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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

quinta-feira, 7 de setembro de 2023

REFUTAR O ATEÍSMO, DO FUTURO LIVRO "BOM COMBATE" DA ASSOCIAÇÃO AS QUINAS

Uma mulher fogosa em beleza, com hirtas poses faraónicas, cabelos lavados em bálsamos do Oriente, pele de amendoeira fresca, olhar de rara safira, seios lunares e pernas curvadas em desejo, seduz os homens que caninamente farejam os prazeres mundanos. Envolvem-se com esta hermética mulher num ciclo atado ao gozo e às maravilhas eróticas. De repente, a mulher serve-se do punhal que baptizou de “escolha” e assassina a sangue frio todas as suas conquistas. Nenhum deles erguer-se-á, os caminhos do regresso estão vedados. Esta mulher é o ateísmo.

Esta simples metáfora ilustra a realidade do ateísmo, um apelo atractivo que promete todos os prazeres do mundo, num hedonismo oco e fatal. O ateu sente-se livre, saltitando como lebre num amplo descampado de satisfações efémeras. Rejeitar Deus liberta o ateu de incumbências morais estabelecidas na Lei de Deus. O sexo livre, a idolatria, a ganância, o egoísmo, o alcoolismo, a droga, a fraude, a corrupção, a traição, o julgamento, o roubo, o escárnio religioso e o assassinato tornam-se em meras construções sociais e históricas que podem ser dribladas através do relativismo e que perdem toda a sua essência punitiva, tóxica e pecaminosa, já que não transgridem as ordens de nenhuma divindade.

Não estou com isto a dizer que todos os ateus colocam em prática as condutas referidas e tampouco estou a ilibar os cristãos que as praticam, mas os verdadeiros cristãos, aqueles que Jesus não apelida de hipócritas e raça de víboras, entregam-se ao arrependimento e à oração, preceitos inerentes à cristandade, na consciência de que uma lei muito mais importante que a civil (a de Deus), foi violada, o que implica períodos de frieza espiritual, remorso e tristeza, que devem ser compensados através da oração, da leitura, do jejum e das obras, com vista à reconciliação com o Senhor. A prioridade imediata do verdadeiro cristão volta-se para o perdão do Eterno Deus, num soberbo triunfo sobre o egoísmo inerente ao homem, substituído pelo ardente desejo de servir Alguém superior a nós. O arrependimento ateu nada
tem de espiritual, é apenas o produto de perturbações sociais e pessoais.

O ateu que roubou poderá considerar o furto por ele protagonizado uma injustiça ou uma precipitação (algo que somente acontece devido à Lei Natural de Deus que já desenvolvemos, ainda que o ladrão não o compreenda), mas esses sentimentos advêm da sensibilidade pessoal (ex: vergonha) ou de reconhecimentos de falências sociais. O cristão agrega a essa realidade a consciência do pecado e da desilusão divina.

Como verificável no quadro, o cristão carrega sobre si um fardo maior, já que as consequências dos seus actos pecaminosos implicam, para além dos problemas civis, as angústias espirituais. Em contrapartida, as suas respostas e soluções são infinitamente superiores às dos ateus, visto que não dependem do perdão humano, que será sempre imperfeito na medida imperfeita do homem, mas da perfeita, justa e inquestionável Misericórdia de Deus. O cristão sabe que os seus desertos, breves ou morosos, terão, mais tarde ou mais cedo, o fim salvítico de Deus, mas o ateu pode eternizar-se numa culpa sem saída porque nada ampara a sua queda. O cristão confia nas Sagradas Escrituras, portadoras de conhecimento superior ao limitado conhecimento humano e reveladoras de perfeita justiça divina.

“As consequências do ateísmo são ainda mais prejudicais à sociedade. Suprimindo as ideias de justiça e de responsabilidade, o ateísmo leva os Estados o despotismo e à anarquia e o direito é substituído pela força. Se os governantes não veem cima de sim um Senhor que lhes pedirá contas pela sua administração, governarão a sociedade segundo os seus caprichos.” - A. Boulenger, Manual de Apologética

