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A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO

A CAUSA REAL NO DISTRITO DE AVEIRO
Autor: Nuno A. G. Bandeira

Tradutor

segunda-feira, 29 de maio de 2023

A BATALHA DE TRANCOSO

A Batalha de Trancoso ocorreu provavelmente no dia 29 de Maio de 1385, entre forças Portuguesas e Castelhanas.
No contexto da crise de 1383-1385, ao final da Primavera de 1385, ao mesmo tempo em que D. João I de Castela invadia o país ao Sul, pela fronteira de Elvas, forças castelhanas invadiam a Beira por Almeida, passavam por Trancoso, cujos arrabaldes saquearam, até atingir Viseu, cidade aberta, também na ocasião saqueada e incendiada.
Ao retornarem da incursão com o esbulho, saiu-lhes ao encontro o Alcaide do Castelo de Trancoso, Gonçalo Vasques Coutinho, com as forças do Alcaide do Castelo de Linhares, Martim Vasques da Cunha e as do Alcaide do Castelo de Celorico, João Fernandes Pacheco. Estando os dois primeiros fidalgos desavindos à época, o terceiro promoveu a reconciliação de ambos, e assim concertados, com os respectivos homens de armas e as forças que conseguiram arregimentar, fizeram os arranjos para o combate.
De acordo com estudos que levaram afixar o feriado municipal em 29 de Maio, ocorreu o encontro entre as forças de Castela e as de Portugal, no alto da Capela de São Marcos, em Trancoso. A sorte das armas sorriu para os nacionais, que desse modo recuperaram as posses, alcançando a liberdade dos cativos.
No mês seguinte, uma nova invasão de tropas castelhanas, sob o comando de D. João I de Castela em pessoa, voltou a cruzar a fronteira por Almeida e, de passagem pelo alto de São Marcos, incediaram-lhe a Capela em represália. Passando por Celorico, a caminho de Lisboa, essas tropas foram derrotadas na batalha de Aljubarrota.
Reza a lenda local, registrada pela historiografia portuguesa seiscentista, que o próprio São Marcos apareceu por milagre como um cavaleiro na batalha, incitando os combatentes portugueses. Como testemunho do feito, teria ficado gravada, na rocha, uma das ferraduras de sua montaria.









Associação dos Autarcas Monárquicos


BATALHA DE TRANCOSO, 29 de Maio de 1385:

