No pretérito dia 24 de Janeiro, as
portas do céu abriram-se de par em par para receber uma senhora boníssima: a Senhora
Dra Maria Rita da Silveira Marçal Grilo Barba de Meneses.
Senhora de fino trato, com uma
bondade ímpar, uma singular elegância, duas pérolas no olhar, que deixavam
adivinhar o tesouro da sua alma, um sorriso que semeava constelações em seu
redor, e uma voz de veludo, que nos aconchegava o coração, qual Princesa saída de
um conto de fadas.
Tive o privilégio de conversar
algumas vezes com a Sra Dra Rita, momentos em que o seu sorriso doce e sereno nunca
deixou de me afagar.
Recordo com especial carinho, uma
dessas ocasiões: o dia 4 de Março de 2009, à noite, quando a Princesa Michael of Kent, a convite da "Real Associação
de Viseu", se deslocou a esta cidade, ao Hotel Montebelo, para apresentar
o seu livro "A Serpente e a Lua". A Senhora Dra Rita acolheu-nos, a mim e ao
meu marido, com um sorriso cheio de luz: "Ainda bem que puderam vir."
Foi uma noite memorável, mas confesso que ainda hoje não sei quem era a verdadeira
Princesa ali: se a Princesa Michael de Kent, se a Princesa Rita de Meneses.
Assim como recordarei sempre com muita emoção, aquele outro dia - 1º de
Dezembro de 2009, em que, no final de uma palestra proferida pelo Sr. Dr. José
Valle de Figueiredo, na "Livraria
Pretexto", em Viseu, a convite da "Real Associação de Viseu", a
Senhora Dra Rita veio ao meu encontro e, com um sorriso envolto numa ternura
que não era deste mundo, teve a generosidade de me manifestar o seu apreço por
um pequeno trabalho meu.
A última vez que estivemos
juntas, foi numa missa, em Viseu, no passado dia 6 de Maio - o dia da Mãe, justamente
um dos papeis que melhor desempenhou em toda a sua vida. No momento da saudação
na paz de Cristo, a Sra Dra Rita, que estava à minha frente, virou-se para trás
e beijou-me. E foi esse beijo - o derradeiro -, de Mãe para Mãe, no Dia da Mãe,
que guardarei para todo o sempre no cantinho mais recôndito do meu coração - lá,
onde só cabem os momentos que integram a imortalidade da minha memória.
No pretérito dia 24, um grupo de querubins, tocando
melodias de violino, desceu à Terra. Agasalhando a Sra Dra Rita com um manto de
luz divina, os querubins deram-lhe a mão e, libertando-a do sofrimento atroz da
doença, só nesta vida permitido, conduziram-na ao céu, onde está sentada à
direita de Deus-Pai. E a sua luz é a constelação que norteia e ilumina
agora o caminho do marido e dos filhos.
Muito obrigada, meu Deus, por me teres dado a conhecer o sorriso da Princesa
Rita.
27 de Janeiro de 2013
Isabel Maria Rosa Furtado
Cabral Gomes da Costa
Uma verdadeira Princesa...e o Céu tem mais uma estrela a velar por nós
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