Em rigor, o ateu não pode confiar na sua faculdade de pensar e tampouco nos pensamentos daí emanados. A posição materialista limita a actividade cerebral a processos químicos que não podem raciocinar, apenas reagir. Nada garante ao ateu materialista, então, que a teoria materialista seja verdadeira, dada a inexistência total de padrões e valores espirituais como a verdade ou a mentira, evidentemente fora da expressão material. A matéria nada pode definir a não ser matéria. O arrependimento verdadeiro e a renúncia aos erros anteriormente cometidos, criam no cristão a certeza do amor e do perdão divino. É toda uma cadeia de relações de leis universais coerentes e lógicas. O ateu é um Atlas mitológico das suas próprias falhas, que carregará preocupações, arrependimentos e tristezas sem qualquer senso de luz e esperança. Ninguém alivia o seu fardo, só existe o homem imperfeito e as soluções imperfeitas inerentes à imperfeição. O ateu tem consciência das limitações do homem e, ao procurá-lo por ajuda, sabe que o auxílio humano pode nascer de coisas menos dignas: interesse, cobrança, dívida, vaidade. Nenhuma dessas características existe no amor perfeito e esse amor é exclusivo de Deus.

Isto transporta-me para uma palestra dada pelo brilhante apologeta e filósofo norte-americano William Lane Craig, que explanou com irrefutável sapiência o vazio existencial de uma vida sem Deus. Ele invocou o argumento de que o ateu é materialista, acredita tão-somente nos elos científicos biológicos e materiais que permitem a vida e tudo o que ela implica, algo que muito se assemelha à visão darwinista. Desse modo, quanto expostos a algumas questões interessantes, só podem existir duas categorias de ateus: os coerentes e os incoerentes. Os ateus incoerentes reconhecem:

1 - Que a vida humana tem mais valor do que a vida de um animal; 
2 - Que um objecto vale menos que um gato;
3 - Que o incesto é condenável;
4 - Que o ódio e o amor têm a mesma origem.

1 e 2 : O ateísmo aliado ao materialismo cinge-se apenas aos factos materiais e científicos que conhecemos, pelo que o animal e o homem, em último caso, são a mesma coisa. Afinal de contas, nada nos distingue senão certas capacidades neurológicas e intelectuais, tudo o resto não passa de uma manta de retalhos de elementos químicos, biológicos e naturais. O homem e o cão possuem a mesma composição material, não podem ser distinguidos porque não existe uma Lei Divina que determine que o homem foi criado à imagem e semelhança de Deus e de que os animais são hierarquicamente inferiores. O único argumento é, como sempre, a construção histórica e social que assume que o homem é mais importante que os animais. Todavia, no fim, estamos condenados à mesma deterioração física e o mesmo destino: a absoluta inexistência. O exemplo número 2 tem a mesma explicação.

3 e 4: O incesto não pode ser condenado pelos ateus. Segundo o relativismo ateu, a moral e a verdade absoluta não existem, logo, a prática sexual entre um pai e uma filha não pode ser tido como imoral, repulsivo ou doentio. A associação nefasta feita ao incesto não passa, assim sendo, de uma fabricação social que se prolongou historicamente até aos dias de hoje. Se o homem está entregue ao caos cósmico, sem nenhuma legislação superior, não passa de um conjunto de células em actividade que estão condenadas a desaparecer. Não há nenhum suporte que ampare a defesa ateia a não ser, novamente, a ideia pré-concebida do conceito da família. Além disso, e integrando já o número 4, a estrutura da família fica desde logo ameaçada na assunção de que o amor e o ódio não passam de construções químicas nascidas do cérebro, sensações biológicas despidas de espiritualidade. Na visão materialista, os elementos que originam o amor e o ódio são exactamente os mesmos, não existe distinção primeira entre o amor e o ódio. A vingança e a solidariedade movem-se pelas mesmas composições químicas, não existe diferenciação derradeira entre os dois gestos, oriundos de características genéticas de cada indivíduo. Quem pode, pois, glorificar o filantropo e condenar o pedófilo? Não existe nada meritório ou repulsivo, tudo é feito da mesma poeira cósmica que existe orbita na ocasionalidade vazia e na ausência de sentido. Sem a lei moral, a oposição política deixa de fazer sentido, por exemplo. “Desse modo, ao rebelarem-se contra a lei moral, os ateus, ironicamente, sabotaram as suas bases para rebelarem-se contra qualquer coisa. De facto, sem a lei moral, ninguém tem uma base objectiva para ser favorável ou contrário a nada! Contudo, uma vez que todos nós sabemos que questões que envolvam vida e liberdade são mais do que simples preferências – elas envolvem direitos morais reais – então, a lei moral existe.” - Norman Geisler e Frank Turek, Não Tenho Fé Suficiente Para Ser Ateu.