O Alcaide do Castelo de Trancoso, D. Gonçalo Vasques Coutinho, 2º Marechal de Portugal, Senhor do Couto de Leomil, pai do célebre "Magriço" imortalizado por Camões, nos Lusíadas e trisavô de Pedro Álvares Cabral, descobridor do Brasil...
A Batalha de Trancoso ocorreu no dia 29 de Maio de 1385, entre forças Portuguesas e Castelhanas.
No contexto da crise de 1383-1385, ao final da Primavera de 1385, ao mesmo tempo em que o Rei João I de Castela invadia o país ao Sul, pela fronteira de Elvas, forças castelhanas invadiam a Beira por Almeida, passavam por Trancoso, cujos arrabaldes saquearam, até atingir Viseu, cidade aberta, também na ocasião saqueada e incendiada.
Ao retornarem da incursão com o esbulho, saiu-lhes ao encontro o Alcaide do Castelo de Trancoso, D. Gonçalo Vasques Coutinho, com as forças do Alcaide do Castelo de Linhares, D. Martim Vasques da Cunha e as do Alcaide do Castelo de Celorico, D. João Fernandes Pacheco. Estando os dois primeiros fidalgos desavindos à época, o terceiro promoveu a reconciliação de ambos, e assim concertados, com os respectivos homens de armas e as forças que conseguiram arregimentar, fizeram os arranjos para o combate.
De acordo com estudos que levaram afixar o feriado municipal em 29 de Maio, ocorreu o encontro entre as forças de Castela e as de Portugal, no alto da Capela de São Marcos, em Trancoso. A sorte das armas sorriu para os nacionais, que desse modo recuperaram as posses, alcançando a liberdade dos cativos.
No mês seguinte, uma nova invasão de tropas castelhanas, sob o comando de João I de Castela em pessoa, voltou a cruzar a fronteira por Almeida e, de passagem pelo alto de São Marcos (Trancoso), incendiaram-lhe a Capela em represália. Passando por Celorico, a caminho de Lisboa, essas tropas foram derrotadas na Batalha de Aljubarrota.
Reza a lenda local, registada pela historiografia portuguesa seiscentista, que o próprio São Marcos apareceu por milagre como um cavaleiro na batalha, incitando os combatentes portugueses. Como testemunho do feito, teria ficado gravada, na rocha, uma das ferraduras da sua montaria.
D. Gonçalo Vasques Coutinho, 2º Marechal de Portugal, Senhor do Couto de Leomil, Herói da Batalha de Aljubarrota, *Penedono, 1360 - †23.03.1421, era filho de D. Vasco Fernandes Coutinho, Senhor do Couto de Leomil (*1325) e de D. Beatriz Gonçalves de Moura (*1340); Neto paterno de D. Fernão Martins da Fonseca Coutinho, Senhor do Couto de Leomil (*1300) e de D. Teresa Pires Varela (*1320) e neto materno de D. Gonçalo Vasques de Moura, Alcaide-Mor de Moura (*1310) e de D. Inês Gonçalves de Sequeira. Gonçalo Vasques Coutinho era descendente, por via paterna, de Dom Afonso Henriques e de D. Egas Moniz, "o Aio" do nosso 1º Rei.
D. Gonçalo Vasques Coutinho, natural de Penedono, foi um nobre Cavaleiro português, Fronteiro-Mor na comarca da Beira, 7.º Senhor do Couto de Leomil, de Fonte Arcada, e de muitas outras terras de que Dom João I, nas Cortes de Coimbra, lhe fez mercê, em 1400. Foi o 2.º Marechal do Reino de Portugal, Alcaide-Mor de Trancoso e Lamego, grande vencedor da Batalha de São Marcos de Trancoso, e Copeiro-Mor da Rainha Dona Filipa de Lencastre.
Tendo estado durante um longo período no serviço régio, para além de ser referida a sua presença no Conselho Régio de Torres Vedras de 1414, aparece episodicamente como conselheiro a 11 de Janeiro de 1417, em carta que lhe confere poder e autoridade para repartir, doar e escambar as terras de Penaguião, Mondim, Armamar e Fontes, que anteriormente lhe haviam sido doadas.
Biografia:
D. Gonçalo Vasques Coutinho, pai de D. Álvaro Gonçalves Coutinho, "o Magriço" (imortalizado por Camões como "Um dos Doze de Inglaterra"), e do Arcebispo D. Luís Coutinho, nasceu em Portugal, onde liderou, saindo vitorioso, na Batalha de Trancoso no dia 29 de Maio de 1385. Depois da guerra, foi nomeado Alcaide-Mor de Trancoso.
D. Gonçalo Vasques Coutinho foi Senhor dos Direitos Reais de Monção e de Caria, que trocou pelos de Rio Maior.
Recebeu de Dom João I os prestamos de Balsemão, Alvelos, Mesquinhata, Sonegado, Gondim e Laães (todos em Lamego). Foi também Senhor de Leomil.
D. Gonçalo foi o 2º Marechal do Reino.
Foi Alcaide-Mor de Trancoso e de Lamego.
D. Gonçalo Vasques Coutinho foi Copeiro-Mor da Rainha Dona Filipa de Lencastre (mulher do Rei Dom João I).
