Estimadas Amigas e Amigos,
"Foi em 1967 que saíram os meus primeiros discos, 4 EP e 1 LP, o que determina a duração do meu percurso artístico e profissional. O de estreia, lançado no mercado em Janeiro desse ano, intitulou-se “É Tão Bom Cantar o Fado”, nome que escolhi para designar o concerto para celebrar 45 anos da minha carreira, que terá lugar no Auditório da Fundação Champalimaud, no próximo dia 24 de Junho, entre as 21:45H e ± as onze e meia.
Quarenta e cinco anos a pugnar pela qualidade lírica do Fado, esta canção tão bela que a alma entoa, quarenta e cinco anos a cantar a poesia clássica portuguesa e a entusiasmar-me com as reacções do público, das guitarras e das violas, quarenta e cinco anos sem perder de vista a arte incomparável daquela que me fez apaixonar por este canto atlântico, sofrido, sensual e desassossegado: Amália Rodrigues.
O motivo da escolha deste palco nasceu numa visita que fiz a uma outra fundação igualmente legada por António Champalimaud, erguida em Aljubarrota, no campo da batalha que ao tempo foi capital para a manutenção da nossa independência, por me ter emocionado no final da visita ao visionar um simples mas belo filme em que se focam aspectos pouco conhecidos daquela contenda e dos dramas que a rodearam pouco antes de se realizar. Decidi então ligar este meu concerto à figura de um dos maiores portugueses do último século.
Boa parte destes 45 anos foi por mim utilizada para convidar e dar visibilidade, pela primeira vez junto do grande público, jovens com talento e qualidade, que assim saíram do anonimato para se transformarem em grandes nomes da música fadista: Maria Ana Bobone, Rodrigo Costa Félix, Mafalda Arnauth, Mariza, Katia Guerreiro, Ana Moura, Gonçalo Salgueiro, Cuca Roseta, entre muitos outros, alguns dos quais estarão comigo no palco da Fundação Champalimaud.
Para me acompanhar e aos meus convidados estarão os suspeitos do costume: José Luís Nobre Costa e Pedro de Castro, nas guitarras portuguesas, Jaime Santos Jr., na viola de Fado, e Joel Pina, na viola-baixo de Fado. Feitas as contas só posso congratular-me por ter entrado no bar “Galito”, junto à estação ferroviária do Estoril, numa noite do Verão de 1963, levado por uma jovem norte-americana que queria à viva força ouvir a nossa canção. A vontade divina recorre de facto a formas muito estranhas para se fazer cumprir...
Conto com a vossa presença porque não gosto de fazer nada sozinho, porque os patrocinadores do concerto sois todos vós, porque os que o podiam fazer sem esforço ficaram sem cheta depois de patrocinarem o Stevie Wonder, o Bryan Adams, o Lenny Kravitz, o Springsteen e mais não sei quem, porque o magnífico espaço da Fundação, em cima do Tejo, merece esgotar os seus 397 lugares e, já agora, creio que eu também.
Beijos e abraços."
João
"Foi em 1967 que saíram os meus primeiros discos, 4 EP e 1 LP, o que determina a duração do meu percurso artístico e profissional. O de estreia, lançado no mercado em Janeiro desse ano, intitulou-se “É Tão Bom Cantar o Fado”, nome que escolhi para designar o concerto para celebrar 45 anos da minha carreira, que terá lugar no Auditório da Fundação Champalimaud, no próximo dia 24 de Junho, entre as 21:45H e ± as onze e meia.
Quarenta e cinco anos a pugnar pela qualidade lírica do Fado, esta canção tão bela que a alma entoa, quarenta e cinco anos a cantar a poesia clássica portuguesa e a entusiasmar-me com as reacções do público, das guitarras e das violas, quarenta e cinco anos sem perder de vista a arte incomparável daquela que me fez apaixonar por este canto atlântico, sofrido, sensual e desassossegado: Amália Rodrigues.
O motivo da escolha deste palco nasceu numa visita que fiz a uma outra fundação igualmente legada por António Champalimaud, erguida em Aljubarrota, no campo da batalha que ao tempo foi capital para a manutenção da nossa independência, por me ter emocionado no final da visita ao visionar um simples mas belo filme em que se focam aspectos pouco conhecidos daquela contenda e dos dramas que a rodearam pouco antes de se realizar. Decidi então ligar este meu concerto à figura de um dos maiores portugueses do último século.
Boa parte destes 45 anos foi por mim utilizada para convidar e dar visibilidade, pela primeira vez junto do grande público, jovens com talento e qualidade, que assim saíram do anonimato para se transformarem em grandes nomes da música fadista: Maria Ana Bobone, Rodrigo Costa Félix, Mafalda Arnauth, Mariza, Katia Guerreiro, Ana Moura, Gonçalo Salgueiro, Cuca Roseta, entre muitos outros, alguns dos quais estarão comigo no palco da Fundação Champalimaud.
Para me acompanhar e aos meus convidados estarão os suspeitos do costume: José Luís Nobre Costa e Pedro de Castro, nas guitarras portuguesas, Jaime Santos Jr., na viola de Fado, e Joel Pina, na viola-baixo de Fado. Feitas as contas só posso congratular-me por ter entrado no bar “Galito”, junto à estação ferroviária do Estoril, numa noite do Verão de 1963, levado por uma jovem norte-americana que queria à viva força ouvir a nossa canção. A vontade divina recorre de facto a formas muito estranhas para se fazer cumprir...
Conto com a vossa presença porque não gosto de fazer nada sozinho, porque os patrocinadores do concerto sois todos vós, porque os que o podiam fazer sem esforço ficaram sem cheta depois de patrocinarem o Stevie Wonder, o Bryan Adams, o Lenny Kravitz, o Springsteen e mais não sei quem, porque o magnífico espaço da Fundação, em cima do Tejo, merece esgotar os seus 397 lugares e, já agora, creio que eu também.
Beijos e abraços."
João
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