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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

sábado, 10 de novembro de 2012

FUNERAL DE D. MANUEL II - O REI SAUDADE OU REI TRAÍDO...


A morte do Rei

A 1 de Julho, de 1932 D. Manuel II foi a Wimbledon assistir a um jogo de ténis, à saída sente-se mal da garganta; de regresso a Fulwell Park sente-se pior, manda chamar o seu médico. Lord Dawson proíbe-o de sair de casa no dia seguinte. Não sai mas sente-se cada fez pior. Vai a Londres consultar um especialista que, depois de o observar, o mandou recolher à cama.

D. Manuel voltou a casa, a situação é cada vez mais aflitiva, sufoca. Foi chamado um médico local que foi incapaz de fazer uma operação muito simples - abrir exteriormente a garganta, que teria salvado o rei. D. Manuel II pede um tubo de borracha e por gestos indica que lhe abram as janelas. Um edema da glote estrangulava-o. Morre a 2 de Julho de 1932.

No dia seguinte os jornais portugueses anunciavam a morte de «D. Manuel de Bragança, ex-rei de Portugal» e referiam-se a ele em termos elogiosos.

As exéquias religiosas do rei têm lugar na Catedral de Westminster com a presença dos inúmeros amigos portugueses, Reis e representantes das casas reais europeias, membros do governo britânico, embaixadores de Portugal, Brasil e França, Afonso XIII, ex-rei de Espanha, também no exílio e o Duque de Gloucester, também em representação do pai, Jorge V.

Chegam a Lisboa os restos mortais do nosso último monarca, transportados pelo cruzador britânicoConcord (2 de Agosto). A morte do rei, no exílio inglês, coincide com a ascensão de Salazar à chefia do governo, e no primeiro conselho de ministros do mais longo gabinete da história portuguesa, o novo chefe decide promover funerais nacionais ao falecido.

Chegam a Lisboa os restos mortais do nosso último monarca, transportados pelo cruzador britânico Concord.

Lisboa, 2 de Agosto de 1932

«Lisboa assistiu ao funeral do último monarca português. Vai longe o tempo dos grandes enterros reais com coches doirados, com militares de grande gala, com ministros e embaixadores das nações estrangeiras e com criados de vistosas libres.

Toda a grandeza e imponência dessas cerimónias acabaram quando morreu a monarquia. O enterro do Sr. D. Manuel de Bragança teve solenidade, teve tristeza, mas também teve também um rígido protocolo que talvez lhe diminuísse a imponência»

Esta foi a parte pro-republica e que provavelmente o jornalista teve de pôr, a seguir vem a descrição, mais real.


A 10 de Julho, o governo português, numa nota, anuncia a iniciativa de transladar o corpo do «último rei de Portugal» para Portugal.

Os restos mortais de D. Manuel chegam a Lisboa a 2 de Agosto de 1932. Nas cerimónias oficiais estiveram presentes o presidente da República, general Óscar Carmona, o cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Gonçalves Cerejeira, o presidente do Conselho Oliveira Salazar e inúmeras personalidades.

Notem bem o ar carregado à passagem da urna na estação do Terreiro do Paço!…quem tira o chapeu e quem não tira.

«Pelas ruas de Lisboa, por onde passou o fúnebre cortejo a multidão apinhava-se contra os muros das casas e nos telhados das mesmas, comprimida sobre os passeios e contida pela tropa que se fazia notar em grande número.

Veio gente dos quatro cantos do País para assistir à derradeira cerimónia. Durante a manhã, a população encaminhou-se para as ruas do trajecto, os homens de gravata preta, as mulheres de vestidos negros.

O ambiente nesta manhã de Agosto não era de curiosidade. Pairava um ar de profunda tristeza colectiva em Lisboa, e em certas caras adivinhava-se um não sei quê de saudade acabrunhante.

Afinal os que tinham enxovalhado, esquecido e traído o seu último rei, sentiam agora o profundo pesar da sua morte. Ouvia-se um murmurar pelas ruas da capital, as lavadeiras com a fotografia da sua Rainha (D. Amélia) ao peito, diziam entre si a medo e envergonhadamente…”morrera tão novo e tão longe de sua amada pátria…”

Nos olhos dos velhos brilharam lágrimas que não havia pressa de enxugar nem vergonha de deixar correr, seria isto Nostalgia!

No final da cerimónia o povo foi prestar a derradeira homenagem ao seu último Rei.

Durante horas sucessivas milhares e milhares de pessoas entraram no templo de São Vicente de Fora, contornaram a Eça e saíram, com a mesma atitude com que entraram: tristes e profundamente silenciosos.

Houve que alargar o tempo prescrito para a saudação popular (…)»

Milhares e milhares de populares vindos dos 4 cantos do País aguardam na Rua da Voz do Operário pela sua vez, para entrarem no Mosteiro de São Vicente de Fora.
The silver casket being carried by Lisbon firemen (photo archive of the city of Lisbon
Funeral de El Rei D.Manuel II em 1932.
Mosteiro São Vicente de Fora.

País republicano?

«Agora resta a saudade, recordação próxima. Amanhã será o esquecimento que é afinal no que acaba sempre tudo»

Critica à atitude ausente do povo perante a queda da monarquia? Sentimento estranho numa nova república!

"Recordar?! Recordar é ter esquecido uma vez! Eu nunca me esqueci!" - Rainha Dona Amélia

Interior da Igreja de São Vicente de Fora.
Os últimos chapéus altos da monarquia estavam presentes-mas em S. Vicente de fora.No terreiro do Paço toda a causa monárquica cabia em dois automóveis modestos.

Miguel Duarte Guedes
09-11-2011

1 comentário:

  1. Não se entende porque se misturam - e confundem - imagens de três diferentes funerais régios - o de S.A.R. o Príncipe Real Dom Afonso de Bragança, em 1922, o de S.M. El-Rei Dom Manuel II, em 1932, e o de S.M. a Rainha Dona Amélia, em 1952. Num espaço como este é imperdoável e um mau serviço à História e à causa monárquica.

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