D. Gonçalo instruiu a seu meio-irmão D. Afonso Vasques da Fonseca na arte da guerra e, sendo este já capaz, lhe formou companhia, e deu gente com a qual ganhou o Castelo de Marialva, e Moreira, no tempo do Rei Dom João I.
D. Gonçalo Vasques Coutinho. Senhor do Couto de Leomil (Herói da Batalha de Aljubarrota):
«...Vendo o colapso das forças envolvidas na 'mêlée', os pajens que guardavam as montadas dos cavaleiros que combatiam apeados começam a pôr-se em fuga. Este episódio teve decerto um enorme impacto no moral…»
«…Ao aperceber-se da presença dos contingentes que, cerca de um quilómetro à frente, lhe barravam a passagem, os castelhanos decidem obliquar para sul de modo a não se envolverem em confronto directo. Talvez por não quererem correr o risco de ter que abandonar o valioso espólio até aí obtido, por se encontrarem bastante fatigados, ou apenas porque pretendiam chegar a tempo ao local de reunião da hoste de Pedro Tenório, optam, pois, por passar ao largo da posição portuguesa. A essa manobra, as forças comandadas por Gonçalo Vasques Coutinho respondem com uma nova movimentação e instalam-se mais a sul, num local próximo da Ermida de São Marcos, a oeste da qual, assim o esperavam, voltariam a cortar o passo aos castelhanos.
Estes percebem, então, que o inimigo não estava disposto a desistir dos seus intentos e que não tinham, portanto, outra solução a não ser aceitar o desafio e enfrentá-lo em batalha campal, uma decisão que, como regista Ayala, não foi fácil de tomar, porquanto acarretava enormes riscos. Ainda assim, confiante na vitória, o comando castelhano opta por mandar apear todas as suas forças, talvez uma decisão de Juan Rodriguez Castañeda, influenciada pelo que testemunhara um ano antes em Atoleiros, quando as forças desmontadas de Nuno Álvares haviam levado de vencida a cavalaria pesada castelhana. Apenas os ginetes (cavalaria ligeira) permanecem nas suas montadas integrando as duas alas do dispositivo táctico castelhano, que deverá ter assumido uma configuração muito próxima daquela que foi adoptada pelas forças lideradas por Gonçalo Vasques Coutinho.
Estas terão, então, formado duas linhas, isto é, uma vanguarda e uma rectaguarda, com a mais recuada destas linhas composta essencialmente por homens-de-armas e a prolongar-se em duas alas, preenchidas, acima de tudo, pela peonagem. Segundo Salvador Dias Arnaut, talvez a distinção entre a rectaguarda e as alas fosse pouco perceptível, de tal forma que o dispositivo táctico português acabou por apresentar um formato semelhante ao de uma meia-lua. As fontes disponíveis são pouco esclarecedoras a respeito do modo como se desenrolou a batalha, embora qualquer uma delas refira que foram os castelhanos a lançar-se contra a formação portuguesa. Seriam, então umas 10 ou 11 horas da manhã. E nos momentos iniciais, tudo parecia correr de feição para as forças de Juan Rodriguez Castañeda que, logo nos primeiros momentos da batalha, conseguem provocar a debandada de muitos dos combatentes apeados portugueses que integravam as alas, boa parte dos quais apanhados na fuga e dizimados pela cavalaria ligeira castelhana. Pelo contrário, a vanguarda e a rectaguarda, que entretanto acabariam por se fundir numa só linha, embora mais extensa para compensar as baixas verificadas nas alas, conseguiram resistir a todas as investidas adversárias, o que levou a que a batalha acabasse por se arrastar durante algumas horas, sem se perceber para que lado iria pender a vitória.
Talvez mais desgastados fisicamente, os homens-de-armas castelhanos começam, então, a ceder terreno e a sofrer cada vez mais baixas, sinais de uma derrota iminente. Vendo o colapso das forças envolvidas na mêlée, os pajens que guardavam as montadas dos cavaleiros que combatiam apeados começam a pôr-se em fuga. Este episódio teve decerto um enorme impacto no moral daqueles que, pesadamente armados e sem forma de escapar, perceberam que iriam acabar por se converter em presa fácil. De facto, assim foi, com o cavaleiros apeados a serem totalmente dizimados, sobretudo durante a fuga, como era corrente neste tipo de situações, nomeadamente os principais comandantes, dos quais apenas Álvaro Garcia Albornoz foi poupado e aprisionado por Gil Vasques Cunha. Só os ginetes, que permaneceram sempre a cavalo, terão conseguido escapar. É também possível, como sugere Gouveia Monteiro, que alguns dos prisioneiros portugueses, que foram mantidos atrás da rectaguarda castelhana, se tenham libertado e ajudado a desequilibrar a contenda e a acelerar, assim, o fim da batalha». (In, Miguel Gomes Martins, Guerreiros Medievais Portugueses, A Esfera dos Livros, Lisboa, 2013, ISBN 978-989-626-486-4)
