A IGREJA DE NOSSA SENHORA DA GLÓRIA DO OUTEIRO, RIO DE JANEIRO

A Igreja da Glória tem origem numa pequena ermida do século XVII construída em um terreno doado à Irmandade da Glória em 1699 por Cláudio do Amaral Gurgel. Em 1671, o ermitão português Antônio Caminha esculpiu uma imagem de Nossa Senhora da Glória e a colocou numa ermida de taipa no alto de um morro no começo da praia de Uruçumirim (actual praia do Flamengo). Tal ermida daria origem, no século seguinte, à igreja de Nossa Senhora da Glória do Outeiro, Rio de Janeiro.

Não se sabe exatamente quando começou a construção da igreja, sabendo-se com certeza que foi inaugurada em 1739. Considera-se provável que tenha sido nos anos 1730, ainda que alguns acreditam que as obras começaram ainda em 1714

A Igreja actual foi construída em 1739, o projecto é atribuído ao tenente-coronel e engenheiro-militar português José Cardoso Ramalho. O local onde a Igreja foi construída era o antigo Entrincheiramento de Uruçumirim, construído por franceses e tamoios, foi conquistada pelos tropas portuguesas de Estácio de Sá e temiminós de Araribóia em 20 de Janeiro de 1567, consolidando o domínio português na região.

A pedra utilizada na construção da igreja proveio da Pedreira da Glória, no Morro da Nova Sintra, no bairro do Catete.

Os azulejos vieram de Portugal de autoria do artista Valentim de Almeida e foram montados na igreja entre 1730 e 1740, período da Grande Produção portuguesa de azulejos.

De acordo com o Prof. Silva Telles: “A este conjunto de impressionante sobriedade, conferem colorido gracioso as preciosas barras de azulejos setecentistas que adornam o templo – nave e capela mor – assim como a sacristia e o coro.” (…) “Toda a azulejaria revela o estilo e o desenho de um mesmo autor”. (…) “O fato de terem sido fabricados especialmente para seus sítios (haja vista as coincidências de medidas de painéis) e dos panos de paredes) serve para confirmar a data de edificação da Igreja, antes de 1739.

Após sua chegada ao Rio de Janeiro em 1808, a Família Real Portuguesa tomou especial predileção pela Igreja da Glória. Na igreja, foi baptizada, em 1819, a primeira filha de dom Pedro I (do Brasil) e dona Leopoldina, a princesa Maria da Glória, futura rainha dona Maria II de Portugal. A partir daí, todos os membros da Família Imperial brasileira foram baptizados na Igreja da Glória, incluindo Dom Pedro II e a princesa Isabel. Em 1839, Dom Pedro II outorgou o título de "imperial" à irmandade, a qual se tornou conhecida, a partir de então, como "Imperial Irmandade da Nossa Senhora da Glória do Outeiro". Encontra-se tombada pelo Instituto do Património Histórico e Artístico Nacional.

Fonte: Memórias da cidade do Rio de Janeiro de Vivaldo Coaracy.

Imperial Irmandade de Nossa Senhora da Glória do Outeiro