ÁLVARO MARTINS HOMEM, O PAI DA ILHA TERCEIRA

Álvaro Martins Homem terá nascido nas Beiras, por volta de 1430, oriundo de uma família fidalga muito próxima do Infante D. Fernando.

Martins Homem foi casado com Inês Martins Cardosa, filha de Martim Anes Cardoso, fidalgo da casa dos Infantes.

Dotado de elevada competência para a arte da náutica, navegou extensivamente pelo Oceano Atlântico, tendo acompanhado em 1473 João Vaz Corte-Real, a pedido de D. Afonso V, numa expedição à Dinamarca que teria por objetivo estabelecer e renovar as antigas ligações deste reino com a Gronelândia.

Apesar de ser certo que Álvaro Martins Homem participou em diversas viagens atlânticas, é desconhecido o número exato das mesmas, pela falta ou perda da documentação histórica relativa a tais.

Certo é que, em 1461, foi enviado pelo Infante D. Fernando, à época senhor da Terceira, a esta mesma ilha para aí para executar a nova política de povoamento. Estabeleceu-se, para tal propósito, em Angra, tendo nesta povoação desenvolvido atividades de organização do espaço, canalizando a Ribeira dos Moinhos e iniciando a montagem de uma rede de moinhos.

Após a divisão da ilha Terceira em duas capitanias, em 1474, por ordem da infanta D. Beatriz, tutora do seu filho D. Diogo, donatário da ilha após a morte de D. Fernando, foi nomeado Capitão do Donatário da parte da Praia, tendo ficado o lado de Angra para João Vaz Corte Real Corte Real, tendo assim Martins Homem sido obrigado a abandonar a localidade que ajudara a povoar e edificar.

Na capitania da Praia continuou os trabalhos de povoamento anteriormente iniciados por Jácome de Bruges e Diogo de Teive, tendo estruturado a capitania e formalizado a criação da primeira Câmara Municipal do novo concelho.

Martins Homem viria a falecer em 1482, na ilha onde passara grande parte da sua vida.

Álvaro Martins Homem é lembrado na toponímia das cidade de Angra do Heroísmo e Praia da Vitória, estando edificada na primeira uma estátua em sua honra, cuja imagem aqui deixamos, da autoria do escultor João Fragoso, encontrando-se atualmente o monumento no início da Avenida Álvaro Martins Homem.

Miguel Louro

Nova Portugalidade