha lugar na primeira fila. Ainda olhei para trás pois pensei que o sinal era dirigido para outra pessoa. Como não estava ninguém atrás de mim, avancei, de camiseta, calções de banho, hawaianas e muchila. Preferia um lugar mais discreto, mas chamavam-me para a primeira fila.
    Começou a missa celebrada pelo Bispo, que e na homilia referiu que mais importante que ser dia das mães, era dia 13 de Maio, dia de Nossa Senhora de Fátima e que a bala que tinha atinjido o Papa João Paulo II dia 13 de Maio de 1980, se encontrava colocada na coroa, graças ás maõs hábeis do ourives que a tinha desenhado. Sorri e nisto o Bispo olhou para mim e perguntou se conhecia a história. Assenti com a cabeça e convidou-me a contar a história passando-me o microfone.
    Comecei por dizer que era neto do ourives que em 1946 tinha desenhado a coroa de Nossa Senhora de Fátima, que tinha sido oferecida pelas mulheres portuguesas em agradecimento a Nossa Senhora por ter intercedido junto de Deus para que Portugal não entrasse na 2ª Guerra Mundial.
    Contei que o Papa tinha sido alvejado a 13 de Maio de 1980 e que quando fez um ano do sucedido, quis estar em Fatima e agradecer a Nossa Senhora o tê-lo salvo e oferecer o terço com que sempre rezava.
    Durante o almoço, retirou do bolso uma bala e disse ao Reitor do Santuário que gostaria que a mesma fosse colocada na coroa. O Reitor pediu para lhe trazerem a coroa pois tinha a esperança que o Papa ao vê-la de perto desistisse. Ficou atrapalhado porque, por um lado, era um pedido do Papa, mas por outro ficava tão feio...
    Nisto, quando virou a coroa, descobriu que o meu Avô tinha deixado um orificio na bola com turquesas incrustadas que representa o mundo. Exactamente os 9mm da bala que o Papa fazia questão de aí colocar.
    Dito isto, sentei-me a pensar que tinha sido preciso atravessar o Atlântico, ser pisado e empurrado, mudar de Igreja, para ouvir falar desse meu avô de que tanto gostava e com quem tanto aprendi.


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