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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 4 de setembro de 2023

♔ | 4 DE SETEMBRO DE 1913 - CASAMENTO DE D. MANUEL II E D. AUGUSTA VITÓRIA

No dia 4 de Setembro de 1913, após um curto noivado de 4 meses, Sua Majestade Fidelíssima El-Rei D. Manuel II de Portugal casou-se na capela do Castelo de Sigmaringen, na Prússia, Alemanha, com a Princesa D. Augusta Victoria von Hohenzollern-Sigmaringen, de 22 anos, que era sua prima em segundo grau, pois ambos eram bisnetos da Rainha Dona Maria II de Portugal, uma vez que Dona Augusta Vitória era neta da Infanta Dona Antónia de Bragança, filha de D. Maria II e irmã dos Reis D. Pedro V e D. Luís I - avô de D. Manuel II.

D. Augusta Vitória era filha de Guilherme, Príncipe de Hohenzollern (*1864 - †1927) e de Dona Maria Teresa de Bourbon, Princesa das Duas Sicílias (*1867 - †1909); neta paterna de Leopoldo, Príncipe de Hohenzollern (*1835 - †1905) e de Dona Antónia de Bragança, Infanta de Portugal (*1845 - †1913), filha de Dom Fernando II e de Dona Maria II, Reis de Portugal, e neta materna de Luigi Mari di Borbone, Conde de Trani (*1838 - †1886) e de Matilde, Duquesa na Baviera (*1843 - †1925).

Dona Augusta Vitória era a única filha do Príncipe de Hohenzollern-Sigmaringen (ramo católico dos Hohenzollern) e tinha dois irmãos, os príncipes Frederico Victor e Francisco José.

El-Rei D. Manuel II de Portugal, já no exílio, havia ficado muito impressionado com a Princesa alemã havia um ano antes do casamento, num encontro orquestrado pela Infanta Dona Maria Antónia de Portugal, tia-avó do Rei e avó da Princesa. Assim, após uma pequena conversa a dois, em Abril de 1913, El-Rei pede a mão, em casamento, à Princesa, que aceita prontamente. Segue-se uma pequena comemoração entre noivos e Augustos Pais e, consequência do exílio, um rápido e singelo comunicado oficial: ‘É com a maior alegria que anúncio o ajuste do meu casamento com a Princesa D. Augusta Victória de Hohenzollern-Sigmaringen. Manuel Rei’.

Assim, com este matrimónio era cimentado meio século de aliança entre a Sereníssima Casa de Bragança e a Casa de Hohenzollern, que teve início com o casamento da Infanta Dona Maria Antónia de Bragança com o Príncipe Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen.

À cerimónia religiosa do casamento católico de 4 de Setembro de 1913, entre o Rei de Portugal e a Princesa germânica presidiu, D. José Sebastião de Almeida Neto, cardeal-patriarca de Lisboa, à altura exilado em Sevilha - expulso pelos republicanos após a golpada do 5 de Outubro de 1910 -, e que já havia baptizado D. Manuel. Assistiram cerca de 200 convidados, entre os quais a convalescente Rainha Dona Amélia, Edward David, Príncipe de Gales e futuro Edward VIII (Duque de Windsor após a abdicação), a Duquesa de Aosta, os Príncipes Franz Joseph e Frederik Victor, irmãos da noiva, o Marquês de Soveral e várias senhoras da aristocracia e damas portuguesas, assim como oficiais ingleses que faziam a guarda a El-Rei - por especial deferência do primo e Rei britânico, George V.

Dom Manuel II fez questão de casar permanecendo de pé sobre um caixote carregado de terra portuguesa, e trajou casaca, complementada com o calção da Ordem da Jarreteira de que era simultaneamente o mais jovem cavaleiro de sempre e o último português a ser agraciado com a mais distinta das Ordens Honoríficas britânica e mundiais. No calção distinguia-se a liga azul-escuro com rebordo e letras a dourado colocada no joelho esquerdo com a divisa da Ordem, ‘Honni soit qui mal y pense’. Da mesma Ordem usava a Estrela, presa ao peito esquerdo, com uma representação colorida esmaltada do escudo heráldico da Cruz de São Jorge, rodeado da Ordem da Jarreteira, cercada por um emblema de prata de oito pontos. Ao pescoço, El-Rei usava a Ordem do Tosão de Ouro, e para além de mais Ordens usava a Banda com a Placa das Três Ordens Militares Portuguesas, colocada debaixo da casaca, para o lado da anca esquerda. Já Dona Augusta Victória usou um vestido de noiva matizado a azul e branco, prestigiando as cores da Bandeira do Reino de Portugal e da Monarquia Portuguesa. Na cabeça segurando o véu que fora usado pela sua avó a Infanta Dona Antónia de Bragança quando casara com o Príncipe Leopoldo de Hohenzollern-Sigmaringen, um diadema com motivos de flor-de-lis. O casal real teve ainda direito a uma Bênção enviada por S.S. O Papa Pio X.

Como El-Rei estava exilado na Inglaterra consequência da implantação da república, D. Augusta Vitória nunca recebeu oficialmente o título de Rainha - pelo casamento seria apenas Duquesa de Bragança -, embora, mesmo no exílio, os monárquicos dispensavam-lhe o tratamento de “Rainha”, porque nunca reconheceram que a Monarquia havia sido formalmente abolida em Portugal. Nunca teve, naturalmente, o estilo de tratamento de "Rainha de Portugal", mas foi Rainha-consorte 'de jure' (pelo direito). A última Rainha de Portugal foi, naturalmente, a Senhora Dona Amélia.
O casal real passou a residir em Inglaterra, onde o último Rei de Portugal estava exilado, mais precisamente numa mansão em Fulwell Park, Twickenham, nos arredores de Londres.

O casamento feliz, mas que, infelizmente, não gerou descendência - o que tem provocado grandes problemas para os monárquicos portugueses -, durou até à trágica morte de Sua Majestade o Rei, em 2 de Julho de 1932. A 1 de Julho, D. Manuel II foi a Wimbledon assistir a um jogo de ténis e à saída sente uma fortíssima dor de garganta. No regresso a Fulwell Park, em Twickenham, sua residência no exílio em Inglaterra, sente-se pior e manda chamar o seu médico particular. Lord Dawson proíbe-o de sair de casa no dia seguinte. El-Rei não sai, mas o seu estado piora e resolve deslocar-se a Londres para consultar um especialista que, depois de o observar, o mandou recolher ao leito.

D. Manuel II voltou a casa, onde decorre uma festa de jardim na qual não participou, e a situação torna-se cada vez mais aflitiva, e é encontrado a sufocar pela Rainha D. Augusta Victoria. Foi chamado um médico local, mas que foi incapaz de fazer uma operação muito simples, uma traqueotomia - uma incisão que abriria exteriormente a garganta para Sua Majestade respirar, o que teria salvado o Rei. D. Manuel II, que perante a incapacidade do médico pede um tubo de borracha para tentar introduzir na garganta e respirar, e por gestos indica que lhe abram as janelas para entrar ar fresco. Um edema de glote estrangulava-o. El-Rei morre de anafilaxia a 2 de Julho de 1932, em agonia, sufocado.









Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica

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