O Túmulo Armoriado de D. Gonçalo Vasques Coutinho (na foto):
(Por Manuel Abranches de Soveral)
"...Tem causado estranheza que quer Vasco Fernandes Coutinho quer seu filho sucessor o marechal Gonçalo Vasques Coutinho não estejam sepultados em Salzedas, onde está Beatriz Gonçalves de Moura e o filho sucessor de Gonçalo, Vasco Fernandes Coutinho, 1º conde de Marialva, nem em qualquer outro lugar que se conheça. Julgo, contudo, que encontrei esse túmulo! Na verdade, no mosteiro da Batalha, numa capela à ilharga da capela-mor, está um túmulo raso, apenas com o escudo de armas dos Coutinho, sem qualquer inscrição. É o único túmulo dessa grande capela, mas é uma laje tumular colocada no chão, encostada à parede lateral, portanto em local claramente secundário. A questão, que pelos visto foi esquecida, é que o túmulo de D. João I, estava justamente no centro dessa capela, que era, nem mais nem menos, do que a verdadeira capela do fundador! Na hoje chamada capela do fundador apenas foram sepultados os filhos de D. João I, com excepção do sucessor, D. Duarte, que hoje lá está mas originalmente e durante muitos séculos esteve na base da capela-mor. Portanto, à ilharga da arca tumular de D. João, no chão, aquela singular laje tumular com o escudo dos Coutinho só pode ser a sepultura do marechal e meirinho-mor Vasco Fernandes Coutinho ou de seu filho sucessor, o marechal Gonçalo Vasques Coutinho, ou porventura de ambos! Em tal local de honra, não carecia de inscrição... Vasco Fernandes Coutinho faleceu em 1384, portanto antes do início da construção do mosteiro da Batalha, mandado fazer em agradecimento pela vitória de Aljubarrota (1385). Gonçalo Vasques Coutinho ainda se documenta vivo a 23.3.1421, teria 63 anos. D. João I faleceu a 14.8.1433 e é de crer que a sepultura do Coutinho na sua capela se fez em vida do rei e por sua vontade, não sendo crível que alguém fosse sepultado na capela do fundador após a sua morte. O apoio de Vasco Fernandes Coutinho, como marechal-mor e meirinho-mor do reino, apesar de breve, dada a sua morte, foi determinante para as aspirações do mestre de Avis no instável período de 1383-4. E Gonçalo Vasques Coutinho foi um indefectível apoiante de D. João I e um grande guerreiro, que nomeadamente venceu a batalha de S. Marcos (29.5.1385) contra Castela. É portanto muito plausível que, quando Gonçalo Vasques Coutinho morreu, entre 1421 e 1433, D. João I o tenha mandado sepultar na sua capela, à ilharga do túmulo que preparara para si, e que para aí tenha também mandado trasladar os ossos do pai, Vasco Fernandes Coutinho, o 1º senhor de Marialva. Gonçalo Vasques Coutinho foi pai de outro Vasco Fernandes Coutinho, 1º conde de Marialva, referido adiante, sepultado em Salzedas, que casou com D. Maria de Souza, irmã desta D. Leonor.".
Família e Descendência:
D. Gonçalo Vasques Coutinho era filho de D. Vasco Fernandes Coutinho, Senhor do couto de Leomil e D. Beatriz Gonçalves de Moura. Foi casado com D. Leonor Gonçalves de Azevedo e depois com D. Joana de Albuquerque.
Do casamento com D. Leonor Gonçalves de Azevedo nasceram:
  • D. Vasco Fernandes Coutinho, 1º Conde de Marialva (*1385), c.c. D. Maria de Sousa 
  • D. Álvaro Gonçalves Coutinho, "o Magriço", c.c. D. Isabel de Castro 
  • D. Heitor Álvaro Coutinho
  • D. Filipa Coutinho (*1390), c.c. D. Pedro de Menezes, 1º Conde de Vila Real
  • D. Francisca Vasques Coutinho (*1380), c.c. D. Lopo Fernandes Pacheco
Do casamento com D. Joana de Albuquerque nasceram:
  • D. Fernão Coutinho (*1390), c.c. D. Maria da Cunha, 3ª Senhora de Basto
  • D. Luis Coutinho, Bispo de Viseu (*1390)
  • D. Luisa Coutinho (*1400), c.c. Luis Mendes de Cáceres
  • D. Fernando Coutinho, Bispo de Coimbra
  • D. Isabel Coutinho (*1410, c.c. Gomes Freire de Andrade, 3º Senhor de Bobadela
  • D. Álvaro Coutinho, Bispo de Coimbra


Túmulo Armoriado de D. Gonçalo Vasques Coutinho (Mosteiro da Batalha).

(Fontes: Investigação de António Carlos Janes Monteiro, blog "Solares e Brasões" - Manuel Ferros, blog "MONTALVO E AS CIÊNCIAS DO NOSSO TEMPO", Manuel Abranches de Soveral, GeneAll, App.- Family Tree Maker 4.0 e Wikipédia)

HISTÓRIA, GENEALOGIA e HERÁLDICA - António Carlos Godinho Janes Monteiro

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