Associação dos Autarcas Monárquicos
♔ | Batalha de São Mamede - 24 de Junho de 1128
Há 895 anos, nesse 24 de Junho de 1128, acontecia ‘A primeira tarde portuguesa’ - uma legenda feliz para traduzir o pensamento de Alexandre Herculano acerca da importância da batalha de S. Mamede enquanto momento fundador da construção da nacionalidade portuguesa. Sim, o Dia Um de Portugal, que num acto de vontade do mais corajoso Infante da Cristandade se conquistou e fundou nessa Batalha de São Mamede, em Guimarães - 'in campo Sancte Mametis quod est prope castellum de Vimaranes' -, onde o Infante Dom Afonso Henriques, à cabeça dos barões portucalenses, se torna Princeps ao derrotar a facção estrangeira capitaneada pela própria Mãe.
Quando o Conde D. Henrique faleceu, em 1112, o governo do condado foi assumido por Dona Teresa, uma vez que, o Infante D. Afonso Henriques, o filho de ambos, tinha apenas três anos de idade.
Mais tarde, Dona Teresa associa ao governo Fernão Peres de Trava, que Dona Teresa faz de seu valido. Fernão Peres de Trava (em castelhano: Fernando Pérez de Traba; c. 1100 - Santiago de Compostela, 1 de novembro de 1155) foi um nobre galego, conde de Trava e Trastâmara, que passados uns anoa após a morte do Conde D. Henrique passa a viver maritalmente com D. Teresa.
A relação da ‘rainha’ - apesar de ser apenas Condessa, D. Teresa, que entendia que Portucale era seu e não do marido o Conde D. Henrique, a partir de 1117 passa a assinar como “Ego Regina Taresia de Portucale regis Ildefonssis filia” - com o nobre galego acicata contra si a reprovação do filho, os ódios da nobreza portucalense afastada do círculo de poder e da administração, a antipatia do povo que recordava com carinho D. Henrique e do clero que exigia outro tipo de comportamento à princesa da Hispânia, fazendo explodir o movimento independentista, visto que já pelo menos há um século que o Condado Portucalense se achava autónomo.
Com a oposição dos Três Estados Portucalenses àquele governo estavam reunidas as condições para ser afastada a auto-intitulada Rainha D. Teresa, e, no dia 24 de Junho de 1128, à dianteira dos barões e fidalgos portucalenses (onde se destacavam os Maias, os Sousões; os Braganções; os Baiões; e os Gascos ou de Riba Douro), Dom Afonso Henriques defronta no campo de São Mamede, perto de Guimarães as forças galegas comandadas pela Mãe e pelo seu valete Fernão Peres de Trava, defensores de uma união de Portucale com a Galiza, derrotando-os naquela que ficou conhecida pela Batalha de São Mamede e que foi o primeiro passo para a construção de uma identidade colectiva e acto politico fundamental para a futura Fundação da Nacionalidade Portuguesa, uma vez que o Infante Dom Afonso Henriques avoca a si o governo do Condado Portucalense, com pretensões de independência, embora não se denominando ainda Rex, mas Dux.
Com a derrota, Teresa de Leão e Fernão Peres abandonaram o governo condal, que ficou então nas mãos do Infante e dos seus partidários, e que pretendiam a independência total face ao Reino de Leão.
Nasce assim, Portugal, embora a Fundação da Nacionalidade ocorra só na Batalha de Ourique, a 25 de julho de 1139, o dia consagrado a Santiago onde as tropas de D. Afonso Henriques alcançaram uma grande vitória sobre ou mouros. A Independência em relação ao Reino de Leão ocorreria em 5 de Outubro de 1143 e, finalmente, o reconhecimento internacional, depois de longas negociações diplomáticas, com a Bula Manifestis Probatum, de 23 de Maio de 1179, em que o Papa Alexandre III reconhece, de direito, o Reino de Portugal e o título de Rei (Rex Portucalensis) a D. Afonso Henriques, por ter ficado provado que os seus feitos o mereciam – manisfestis probatum.
Miguel Villas-Boas | Plataforma de Cidadania Monárquica
O ESCUDO D'EL-REY D. AFONSO HENRIQUES
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