OS REIS DA COSTA DO OURO: O IMPÉRIO ASHANTI

O Império Axante, ou Ashanti, foi um estado pré-colonial da África Ocidental criado pelos acãs e situado no que é hoje a região Axante em Gana. Seu império se estendia desde a Gana central até o Togo e a Costa do Marfim dos dias actuais, que durou de 1701 a 1901. Hoje, a monarquia Axânti continua como um dos estados subnacionais tradicionais constitucionalmente protegidos dentro da República de Gana.

Começando no final do século XVII, o rei Ashanti Osei Tutu ( c. 1695 – 1717) e seu conselheiro Okomfo Anokye estabeleceram o Reino Ashanti.

Osei Tutu supervisionou uma massiva expansão territorial Ashanti, construindo o exército através da introdução de uma nova organização e transformando um disciplinado exército real e paramilitar em uma máquina de combate eficaz.

Em 1701, o exército Ashanti conquistou o Reino Denkyira, dando aos Ashanti acesso ao Golfo da Guiné e ao comércio costeiro do Oceano Atlântico com os europeus, notadamente os holandeses. A economia do Império Ashanti baseava-se principalmente no comércio de ouro e exportações agrícolas bem como no comércio de escravos, artesanato e comércio com os mercados mais ao norte

O exército serviu como ferramenta eficaz para obter captivos. O Império Ashanti travou várias guerras com reinos vizinhos e grupos menos organizados, como o Fante. Os Ashanti derrotaram as invasões do Império Britânico nas duas primeiras das quatro Guerras Anglo-Ashanti, matando o general do exército britânico Sir Charles MacCarthy e mantendo seu crânio como um copo com borda de ouro em 1824. As forças britânicas mais tarde queimaram e saquearam os Ashanti capital de Kumasi, no entanto, e após a derrota final de Ashanti na quinta Guerra Anglo-Ashanti, o império Ashanti tornou-se parte da colónia da Costa do Ouro em 1 de Janeiro de 1902.

Hoje, o Reino Ashanti sobrevive como um Estado tradicional subnacional protegido constitucionalmente em união com a República do Gana. O actual rei do Reino Ashanti é Otumfuo Osei Tutu II Asantehene. O Reino Ashanti é o lar do Lago Bosumtwi, o único lago natural de Gana. A receita económica actual do estado é derivada principalmente do comércio de barras de ouro, cacau, nozes de cola e agricultura.

No topo da estrutura de poder de Ashanti estava o Asantehene, o Rei de Ashanti. Cada Asantahene foi entronizado no sagrado Banco Dourado, o Sika 'dwa, um objecto que passou a simbolizar o próprio poder do Rei. Osei Kwadwo (1764-1777) iniciou o sistema meritocrático de nomeação de funcionários centrais de acordo com sua capacidade, em vez de seu nascimento.

O Asantehene (Rei de todos os Ashanti) reinou sobre todos e foi o Rei da divisão de Kumasi, a capital da nação, e do Império Ashanti. Ele foi eleito da mesma forma que todos os outros chefes. Nesta estrutura hierárquica, cada chefe ou rei jurou fidelidade ao que estava acima dele - da aldeia e subdivisão, à divisão, ao chefe de Kumasi e, finalmente, o Asantehene jurou fidelidade ao Estado .

Os anciãos circunscreveram o poder do Asantehene, e os chefes de outras divisões controlaram consideravelmente o poder do Rei. Na prática, isso criou um sistema de freios e contrapesos. Como símbolo da nação, o Asantehene recebia significativa deferência ritualmente, pois o contexto era religioso na medida em que ele era um símbolo do povo na carne: os vivos, mortos ou ainda por nascer. Quando o rei cometeu um acto não aprovado pelo conselho dos anciãos ou pelo povo, ele poderia ser acusado e rebaixado a plebeu.

As terras dentro do Reino Ashanti também eram ricas em ouro de rio, cacau e nozes de cola, e os Ashanti logo estavam negociando com os portugueses no forte costeiro São Jorge da Mina , mais tarde Elmina , e com os estados Hausa. Os Ashanti controlavam mais de 250.000 quilómetros quadrados enquanto governavam aproximadamente 3 milhões de pessoas

De 1824 a 1899, houve cinco guerras Anglo-Ashanti entre o Império Ashanti e a Grã-Bretanha e seus aliados. Os britânicos perderam ou negociaram tréguas em várias dessas guerras, com a guerra final resultando na queima de Kumasi e na ocupação oficial do Império Ashanti em 1900. As guerras foram principalmente devido às tentativas Ashanti de estabelecer uma fortaleza sobre as áreas costeiras da actual Gana. Povos costeiros como os Fante e os Ga passaram a contar com a protecção britânica contra as incursões Ashanti.

Como medida final de resistência, a corte Asante remanescente não exilada nas Seychelles montou uma ofensiva contra os residentes britânicos no Forte Kumasi. A resistência foi liderada pela rainha Asante Yaa Asantewaa, Rainha-Mãe de Ejisu. De 28 de Março ao final de Setembro de 1900, os Asante e os britânicos se envolveram no que ficaria conhecido como a Guerra do Banco de Ouro . No final, os britânicos foram vitoriosos; eles exilaram Asantewaa e outros líderes Asante para as Seychelles para se juntarem ao Rei Asante Prempeh I.

Em Janeiro de 1902, a Grã-Bretanha finalmente designou o Reino Ashanti como um protetorado. O Reino Ashanti foi restaurado para autogoverno em 31 de Janeiro de 1935.

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