Isabel concretizava o sonho porque esperara toda a
sua vida. Na alegre e imponente cidade de Sevilha, a infanta
portuguesa, filha de D. Manuel I, viu pela primeira vez o seu marido.
Carlos V, rei da Hispânia e imperador do Sacro Império Romano-Germânico,
o soberano mais poderoso de toda a Cristandade. O amor nasceu naquele
mesmo instante e durou toda a sua vida, até a morte a arrebatar, sem
piedade, com apenas 36 anos depois de mais um acesso de febre,
consequência de um último parto mal sucedido. Carlos V não escondeu a
dor da sua perda. Não voltaria a casar, abdicando da Coroa de Castela
para seu filho. Aclamada por todos como a mulher mais bela da sua época,
Isabel exerceu na perfeição a sua função de rainha, mulher e mãe. Foi
regente de Castela durante as prolongadas ausências do marido pela
Europa, mostrando inteligência e perspicácia na resolução das questões
do reino. Culta, musa de poetas e pintores desenvolveu uma intensa actividade cultural na corte. Engravidou seis vezes, tendo apenas
sobrevivido três dos seus filhos. O mais velho, único varão, assumiria o
trono de Castela como Filipe II, Filipe I de Portugal. Na sua primeira
incursão pela escrita de romances, e depois de uma exaustiva pesquisa,
Mercedes Balsemão traça-nos o retrato desta magnífica infanta
portuguesa, mulher do Renascimento. Na Europa do século XVI, palco de
batalhas, guerra, alianças e traições, em plena reforma religiosa, D.
Isabel tornou-se numa protagonista do seu tempo.
Fonte: Esfera dos Livros
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