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Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade são também valores monárquicos.
Senão vejamos: Liberdade do povo em ter as suas Instituições e os seus
representantes escolhidos. Liberdade, portanto, consagrada numa
Constituição, que obviamente terá que ser votada pelo povo.
Igualdade: igualdade de todos perante a
Lei, incluindo todos os membros da Família Real – pois esta, numa
Monarquia Constitucional está sujeita também à Constituição. Concordamos
que um Rei que não cumpra os seus Deveres deve ser substituído, como
aliás chegámos a ter casos na nossa História: recordando Dom Sancho II
substituído por Dom Afonso III e Dom Afonso VI substituído por Dom Pedro
II e também Dona Maria I substituída pelo filho Dom João VI. Convém
ressalvar, obviamente que estes dois últimos casos foram por motivos de
doença.
Fraternidade: um povo que tem unido os
seus objectivos de felicidade e de progresso. Concordamos totalmente com
isso. Mas mais do que isto: nós também somos republicanos, dado que
entendemos que o melhor serviço que se pode prestar à República, isto é,
ao bem comum – respublica – é precisamente o facto de termos
uma Instituição representativa como a Instituição Real, verdadeira
guardiã da Liberdade, da Igualdade e da Fraternidade.
Neste sentido, e olhando para a História, a Monarquia Portuguesa estava bem à frente do seu tempo. O que eu chamo por “Royal Impeachment” é algo que já existia antes de haver o impeachment Norte-Americano em relação aos Presidentes!
Ou seja, a susceptibilidade da Nação poder substituir o Rei incapaz é obra da Monarquia Portuguesa!
Cai por terra aquele argumento republicano “temos que levar com o Rei”!
Poder-se-há dizer que estes valores
tiveram origem na Revolução Francesa, com vista a combater a Sociedade
de Ordens que existia ao abrigo da Monarquia Absoluta. Certíssimo! Mas:
A Revolução Francesa já foi há mais de 2
séculos e hoje temos que aplicar esses valores de acordo com a
realidade política e social que vivemos e não tanto como foram pensados
durante esse período revolucionário. Todos somos pela Liberdade, todos
somos pela Igualdade e pela Fraternidade. Tendo em conta que hoje não
faz sentido a defesa de uma Monarquia com Ordens Sociais – Clero,
Nobreza e Povo, a Igualdade que nós defendemos é exactamente a mesma que
do lado republicano: a Igualdade de todos perante a Lei. E em termos de
Fraternidade, todos devemos estar unidos, como Povo em prol do
progresso e da felicidade de todos.
David Garcia em Estudos Históricos e Políticos
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