TRADICIONALISMO E SALAZAR

Temos lido por aí muitos textos com referências ao tradicionalismo e ainda bem!

No entanto, achamos que devemos esclarecer alguns pontos, a bem da verdade histórica e como informação a incautos.

Os tradicionalistas defendem uma estrutura administrativa e política baseada essencialmente na descentralização. Autonomia ao máximo e representação emanada do poder local e das profissões.

Começando no Marquês de Pombal, prosseguindo nos governos liberais e depois na República, foram-se tirando cada vez mais autonomias locais, porquanto o centralismo facilita o controlo de quem tem o poder (sejam partidos, seja um ditador).

É exactamente esta faceta que queremos realçar. Durante o Estado Novo, não foram repostas quaisquer autonomias progressivamente roubadas em épocas anteriores.

Antes pelo contrário, a centralização, o organizar de cima para baixo foi característica inegável da II República.

Salazar pode até ter utilizado designações parecidas com as dos integralistas para instituições criadas por si, mas foi apenas isso. Usar o nome. Nomeou mas esvaziou o nome do sentido. Não lhes deu o uso preconizado pelos tradicionalistas. É como se resolvêssemos chamar monarquia a um estado republicano. Não seria monarquia por isso.

Aliás foi por isso mesmo que os integralistas foram perseguidos. Os que nalguma altura tinham sido integralistas deixaram de o ser a partir do momento em que apoiaram o Estado Novo, e só assim podia ter sido.

Que fique pois bem claro: elogiar e apoiar Salazar e o Estado Novo é uma contradição completamente insanável com o ser tradicionalista.

Junho de 2012

Maria Leonor Martins de Carvalho

José Carlos Morais

José Manuel Quintas

Movimento de Unidade Monárquica