Conclusão: O ateu esgrimirá argumentativamente o seguinte: “se a Lei Natural impressa nos corações dos homens fornece pistas à nossa consciência daquilo que é bom e mau, porque motivo existem assassinos, ladrões e pedófilos?”. A questão é pertinente, mas não invalida a Lei Natural na medida de que a ocorrência de um acto mau não apaga a auto-consciência de que o acto foi mau. De forma mais simples: o roubo de um ladrão pode ter diversos motivos: necessidade, vontade de enriquecer, vingança ou o invulgar gosto de roubar. Independentemente da causa, o ladrão sabe que o roubo é imoral, espúrio e condenável em função da Lei Natural. Consumado o crime, o ladrão é invadido, pelo menos, por um destes sentimentos: medo, arrependimento ou vergonha, reconhecimentos auto-conscientes do mal. Quantos de nós já vimos criminosos a taparem o rosto após uma detenção? O protagonista ilícito que revela frieza quanto aos seus actos não passa de um manipulador de impressões, um fingidor que crê no seu próprio fingimento (semelhante à lírica caracterização de Fernando Pessoa sobre os poetas) ou um psicopata com falsas epopeias de humanismo libertador. A existência do mal confirma a noção de mal, a noção de mal confirma uma Lei Moral, a Lei Moral confirma um Legislador Moral, esse Legislador é Deus. Sem Deus, a vida é um vazio existencial, uma jornada que termina num abismo de ausência absoluta. Sem Deus, somos babélica poeira cósmica, perdida num infinito despropositado, num vazio que dói mas que não chega a ser doloroso, porque o vazio é nada, nada e nada. Sem Deus, todas as vitórias e derrotas, lágrimas e sorrisos, amigos e inimigos, amores e desamores, bandeiras e símbolos, memórias e sensações nunca habitaram na alma, mas em células derrotadas. O Eu será dejecto de larvas. Sem Deus, o bombeiro e o homicida são feitos do mesmo, uma manta de retalhos de inutilidade genética, de mãos dadas até ao fado de nada fazer sentido. Sem Deus, somos irmãos materiais do balão, da lata, do cimento e da urina pestilenta dos ratos, apenas átomos patéticos que servem para coisa nenhuma. Sem Deus, que diferença existe entre um beijo a uma mãe e um punhal espetado no coração de um gato? Sem Deus não existe Lei Moral, apenas opiniões humanas que, por serem humanas, sofrem de imperfeição e mutabilidade. Sem Deus não fomos, somos nem seremos. Sem Deus somos Sem. Não existe propósito, finalidade, sentido, apenas a fome eterna de uma noite que não veremos. Com Deus, as lágrimas existiram para serem limpas, os sorrisos existiram para morarmos neles, a bondade recompensou-nos, o amor à nação cumpriu os mandamentos, a amizade acompanha-nos no espírito, as memórias criam-nos e não as criamos, a família estará connosco, os feitos fizeram-se por um feito maior e absoluto. A sede humana por felicidade, conforto, paz e longevidade são componentes da imortalidade da alma. É impossível ao homem cobiçar algo inexistente, mesmo que não radique na vida terrestre e carnal. Todos nós conhecemos a ideia de perfeição, do mesmo modo, reconhecemos a utopia da perfeição no mundo, mas isso exige um modelo de perfeição inexistente. Por outras palavras, a perfeição encontra-se no Céu e a nossa alma possui esse discernimento à nascença, como algo solidificado no espírito. O mesmo acontece com a felicidade, os espaços de momentânea felicidade humana parecem eternamente condenados à insuficiência, prevalece o sentimento de que algo está em falta, mesmo quando nos situamos nas planícies dos sonhos realizados.

“As aspirações do homem exigem a imortalidade da alma. O seu coração deseja ardentemente a felicidade e suspira por uma vida em que possa conhecer a verdade, contemplar a beleza e amar o bem. Ora, é evidente que neste mundo só encontramos verdades incompletas, imperfeições e alegrias efémeras. É necessário, portanto, que exista outra vida em que alma apague a sede de felicidade, uma vida sem fim, porque não pode haver gozo pleno enquanto houver temor de o perder.” - A. Boulenger, Manual de Apologética

Tudo recupera o seu sentido primeiro, a vida é uma luta pela eternidade, pela paz, pelo amor. Jesus prometeu: “E, quando Eu me for e vos tiver preparado um lugar, virei de novo e vos levarei para mim, a fim de que, onde Eu estiver, estejais vós também.” - João 14:3. Essa morada, irmãos, é o Eu junto de Deus. Convertam-se e sirvam a Nosso Senhor Jesus Cristo. 

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