Monárquicos oposicionistas
Gonçalo Ribeiro Telles era o primeiro signatário de um requerimento
dirigido ao ministro do Interior, recorrendo de um despacho do
Governador Civil de Lisboa que não autorizara “a realização de um
Encontro Político dos Monárquicos, nos dias 1 e 2 de Setembro” de 1973. O
texto remetia para as anteriores “autorizações conferidas para a realização do Congresso de Aveiro da Oposição Democrática e do chamado Encontro dos Liberais“,
promovido em Lisboa. E reclamava “o princípio da igualdade de liberdade
dos cidadãos portugueses”. A notícia ainda levou com o carimbo
“demorado”, mas logo veio o veredicto final…
Curiosamente o governador civil de Lisboa não autorizou um encontro dos monárquicos oposicionistas, argumentando com a não concordância da Causa Monárquica.. Foi neste ambiente de fim de Regime que em 28 de Outubro de 1973 se realizaram as segundas eleições marcelistas para a Assembleia Nacional. A agonia parecia eminente, dado que a oposição não participou.
Estas movimentações de monárquicos oposicionistas ao regime,
estiveram na origem da anterior Comissão Eleitoral Monárquica (CEM),
organizada com o intuito de concorrer às «falseadas eleições»
legislativas de 1969, e participaram, também, no debate em torno da
problemática ultramarina.
Reclamavam o direito «à participação na vida» política do País, que
caminhava para o «descalabro moral e económico», verberando a «repressão
policial» do Estado Novo. Por causa destas posições, a Convergência
Monárquica foi impedida pelo regime de concorrer às eleições de 1973.
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